ㅡ Er... ㅡ As palavras fugiram da minha boca e da minha cabeça assim que eu processei as últimas palavras do Dr Silva e não consegui raciocinar. ㅡ O que?
A pergunta saiu sem meu consentimento.
ㅡ Eu tô perguntando se posso almoçar com você, Elizah. ㅡ Dr Silva riu com a minha reação colocando a marmita dele em cima da mesa. ㅡ Por que a surpresa? Somos amigos, né?
ㅡ Er... ㅡ Balancei minha cabeça concordando sem graça. Por que aquilo estava acontecendo comigo???? ㅡ Somos.
Saulo- Elizah?
Ouvi a voz do Saulo e voltei a tona.
Elizah- Oh... oi Saulo! Desculpa, meu chefe acabou de chegar aqui.
Saulo- Aquele da situação constrangedora?
Elizah- ... Sim.
Meu sim saiu falha e baixo, enquanto levava outra colher de comida até a boca.
Saulo- Por que ele está com você? Eu não fui com a cara dele.
Elizah- Eu... eu... Eu tenho que ir, Saulo. Eu tô terminando de almoçar e vou voltar para o trabalho.
Saulo- Quero conversar com você, ok?
Elizah- Conversar? Sobre o que?
Saulo- Nós.
Aquele " nós " soou um pouco estranho, e me fez tremer um pouco só de imaginar o que poderia ser. Eu não gostava nada da pessoa que falava " quero conversar " ou " precisamos conversar ". Assim a minha ansiedade aumentava e a minha mente curiosa criava teorias e o que poderia ser.
Elizah- Pode adiantar o assunto?
Saulo- Não.
Também, aquele não soou um pouco estranho. O que estava acontecendo com ele???
Saulo- A gente conversa quando chegar em casa. Beijo!
Elizah- Espera, Saulo, eu...
Antes que eu terminasse de falar, ele desligou na minha cara sem me dá chances de responde-lo.
ㅡ Estranho ㅡ Resmunguei franzindo a testa tirando o celular de perto da orelha.
ㅡ O que é estranho? ㅡ A pergunta do Dr Silva soou me fazendo lembrar que ele estava ali.
ㅡ Nada de mais. É só o Saulo mesmo que está estranho. ㅡ Expliquei balançando a cabeça colocando o celular na mesa. ㅡ Que milagre é esse de você comer aqui na cantina?
ㅡ Eu vi você vindo sozinha, resolvi vim te fazer companhia. ㅡ O seu sorriso me fez estremecer na cadeira.
Ok, na minha cabeça eu poderia simplesmente inventar uma desculpa super estranha e fugir daqui como se nada tivesse acontecido. Porém, eu pensei direito, não tinha como fazer isso mais.
Ele é o meu chefe, tem chances de ele me chamar para fazer uma cirurgia com ele e eu não teria como fugir dele pra sempre. Eu continuaria agindo normalmente com ele, mas se ele tentar alguma coisa eu vou por limites e simplesmente impor a minha opinião e dizer não.
É isso que eu tenho que fazer.
ㅡ Que bom. ㅡ Abri um sorriso, um pouco sem graça, mas ainda sim sorri. ㅡ E a glicose da Thaynara?
ㅡ Aparentemente, está voltando ao estado normal e eu espero que possamos fazer a cirurgia a tempo. Não quero perdê-la sem ao menos tentar. ㅡ Dr Silva falou num tom baixo. Ele odiava perder uma paciente por complicações.
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Um Teto para Dois
RomanceElizah e Saulo se odiavam. Desde que se conheceram nunca se entenderam, com personalidades fortes e orgulhosas nem passava pela cabeça deles que um dia morariam juntos. Como um belo e velho clichê, o destino, ou não, fez com que um sorteio de divisã...