45. Você voltou?

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~ capítulo especial ~

POV Regina Mills

Desde o meu término com a Emma, evitava a todos custa ir a Nova Iorque. Infelizmente, não poderia mais evitar a cidade. Para a minha surpresa, fui escalada para um evento. Tentei de todas as formas trocar com alguém. Ninguém queria ir para aquela cidade infernal.

Que ódio! Ir a Nova Iorque seria como relembrar tudo que passamos.

Hoje estava fazendo exatamente 27 dias que nós não nos víamos ou nos falávamos. Nesses dias, tudo que eu fiz foi pensar na Emma e no que eu havia feito. Depois de esfriar a cabeça eu entendi que me equivoquei ao sair de lá sem falar nada e, mais ainda, quando beijei outra na sua frente, na época que ela veio tentar conversar comigo.

Se eu tinha me arrependido disso? Com certeza. Me arrependi no mesmo instante em que fiz. Sé que, na hora, estava tão chateada com ela que não conseguia ver o tamanho da idiotice que estava fazendo. Zelena passou dias sem falar comigo. Me xingou horrores. Disse que eu era egoísta por deixar a mulher por quem estava apaixonada ir embora assim.

O fato é que ela tinha razão. Fui uma egoísta idiota. Deveria ter conversado com ela. Deveria ter parado para ouvi-la. Ela teria me dado uma boa explicação. Por que eu fui ouvir uma desconhecida? Até aquele momento, Emma nunca havia me feito duvidar dos seus sentimentos. Eu sabia que ela ainda estava usando a aliança. No meu subconsciente, eu sabia. E eu não poderia exigir que ela apagasse o seu passado assim. Afinal, eles viveram juntos por quase uma década. Isso não some em poucos meses.

Emma enfrentou o mundo por mim. Largou seu marido, seu casamento supostamente perfeito. Mudou a vida do seu filho. Emma saiu do armário por mim! Eu deveria ter valorizado isso. Infelizmente, agora era tarde demais. Emma jamais iria me ouvir depois do que eu fiz. E ela tinha razão. Eu não merecia seu perdão.

O voo de Seattle a Nova Iorque pareceu ainda mais longo. O sentimento de culpa que acompanhava os meus pensamentos não me deixava dormir.

Depois do que pareceu ser uma eternidade, finalmente desembarcamos. Já estava muito tarde. Fomos direto ao hotel. O dia seguinte seria muito longo, trabalharíamos o dia todo cobrindo um evento no shopping.

Pelo menos a Bella estava na mesma equipe que eu. Dessa forma, não iria me sentir tão sozinha. Apesar de que absolutamente ninguém conseguiria preencher o vazio deixado pela Emma.

Pedimos comida no hotel mesmo. Ninguém da equipe estava afim de sair. Portanto, optamos pelo serviço de quarto. Jantamos e comemos um monte de guloseimas, até pegarmos no sono.

No dia seguinte, levantamos cedo, fizemos nossa higiene, nos vestimos e descemos para o café da manhã. Assim que nos alimentamos, fomos para o shopping começar a organizar tudo.

Era a grande inauguração de uma praça de eventos dentro do maior shopping de Nova Iorque e nós fomos escalados para cobrir o evento todo. O lugar era imenso! Contava com espaço para shows, aniversários, área kids e muito mais.

Fomos instruídos a nos dividir em pequenos grupos, para que pudéssemos fazer uma maior cobertura ao vivo do evento. Bella e eu fomos para a área infantil. A ideia era fotografar, fazer vídeos, entrevistar pais e crianças... Coisas desse tipo.

O evento começou e, com ele, a nossa jornada de trabalho. O local estava muito cheio, sem dúvidas seria uma sucesso. Estava tudo ocorrendo bem. Até que eu ouvi alguém me chamando.

– Regina! Que bom te ver!

O menininho veio correndo na minha direção, se jogando nos meus braços.

– Henry! Que saudades...

Sim, a coisa mais improvável aconteceu. Em um shopping lotado, com centenas de crianças, o Henry me encontrou.

– Você vaio procurar a minha mãe? – ele perguntava curioso.

Meu coração parou ao ouvir essa pergunta. Rapidamente, meus olhos vasculharam todo o local, na expectativa de encontrá-la no meio dessa multidão. Antes que eu pudesse falar algo, o Henry completou:

– Ela não tá aqui.

Senti meu sorriso se desfazer.

– Quem te trouxe, Henry? Você está perdido?

– Meu pai me trouxe e eu acabei me perdendo dele. Que bom que eu te encontrei. Podemos tomar um sorvete rapidinho?

Fomos até a máquina de sorvete mais próxima de nós. Pedi um sorvete de chocolate com cobertura de morando e o Henry optou por um sorvete de flocos. Sentamos em uma das mesas e ficamos conversando.

– Sabe, Regina... A minha mãe tá bem triste depois que vocês brigaram. E você não parece estar tão feliz sem ela. Eu acho que vocês deveriam conversar.

– Eu sei, Henry. Eu adoraria conversar com ela. Mas eu fiz uma coisa ruim e a sua mãe não vai me perdoar.

Um lágrima escorreu pelo meu rosto. Assumir isso me deixava muito triste. Eu sabia que tinha errado com ela e entenderia ela não querer mais saber de mim.

– Regina, a minha mãe sempre me disse que devemos perdoar as pessoas que gostamos. E eu sei que ela gosta muito de você. Deveria ir atrás dela. Meu pai falou que ela tinha saído para jantar com um amigo, mas eu não gosto muito dele não.

– Tá vendo, Henry? A sua mãe está seguindo a vida..

– Claro que não! – ele me interrompeu – Você não percebe que isso é só mais uma tentativa de te esquecer?

Me surpreendi com a maturidade desse garoto.

– Henry! Finalmente te encontrei. Te procurei em todo lugar.. – Neal estava ofegante, provavelmente de tanto correr procurando o filho.

– Tá tudo bem, pai. A Regina me trouxe para tomar sorvete e bater um papo.

– Obrigada por cuidar dele para mim... Tem visto a Emma?

– Não precisa agradecer por isso... Bom, já faz um tempo que eu não a vejo...

– Eu estava agora mesmo falando pra ela que a mamãe saiu para jantar com aquele seu amigo bobão e que a Regina deveria ir atrás dela.

– O Henry tem razão, Regina. O Killian é um bobão e você deveria ir falar com a Emma.

– Vocês realmente acham que ela vai me ouvir depois de tudo?

Eles se olharam por um segundo e responderam juntos.

– Com certeza!

Aquilo me encheu de esperanças. Será que ela me ouviria depois de tudo que eu fiz? Sinceramente, eu esperava que sim.

– Ela me mandou mensagem alguns minutos atrás. Ainda está no restaurante. Não fica muito longe daqui...

Anotei o endereço em um guardanapo de papel e corri para pegar o primeiro táxi que passasse. Por sorte, foi bem fácil encontrar um disponível. Mostrei o pedaço de papel ao motorista e pedi que dirigisse o mais rápido possível. Estava ansiosa para vê-la. Assim que o carro parou, entreguei o dinheiro ao motorista e desci, com o coração acelerado.

Olhei em volta e rapidamente meus olhos encontraram o que eu tanto procurava. Lá estava ela. Parada, ao lado do seu carro. Sorri ao vê-la. Me aproximei, devagar. Ela estava acompanhada de um homem, que estava prestes a beijá-la. E eu não estava preparada para ver essa cena.

– Com licença, você poderia se afastar da minha namorada?

Emma me olhou espantada. Por um segundo, achei que seus lindos olhos esverdeados iriam saltar para fora do seu corpo.

– Regina... Você voltou?


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