53. Preciso de uma explicação, Emma

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~ CAPÍTULO ESPECIAL ~

POV Regina Mills

Assim que acordei, senti falta da Emma na cama. Henry continuava ali, dormindo delicadamente ao meu lado. Senti um cheiro forte de café. Ela estava na cozinha. Desci e a abracei por trás, dando um beijo no seu pescoço.

– Bom dia, amor da minha vida.

– Bom dia, meu amor. Senta aqui, fiz café.

Emma sempre acordava cedo para me mimar e cuidar do Henry. Seus pequenos gestos faziam toda a diferença para mim.

Eu nunca tive uma mãe tão presente quanto a Emma é para seu filho. Na verdade, minha irmã e eu sempre fomos mais apegadas ao nosso pai. Cora Mills não era um bom exemplo de mãe afetiva. Ela sempre bateu na tecla que deveríamos nos casar com homens bem sucedidos. Imaginem a surpresa dela quando a sua caçula se revelou lésbica. A mulher quase teve um infarto!

Por outro lado, nosso pai, sempre nos aconselhou a procurar o amor. Lembro-me das suas palavras "Filha, esteja sempre com quem você ama e todo o resto virá. O amor é a maior riqueza desse mundo!". De qualquer forma, a minha mãe seguiu o seu próprio conselho. Casou-se com o meu pai, um médico renomado que tinha como maior sonho ter o seu próprio negócio. Assim, meu pai trabalhava em um hospital durante o dia e a noite abria o seu bar, que por coincidência ficava bem próximo ao hospital.

Depois da aposentadoria, meu pai dedicou o resto de sua vida ao bar. Quando ele faleceu, minha mãe decidiu que não queria continuar com o negócio, passando-o para minha irmã mais velha. Zelena estudou administração e contabilidade, para garantir que tocaria o negócio do nosso pai da melhor forma possível. Já a Cora, decidiu viajar o mundo todo e gastar cada centavo deixado por Henry Mills.

Sim, o filho da Emma tinha o mesmo nome do meu pai. Fiquei bastante surpresa quando descobri isso e encarei como um sinal ou uma forma de mantê-lo vivo dentro de mim. Depois que ele se foi, Zelena foi a única pessoa que cuidou de mim.

Minha mãe costumava ligar uma ou duas vezes na semana, mandava postais e muitas fotos das suas aventuras. Apesar de tudo, eu a amava. E ela sabia ser carinhosa, quando queria. É claro que isso não acontecia com frequência.

Quando me assumi ela surtou. Gritou horrores. Disse que eu era a vergonha da família. Eu a ignorei. Sabia que as suas palavras eram da boca para fora. Assim que o susto passou, ela voltou atrás e se desculpou. Zelena e o meu pai sempre me acolheram. Dessa forma, o mais próximo que tinha do amor de uma mãe, era o amor da minha irmã.

A forma como Emma travava o Henry me fazia querer encher uma casa de filhos. Ora, que pensamentos são esses, Regina? Outro dia, quando o menino perguntou sobre um possível casamento, Emma congelou, quase caiu para trás de tão assustada. De onde eu tirei essa ideia de filhos, se a minha namorada nem se quer pensar em casar comigo?

Afastei todos esses pensamentos. Ao ouvir o celular da Emma tocar. Segundo ela, era da escola do Henry. A sua aula havia sido cancelada e alguém precisava cuidar dele. Eu prontamente me voluntariei. Estar com ele amenizava um pouco a saudade do meu pai. Além disso, eu poderia brincar e ensiná-lo as minhas brincadeiras preferidas.

Assim que Emma saiu, Henry e eu decidimos fazer uma guerra de bexigas. Enchemos várias bexigas de cores variadas com água e brincamos no quintal. Logo, outras crianças da vizinhança vieram pedir para se juntarem a nós. É claro que aceitamos!

Depois, brincamos de pique esconde e formamos dois times para jogar futebol. Para ser justa com as crianças, eu fiquei de fora, ajudando-os. O dia passou bem rápido. Logo deu hora de almoçar.

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