29_ VAI PRO INFERNO!!

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ㅡ Saulo, vai com calma!!! ㅡ Gritei entre dentes enquanto o Saulo dirigia o carro emprestado, do Adrian, em alta velocidade indo para a antiga casa dele. Eu estava nervosa e com medo que acontecesse algum acidente comigo ali dentro.

ㅡ Não dá! ㅡ Ele retrucou. Naquela hora, ele virou a esquina de uma maneira bruta que me fez virar com tudo para o lado.

Depois que a gente ouviu o estrondo, saímos de casa numa velocidade e o Saulo pediu o carro do Adrian para que chegássemos o mais rápido possível. Agora estar dentro do carro com um garoto nervoso quase atropelando as pessoas na rua era um perigo.

É claro, eu entendia ele. Ele estava preocupado com a mãe dele, caso aquele estrondo tenha sido culpa do pai dele, mas ainda sim era perigoso.

ㅡ Saulo!! ㅡ Gritei sentindo minha garganta queimar. ㅡ Se acalma!

Ele não me escutou, simplesmente continuou dirigindo apressadamente pelas ruas sem dizer uma palavra. Até que chegamos na frente de uma casa fazendo ele desligar o carro e sair dele batendo a porta.

Sai do quarto com o maior cuidado, fechei a porta delicadamente e olhei para a frente ouvindo batidas fortes na porta da casa.

ㅡ SAMUEL!!!! ㅡ Saulo gritou. ㅡ Abre essa porta!

Saulo continuou batendo a porta até que uma pequena figura assustada abriu a porta com os olhos cheios de lágrimas.

ㅡ Saulo... ㅡ O garoto sussurrou. ㅡ Depois do barulhão não ouvi mais nada.

ㅡ Que merda! ㅡ Saulo resmungou passando pelo garoto entrando na casa e indo em direção a um pequeno corredor.

Me abaixei na altura do garoto e peguei em sua bochecha, era nítido que os olhos dele transmitia medo.

ㅡ Oi, garotinho. Você é Sammy, né?

ㅡ Sou o irmão do Saulo. ㅡ Ele respondeu. ㅡ Você é a namorada dele que a mamãe falou?

ㅡ Er... ㅡ Sorri sem jeito. Tinha que fingir, né? ㅡ Sou sim.

ㅡ SEU BABACA!!! ABRE A MERDA DESSA PORTA!!! ㅡ Ouvi o grito do Saulo batendo fortemente numa porta.

ㅡ Sammy, você gosta de carro? ㅡ Perguntei voltando a olhar para o Samuel.

ㅡ Sim, eu adoro carros! ㅡ O garoto sorriu. ㅡ Eu tenho um. ㅡ Ele correu para dentro da casa e voltou com um carro do Hot Wheels em mãos.

ㅡ Ótimo! ㅡ Peguei na mão dele e o arrastei para fora da casa, que continuava toda a gritaria. ㅡ Podemos fazer um acordo?

ㅡ Qual?

ㅡ Você fica brincando aqui dentro do carro, quieto, eu vou lá ajudar o seu irmão e em troca te dou outro carro desse? ㅡ Sorri na esperança abrindo a porta de trás do carro.

ㅡ Aceito! ㅡ Ele sorriu de um jeito animado. Suspirei aliviada pegando ele no colo e colocando ele dentro do carro. ㅡ O papai não vai machucar a mamãe, né? Não quero que ela pare no hospital de novo.

ㅡ Não, Sammy. Ele não vai. ㅡ Sorri. Era o que todos esperavam. ㅡ Fica aqui. ㅡ Fechei a porta do carro, logo voltei para a casa ouvindo outra gritaria.

ㅡ Que merda você tá fazendo aqui?? ㅡ Um homem, que parecia o pai do Saulo, gritou com ele.

ㅡ Eu vim aqui parar você, seu babaca! ㅡ Saulo gritou também.

No momento, eu senti que não podia ficar apenas parada olhando eles quase se matarem. Peguei meu celular no bolso discando o número da polícia.

ㅡ O que você tá fazendo? ㅡ O homem percebeu que eu estava ali e me olhou. ㅡ Você tá ligando para a polícia? Me dê essa merda! ㅡ Ele marcou a vir em minha direção, todavia, Saulo passou na frente dele e o empurrou.

ㅡ NÃO ENCOSTA NELA!!! ㅡ Saulo gritou. Olhando para ele naquele momento, não vou mentir, senti um pouco de medo daquele olhar. No olhar dele havia tanta fúria e ódio que me deixou assustada.

Alô? ㅡ Uma voz feminina soou pelo telefone fazendo o Saulo ficar parado e olhar para mim, junto com o seu pai. ㅡ Aqui é da delegacia. Qual é a emergência?

ㅡ NÃO! ㅡ O pai do Saulo gritou.

Respirei fundo fechando meus olhos levando minha mão lentamente para meu ouvido.

Elizah- Tem um... um homem agredindo uma mulher.

Gaguejei com a voz trêmula, percebendo que o pai do Saulo me olhava com raiva e o Saulo tentava o segurar.

Elizah- Ele... quebrou uma garrafa de bebida alcoólica na cabeça dela e agora ela estar desacordada.

Policial- Enviaremos os policiais imediatamente.

Suspirei dando o endereço da casa do Saulo, antes de desligar a ligação.

ㅡ SUA VADIA!!! ㅡ O pai do Saulo gritou se soltando, porém, antes que ele chegasse perto de mim o Saulo empurrou ele com tanta força que o fez se bater na parede e cair no chão desacordado.

ㅡ VAI PRO INFERNO!!!! ㅡ Saulo gritou com toda a força que conseguiu.

ㅡ Saulo... ㅡ Sussurrei com os olhos arregalados, olhando para o Saulo que respirava pesadamente com o peitoral subindo e descendo. ㅡ Ele...

ㅡ Não. Ele só desmaiou pela bebida. ㅡ Saulo revirou os olhos passando a mão pela testa suada. ㅡ Eu não podia deixar que ele tocasse em você.

Me aproximei dele analisando cada traço dele e diferente do olhar de ódio, o olhar dele havia... alívio.

ㅡ Desculpa. ㅡ Ele tocou a sua mão na minha bochecha sorrindo delicadamente. ㅡ Não queria que me visse desse jeito.

Abracei-o passando minhas mãos por cima do ombro dele e encostando minha cabeça em seu peito. Eu nunca tinha passado por uma situação dessa.

ㅡ Tudo bem, Saulo. ㅡ Sussurrei contra seu peito ouvindo que os batimentos cardíacos dele ainda estavam rápidos. ㅡ Eu falei para você que estaria junto à partir daquele dia. Lembra-se?

ㅡ Tudo eu me lembro quando é relacionado a você. ㅡ A sua voz soou calmamente passando as mãos dele pela minha cintura, retribuindo o abraço. ㅡ Obrigado, Elizah. Obrigado por ter denunciado antes que eu fizesse alguma besteira.

ㅡ Ele meteu mesmo a garrafa na cabeça da sua mãe? ㅡ Enclinei meu rosto para olha-lo, no entanto, ele não me respondeu. Simplesmente os olhos dele encheram de lágrimas e ele começou a chorar.

Abracei-o rapidamente deixando que ele encostasse a cabeça dele em meu ombro.

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Um Teto para DoisOnde histórias criam vida. Descubra agora