32_ Espero que faça a coisa certa.

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ㅡ Tá, volta um pouco para eu não me perder. ㅡ Minha mãe gesticulou um pouco confusa após eu contar tudo que aconteceu nos últimos dias. ㅡ Então quer dizer que o seu chefe, na verdade VOCÊ ACHA que o seu chefe está dando em cima de você?

ㅡ Mas ele tá, mãe! ㅡ Exclamei. ㅡ Eu não tenho tanta intimidade assim com o Dr Silva, até porque eu vejo ele apenas como um chefe super simpático e bastante indicado. Eu vejo com ele olha para a Olivia, para a Kath, para as outras enfermeiras, mas ainda sim quando ele me olha eu vejo algo diferente.

ㅡ Como se você entendesse, né? ㅡ Ela me olhou debochada. ㅡ Demorou um século para ver que o Saulo gosta de você. Na real, você teve que perguntar a ele.

ㅡ Mãe, não joga na minha cara. Você mesmo diz que eu preciso ler mais romances. ㅡ Resmunguei pondo o garfo com a comida na boca.

ㅡ Como é que tá relação de você depois do beijo?

ㅡ Ah... tudo bem. ㅡ Ri sem graça. ㅡ A gente parou com as brigas, sabe? Eu não acredito que vou dizer isso, mas eu tô gostando dessa fase minha e do Saulo que estamos nutrindo sentimento um pelo outro.

ㅡ Exatamente da mesma forma que eu e o seu pai. ㅡ Minha mãe riu enquanto comia. ㅡ Não vou mentir, seu pai não era muito simpático comigo no começo.

ㅡ Sério?

ㅡ Sério. ㅡ Ela assentiu. ㅡ Eu só reparei que ele gostava de mim quando eu comecei a perceber os ciúmes dele. Aliás, o que você vai fazer em relação ao seu chefe que " aparentemente " tem interesse em você?

ㅡ Olha, mãe, eu não tenho o que fazer. ㅡ O meu desânimo em não saber o que fazer era nítido no meu tom de voz. ㅡ Ele é o meu chefe. Independente do olhar dele, ou dos sorrisos, ainda sim tenho que fingir que nada aconteceu porque ele tem muito poder por ser um dos melhores cirurgiões do hospital e por ser homem.

ㅡ Ai, como eu odeio essa sociedade machista. ㅡ Minha mãe revirou os olhos. ㅡ Com os olhares, por enquanto tudo bem. Mas se ele tentar algo que você não queira, te agarrar mesmo você dizendo não, ou tentar te beijar, imediatamente você denuncia e liga pra mim. Ok???

ㅡ Ok, mãe. Eu sei o que fazer. ㅡ Assenti. ㅡ Ele não vai poder fazer nada comigo, nem ao menos tentar.

O apito do meu celular, me fez pega-lo no meu bolso achando que era uma mensagem do hospital. No entanto, era do Saulo.

Saulo- Eu trouxe o Samuel para o food-truk, tá? Eu quis que ele conhecesse o meu ambiente de trabalho, assim ele se distrai enquanto eu trabalhava.

Elizah- Tudo bem. Quando eu terminar aqui vou pra aí e pego ele.

Respondi a mensagem dele antes de desligar e colocar no bolso do meu jaleco.

ㅡ Era seu chefe?

ㅡ Graças a Deus, não. ㅡ Suspirei aliviada.

Eu e a minha mãe continuamos a almoçar enquanto conversávamos. Depois do almoço eu voltei a trabalhar e ela foi embora, quando eu voltei pro trabalho continuei atendendo todos os pacientes possíveis que tinha na minha área ㅡ Como tinha muitas enfermeiras, as vezes fazíamos uma divisão de cada tanto de paciente assim ficava bastante organizado ㅡ , funcionava bastante e era a melhor forma de se trabalhar.

Quando deu a minha hora de embora, para trocar de lugar com outra enfermeira do outro turno, me arrumei e sai do hospital. Peguei o ônibus que estava perto dali, não demorou muito que ele parasse quase perto da praça. Estava quase anoitecendo, então ainda sim o dia estava claro.

ㅡ Elizah? ㅡ A voz da Lia me fez perceber que eu já havia chegado perto da van do food, que estava bem mais cheio que o normal. ㅡ Que surpresa!

ㅡ Oi Lia! ㅡ Abracei ela sorrindo. ㅡ Uau! Aqui tá cheio.

ㅡ Sim, e pelo visto vamos ficar até depois do horário de fechamento. ㅡ Lia riu se afastando. ㅡ O que veio fazer aqui? Não me diga que... ㅡ Interrompi ela.

ㅡ Sim, Lia. Eu vim ver o Saulo. ㅡ Revirei meus olhos rindo. ㅡ Também o Samuel, na verdade vou levá-lo pra casa. ㅡ Completei rindo indo até a van, percebendo que uma pequena figura estava lá dentro brincando de algo.

ㅡ Uhum, sei. ㅡ Ela riu. ㅡ SAULO! A sua loirinha chegou! ㅡ Lia gritou indo atender uma cliente que havia acabado de chegar.

ㅡ Oi, Sammy! ㅡ Acabei para a pequena figura que estava dentro da van, brincando com o carro.

ㅡ Oi, Elizah.

ㅡ Ai, loirinha, finalmente. ㅡ Saulo se aproximou de mim e me abraçou. ㅡ Não aguentava mais essa criança pedindo carrinho novo.

ㅡ Ah... ㅡ Ri enclinando meu rosto dando um selinho nele. ㅡ Eu compro pra ele quando eu sair daqui. Vamos, Sammy? ㅡ Enclinei a minha cabeça. ㅡ Você não quer um carrinho novo?

ㅡ Sim!! ㅡ Ele gritou animado tentando se levantar da cadeira.

ㅡ Tem certeza, Elizah? ㅡ Saulo me olhou. ㅡ Olha, não quero que você gaste seu dinheiro com bobagem. Não é ne... ㅡ Interrompi ele colocando meu dedo indicador na frente dos seus lábios.

ㅡ Eu não me importo, o seu irmão merece. ㅡ Sorri. ㅡ Quando você chegar a gente se fala, ok? Cuidado na hora de voltar. ㅡ Deixei um selinho em seus lábios novamente.

ㅡ Vamos?? ㅡ Samuel pegou na minha mão rapidamente. ㅡ Até mais, Saulo!

ㅡ Tchau, garotão. Não dê trabalho a Elizah. ㅡ Saulo bagunçou o cabelo dele.

ㅡ Nunca. ㅡ Samuel sorriu convencido.

Acenei para o Saulo mais uma vez antes pegar firme na mão do Samuel e sair da praça para irmos numa loja de brinquedo que fosse perto dali. Sinceramente eu não tinha a menor paciência para criança, mas com o Samuel eu tinha toda paciência do mundo.

ㅡ Eu vou ganhar um carrinho novo!! ㅡ Samuel gritou animado enquanto andávamos. O sorriso dele me fez sorri.

[...]

ㅡ Será que o Saulo vai gostar do jantar que a gente fez? ㅡ Samuel perguntou enquanto nós dois arrumavamos a mesa preparando o jantar.

Já havia se passado horas após a minha ida para a loja com o Samuel, que resultou em eu me rendendo totalmente a ele e comprando dois carros. Agora eu estava arrumando a mesa de jantar junto com o Samuel, esperando o Saulo chegar.

ㅡ Claro que vai. ㅡ Assenti. ㅡ Nós dois arrasamos na comida.

Ouvi a porta se abrindo e um sorriso automático se abriu em meus lábios. Ele havia chegado.

ㅡ Saulo!!! ㅡ Samuel gritou descendo da cadeira e correndo para fora da cozinha, onde dava para ver perfeitamente que o Saulo estava entrando e abriu um sorriso ao ver o Samuel.

Sorri com isso me virando para ir até a sala, porém, um apito do meu celular me fez pegá-lo e ver que era uma mensagem da minha mãe.

Mãe- Oi, filha. Estava pensando no que me disse sobre o seu chefe.
Elizah, toma cuidado, por favor.
Coloca um limites, ok? Diálogo é a melhor saída. Espero que faça a coisa certa.

•••

Um Teto para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora