POV Emma Swan
O sol mal tinha nascido e meu despertador já estava tocando. Seria um dia cheio, atenderia um cliente muito importante e depois tinha aquela entrevista. Aff, que droga! Pra quê eu concordei com essa entrevista? Eu poderia só atender o cliente e passar o resto da manhã relaxando em um spa. Ok, eu precisava trabalhar. Tomei um banho demorado, coloquei uma saia lápis na cor vinho, uma blusa de botões, meu scarpin nude, peguei a minha bolsa e saí. Peguei o primeiro táxi que encontrei disponível. Já estava um pouco atrasada, e eu odiava me atrasar.
– Bom dia moço, por favor, o caminho mais rápido para o prédio da Swan-Cassidy Advocatus.
O taxista apenas assentiu. Recostei a minha cabeça no banco, cansada, sonolenta. Fechei meus olhos por um segundo e a única coisa que eu vi foi a morena da noite anterior. Regina... Que mulher linda! Deve ter sido feita a mão, de tão perfeita. Fui interrompida dos meus devaneios quando o carro parou.
– Chegamos, moça.
– Obrigada, pode ficar com o troco.
Entreguei o dinheiro e desci, indo em direção ao café que havia logo na entrada do prédio. Peguei o de sempre, café expresso duplo, com chantilly e canela. Parecia muita informação para um café, mas eu amava essa combinação, provavelmente por que passei a vida toda observando o meu pai pedindo o mesmo. Subi ao 5º andar, Ruby andava de um lado para o outro, com o telefone na mão, aparentemente agitada. A sua expressão mudou completamente ao me ver.
– Sra. Swan, graças a Deus! Estava preocupada. Liguei para o seu hotel e aqueles incompetentes não souberam informar se a senhora já havia saído. Não é do seu feitio se atrasar... – ela falava sem parar, me seguindo, enquanto eu atravessava a sala.
Ruby Lucas era a minha assistente aqui em Seattle. Uma jovem bonita, inteligente e ambiciosa. A melhor de sua turma da faculdade, do tipo que é capaz de qualquer coisa para se dar bem, inclusive transar com a sua chefe. Isso mesmo, nós tivemos um caso por pouco mais de um ano, mas ela se tornou um pouco pegajosa e eu tive que me afastar.
– O Sr. Jones já está te aguardando.Assenti e dei um leve sorriso, pude ouvi-la suspirando quando dei as costas. Entrei na minha sala, para encontrar o cliente.
– Bom dia, Sr. Jones. Me desculpe pelo atraso.
– Pelo amor de Deus, Emma. Esqueça essas formalidades, me chame pelo primeiro nome! Você sabe que por você eu espero o tempo que for necessário. Já pensou naquela minha proposta de jantar?
– Ô céus! Isso de novo? Eu não acredito que convocou uma reunião de urgência pra tentar me convencer a jantar com você. Eu sou uma mulher casada, Killian.
O Killian Jones era um dos meus melhores clientes. Na verdade, era o meu maior cliente daqui de Seattle. Ele era o dono de uma rede de lojas, fabricava e vendia as melhores bolsas e sapatos que eu conhecia, porém, era um mulherengo que vivia se metendo em problemas. Eu cuidava de todos os processos envolvendo as suas lojas e também dos seus processos pessoais. Ele tinha uma longa ficha de acusações de assédio, brigas em bar e coisas desse tipo.
– Não, Emma. Te chamei porque preciso que me livre de um pequeno probleminha. E, é claro, eu não perderia a chance de reforçar o meu convite para jantar e uma noite de sexo que o seu marido jamais será capaz de proporcionar.
Pobre Killian, completamente enganado sobre a minha vida sexual. Tenho certeza que qualquer um seria capaz de me proporcionar uma noite melhor do que as noites com o meu marido, afinal, praticamente não temos noites juntos. O sexo com o Neal é sempre aquela coisa café com leite. Luz apagada, um papai-e-mamãe, alguns gemidos falsos e pronto. Continuamos a reunião, entre negócios e cantadas. O Killian sempre me elogiando, falando que queria muito sair comigo nem que fosse só por uma noite.
– Tudo bem, o meu convite está sempre em aberto para você. Quando quiser, é só me avisar.
– Obrigada, Killian, mas eu te vejo só como cliente e amigo.
Não pude deixar de notar a sua cara de decepção. Ele tentou sorrir, me cumprimentou com um abraço, um beijo no rosto e saiu.POV Regina Mills
Eu estava nervosa, ansiosa, agitada. Entrevistar uma lenda no ramo dos advogados não era pra qualquer um. Eu não estava pronta. Maldita Bella, por que ela tinha que adoecer justo hoje? Essa entrevista estava totalmente fora da minha zona de conforto, mas tudo bem. Acalme-se, Regina. Você é uma ótima jornalista, você está preparada para encarar essa mulher, por mais carrancuda que digam que ela seja. Você é capaz. Afinal, o que pode dar errado? É só entrar lá, sorrir, fazer algumas perguntas... Nada vai dar errado. Pelo menos é o que eu espero.
O jornal para qual eu trabalho está fazendo uma matéria sobre pessoas jovens e bem-sucedidas. A Bella lutou muito para conseguir essa entrevista, é muito importante para sua carreira. Como ela adoeceu, me pediu que a substituísse, pois não saberia quando conseguiria outra chance de encontrar a dona da Swan-Cassidy Advocatus.
Já estava um pouco impaciente. Vi um homem muito bem vestido, e bonito, saindo da sala. Com certeza faria o meu tipo, se eu gostasse de homens. Alguns minutos depois, uma morena com mechas ruivas apareceu na minha frente.
– Senhorita Mills, a Sra. Swan já vai recebê-la.
– Obrigada!
Sorri, levantei, arrumei o meu vestido. Eu precisava causar uma boa impressão. Confesso que não fazia ideia de quem ia encontrar do outro lado daquela porta. Tudo o que eu sabia era que a Sr Swan tinha fama de ser um carrasco. E eu só sabia disso porque a Bella me falou, minutos antes de eu sair de casa. Caminhei, acompanhando a ruivinha. Atravessei a porta e segui até a escrivaninha que ficava bem no meio da sala. Assim que sentei em uma das poltronas a frente, a cadeira virou e eu pude observar o demônio loiro, me olhando com espanto.
– Então, é você?
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A GAROTA DO BAR
FanfictionSINOPSE: Emma Swan é uma advogada de sucesso, casada, mãe. Apesar de aparentemente viver em um mundo perfeito, a sua vida está longe disso. Emma, secretamente, costuma se aventurar com mulheres. Todos os seus encontros são casuais, até conhecer Regi...