ㅡ Er... ㅡ Resmunguei cruzando os braços me sentindo um pouco sem graça por toda aquela situação. Por que aquele idiota sempre saía sem dizer um A me deixando com cara de tacho??? Fala Sério! Ele tava me saindo um idiota.
Ainda não acreditava que mesmo depois da primeira vez que ele fez isso, eu não mandei ele ir a merda e simplesmente ignorei a presença dele. No entanto, eu não tinha conseguido fazer isso. O porque? Não sabia identificar, mas como eu disse todo aquele mistério do Saulo e a palhaçada dele de me deixar falando sozinha me trouxe uma grande interrogação na minha cabeça. E eu era curiosa demais para deixar tudo isso de lado e mandar o Saulo ir a merda.
ㅡ Eu vou matar o seu amigo se ele fizer isso de novo. ㅡ As palavras simplesmente saíram da minha boca quebrando aquela silêncio que se instalou. ㅡ Por que ele sempre faz isso??? Sai da conversa sem ao menos pedir desculpa.
ㅡ Ai, Elizah, o Saulo é assim mesmo. ㅡ Daniela balançou a cabeça com uma careta. ㅡ Quando se trata da vida pessoal dele, ele foge do assunto porque não gosta muito de entrar em detalhes. A família dele é um pouco... complicada.
ㅡ O que é que tem? Eu só perguntei se ele tinha sonhos, Daniela. ㅡ Dei de ombros enfiando toda a torrada em minha boca em seguida.
ㅡ O problema é que, infelizmente, o Saulo desistiu do sonho dele por causa da mãe. ㅡ Daniela respondeu me fazendo encara-la.
ㅡ Como assim? A mãe dele obrigou ele ou algo do tipo?
ㅡ Não, infelizmente não foi por esse motivo. ㅡ Daniela começou a murmurar. ㅡ Me desculpa, Elizah, mas eu não posso te contar uma coisa que não é minha. Quando a situação fala sobre a família, ele nem a abre a boca porque é muito difícil para ele falar sobre esse assunto. Quem tem que fazer isso é ele, não eu. Sinto muito.
ㅡ Não, Dani, eu entendo. ㅡ Balancei minha cabeça negando. ㅡ Se é complicado para o Saulo, eu entendo.
Terminei de tomar meu café junto com a Daniela, conversando sobre nós duas e nos conhecendo. Ao final, nos duas arrumamos a mesa e saímos da cozinha percebendo que o Saulo estava sentado no sofá com o celular em mãos.
ㅡ Você não vai trabalhar não? ㅡ Perguntei chamando a atenção dele, no entanto, ele não ligou e voltou a olhar em seu celular.
ㅡ Uhum. ㅡ O tom da sua voz demonstrava rispidez, e isso me fez ficar um pouco incomodada.
ㅡ Que horas?
ㅡ Tá me expulsando? A casa é minha. ㅡ Saulo murmurou. Engoli em seco fechando minhas mãos me controlando para não manda-lo ir a merda.
ㅡ Eu não disse isso, Saulo. Era só... curiosidade. ㅡ Dei ênfase na " curiosidade " entre dentes.
ㅡ Ok. Agora que já sabe me deixa em paz. ㅡ Saulo falou ainda olhando em seu celular. Respirei fundo forçando um sorriso nos lábios, em seguida andei em direção ao meu quarto e fechei a porta, mas logo pude ouvir a voz da Daniela.
ㅡ Ai, Saulo! Para quê toda aquela grosseria com a Elizah? Ela é uma garota legal. ㅡ Daniela falou parecendo está... triste ou algo do tipo.
ㅡ Legal? Ela me trata dessa forma desdo dia que nos conhecemos. E olha que eu tentei ser simpático com ela. ㅡ A voz do Saulo soou em seguida. Simpático??? Aquele pedaço de cavalo nem pediu desculpa por ter derrubado o açaí em mim! E olha que ele pareceu assustado quando me viu. ㅡ Então eu tenho todo direito de fazer a mesma coisa. Ela sugeriu um acordo, mas ela mesmo não consegue comprir.
Abaixei meus ombros indo até a cama e me sentando na mesma com o dedo indicador no queixo. O que será que tinha de tão doloroso para o Saulo que ele não queria me falar e sempre me ignorava quando eu perguntava?
ㅡ Eu vou descobrir. ㅡ Resmunguei para mim mesma levantando da cama, indo até a janela, fechando as cortinas e logo voltando até a cama. O sono me atingia por completo e eu precisava dormir... dormir bastante.
[...]
Aquele dia se seguiu como eu pensei, na maior parte do tempo eu passei dormindo. Eu estava tão cansada do plantão que eu dormir de manhã e acordei de tarde passando da hora do almoço. Depois que eu almocei descansei um pouco antes de capotar no sofá e, no final, acordei as 15h da tarde.
Eu até pensei em fazer alguma coisa para me tirar do tédio, porém, o apartamento estava um brinco de tão limpo e só de pensar em sair de casa me dava uma preguiça. No entanto, eu pensei na possibilidade de fazer amizades para as pessoas que morava aqui também.
Encarei meu reflexo no espelho no banheiro percebendo que a minha cara estava amassada. Pelo tanto que eu dormir a minha cara amassou e eu tinha que resolver isso antes de sair.
Joguei água no rosto, prendi meu cabelo, sai do banheiro, entrei no quarto, peguei minha carteira e o meu celular. Sai daquele apartamento decidida a conhecer o lugar e aproveitar para ir em algum mercado que tenha aqui por perto.
Ao chegar no térreo, acenei para o homem da portaria, sai do prédio encontrando com o raio forte do sol. Aquele lugar não estava um dos mais movimentados, mas tinha algumas pessoas passeando por aqui e isso me deixava um pouco satisfeita. Por um momento, desejei em ter amizade com algum deles.
Franzi minha testa sentindo o sol bater em minha cara, e em seguida vi duas pessoas correndo. Era um garoto e uma garota, o garoto ria e a garota parecia irritada.
ㅡ TORY, PARA!!! ㅡ Outra garota apareceu atrás dos dois gritando também. ㅡ DEIXA ELE!!
ㅡ NÃO, CLHÖE!! O ADRIAN É UM... VOLTA AQUI!! ㅡ A tal garota, que parecia ser a Tory, gritou correndo mais atrás do garoto. Encarei a garota que seria a tal Clhöe percebendo que ela parou de andar e colocou as mãos na cintura.
Passei por ela dando um pequeno sorriso, para minha surpresa ela retribuiu, antes de eu continuar a andar em direção a saída do condomínio.
Antes que eu continuasse a minha caminhada para ir ao mercado, após passar pelo portão de saída do condomínio, um carro super chique parou em minha frente.
De início eu fiquei bastante surpresa, porém, o vidro do carro se abriu demostrando uma pessoa que eu não esperava ver.
ㅡ Elizah? ㅡ Ele abriu um sorriso ao me ver.
ㅡ Dr Silva??
•••
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Teto para Dois
RomanceElizah e Saulo se odiavam. Desde que se conheceram nunca se entenderam, com personalidades fortes e orgulhosas nem passava pela cabeça deles que um dia morariam juntos. Como um belo e velho clichê, o destino, ou não, fez com que um sorteio de divisã...