- O verdadeiro amor é aquele que permanece sempre, se a ele damos tudo ou se lhe recusamos tudo. - Johann Goethe.
~~~
ㅡ Respira, Elizah, respira. ㅡ Murmurei para mim mesma enquanto terminava de fechar a minha mala. Agora eu não fazia ideia de que horas se tratava, mas eu sabia que estava um pouco tarde do que o normal.
Eu tinha demorado dias para terminar de fazer a minha mala de verdade e empacotar todas as minhas coisas para fazer a minha mudança. Só quando chegou ontem eu lembrei que eu tinha que fazê-las e me preparar psicologicamente para aquela bendita mudança.
Eu me sentia insegura. Era a primeira vez que eu sairia da casa dos meus pais e seria independente, mas, admito que eu sentia orgulho e satisfação.
Ser independente para mim era um sonho, mesmo sabendo de todo o trabalho que eu teria que ter de agora em diante. Agora não existe mais nada além de mim mesma, sem meus pais, tios, avós, família... NADA! Só eu, a Elizah.
ㅡ Elizah? ㅡ Minha mãe abriu a porta do meu quarto me fazendo olha-la.
ㅡ Oi mãe. ㅡ Respondi a mesma. Meu pai sempre dizia, diz né, que eu e a minha mãe somos idênticas. Como ele vive dizendo; " Se fossem gêmeas, nem pareciam tanto! " na real eu até concordo com ele.
ㅡ Arrumou tudo? ㅡ Ela perguntou analisando todo o quarto, a sua expressão demonstrava do jeito que ela estava. Eu e a minha mãe tínhamos essa coisa em comum, a gente podia até reprimir a opinião, mas as nossas expressão deixava claro tudo o que a gente gostava ou não.
Também, a minha mãe no começo não tinha gostado da ideia de me ver longe de casa. Mas aí eu chamei a mesma para conversar e esclareci tudo, ela concordou, óbvio, mas ela continua a mesma coisa e tem medo de que eu possa esqueçe-la quando eu tiver longe da mim.
Meio confuso? Não, ela tinha os seus motivos no qual eu não entendia muito bem.
ㅡ Arrumei sim. ㅡ Assenti indo até a mesma. ㅡ O pai chegou?
ㅡ Ainda não, ele disse que passaria na padaria e voltaria antes que saísse. ㅡ Ela respondeu-me. Fui até a mesma e peguei em sua mão sorrindo.
ㅡ Mãe, eu sei que a senhora ainda tá com receio. Mas tenta me entender. ㅡ Olho diretamente para seus olhos. ㅡ Eu quero ser independente.
ㅡ Eu sei. ㅡ Ela assentiu meio cabisbaixa, porém, abriu um sorriso fraco em seguida. ㅡ Você será independente.
ㅡ Eu espero. ㅡ Ri.
ㅡ Hoje você não vai para o hospital? ㅡ Minha mãe entrou no quarto e pegou a minha mala, em seguida pegou uma das caixas que estava em cima da cama.
ㅡ Na verdade vai ter plantão a noite. ㅡ Respondo-a pegando a outra mala e a outra caixa. Não, eu não sou médica. E sim enfermeira.
Me formei com 18 anos, meio cedo. Quando eu percebi que o meu sonho era cuidar das pessoas eu passei a me empenhar mais no estudo, terminei o ensino médio cedo, fiz faculdade, fiz alguns cursos de enfermagem, terminei os cursos e hoje sou enfermeira. Graças a Deus.
Podem até dizer que antes eu não tinha vocação nenhuma para cuidar de um paciente, mas hoje eu provei para todo mundo e para mim mesma que SIM eu era capaz.
ㅡ Uma pena. ㅡ Ela riu enquanto desciamos as escadas. A minha mãe sabia que eu ficava cansada demais nos plantões que tinha, eu só chegava no outro dia e dormia a manhã inteira. Mesmo chegando de manhã eu não conseguia dormir até tarde, força do hábito. ㅡ Tá ansiosa para conhecer a sua nova colega de quarto, ou novo colega?
Sim, eu sairia da casa dos meus pais para morar de junto com uma pessoa completamente desconhecida? Sim. Mas eu não tinha culpa, acabei me escrevendo em uma " dipusta " de pessoas a procura de uma casa para morar, só que tinha uma divisão de teto. Vamos se dizer assim.
Tipo, a minha antiga colega da escola, Daniele. Ela decidiu fazer essa disputa também e acabou indo morar junto com uma garota em um apartamento. Hoje, ela trabalha em um hotel de luxo e é bem feliz.
Eu, certamente, quero morar bem com uma pessoa que possa me ajudar. Por isso eu prefiro que seja uma menina, que tenha responsabilidade assim como eu.
Tomara que seja uma menina mesmo.
ㅡ Um pouco né. ㅡ Encosto minha mala na parede rindo de nervoso.
ㅡ Quer que seja uma garota ou garoto?
ㅡ Garota. ㅡ Respondo em seguida. Eu tinha todo o direito de saber quem iria dividir o teto comigo, mas eu decidir que deixaria no sigilo para que fosse mais emocionante e eu me surpreendesse. ㅡ Seja uma garota, pelo amor de Deus. ㅡ Murmurei para mim mesma torcendo para que fosse uma garota.
Logo o meu pai chegou com a torta salgada que eu tanto amava, a gente comeu tudo e sobrou apenas dois pedaços que me obrigaram a trazer junto comigo.
A despedida foi a pior parte, eu chorei, meu pai chorou, a minha mãe chorou junto com nós dois. Aquilo doeu muito em mim, me afastar deles era uma coisa completamente difícil de se fazer. Porém, nada que um abraço apertado que aquecesse meu coração antes de ir embora.
Eu estava realizada, e era isso que importava.
[...]
ㅡ Aqui é tão lindo! ㅡ Sorrio animada colocando minhas malas no canto e as caixas no chão. Eu não sabia o certo qual emoção eu estava sentindo naquele momento, mas, era uma sensação maravilhosa de se sentir. ㅡ Vou amar decorar do meu jeito. ㅡ Falei sorrindo olhando as paredes brancas, que faltava um pouco de decoração. ㅡ Espera, ainda tem a segunda pessoa. ㅡ Ri de mim mesma por esquecer que eu não estava morando sozinha.
Tá, eu tinha que respeitar totalmente a outra pessoa. Mas eu tentaria convencê-la a todo custo a fazer alguns desenhos, ou talvez até colocar papéis de paredes nas paredes brancas e sem graças. Eu precisava de cores, de vida!
ㅡ Será que essa pessoa vai demorar? Temos que organizar tudo ainda, depois tenho meu plantão. ㅡ Resmunguei para mim mesma.
Eu não gostava nadinha de deixar as coisas de última hora. Tenho muita coisa para fazer e ADORO me organizar primeiro e fazer tudo certinho antes que tudo dê errado.
Por isso eu queria deixar tudo arrumado até as 20h, depois me arrumaria, comeria alguma coisa e antes das 21h eu sairia de casa e iria para meu plantão. E aí voltaria para casa as 08h ou 09h da manhã.
ㅡ Vou começar a organizar tudo antes que... ㅡ Parei de falar e andar ao mesmo tempo ao ver que a porta se abriu.
Naquele momento o meu mundo parou ao meu redor ao ver a porta se abrindo e demostrando a pessoa. Sabe naquele momento em que você cria expectativas demais em uma coisa e no final acaba se frustrando ao não ser aquilo que esperava? Era exatamente isso que eu sentia nesse exato momento.
Frustração.
Não era uma garota, pelo contrário. Era um garoto! E ele me parecia tão familiar...
Espera!
ㅡ Você??? ㅡ Perguntamos ao mesmo tempo ao nos reconhecer.
•••
Salut!
Sim, eu resolvi colocar essa história aqui. FINALMENTE! E falando um pouco desse livro; o casal tem personalidades fortes e são teimosos.Assim como todos os seres humanos desse mundo, eles erram muito no decorrer de tudo e acabam se magoando. O que é algo normal e eu vou tentar ao máximo fazer com que eles pareçam reais, ou melhor, humanos.
Beijos de luz!
♡
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Teto para Dois
RomanceElizah e Saulo se odiavam. Desde que se conheceram nunca se entenderam, com personalidades fortes e orgulhosas nem passava pela cabeça deles que um dia morariam juntos. Como um belo e velho clichê, o destino, ou não, fez com que um sorteio de divisã...