51. Posso dormir com vocês?

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POV Regina Mills

As perguntas do Henry sempre nos deixavam sem graça. Dessa vez, não seria diferente.
Emma e eu nunca falamos sobre casamento. Eu não tinha a menor ideia do seu posicionamento sobre isso. 

Ela tinha se separado a alguns meses e, sinceramente, não acho que fosse querer outro relacionamento tão sério por hora. 

Quanto a mim, bom, eu nunca casei. Na verdade, eu nunca se quer havia pensado sobre isso. Sempre fui muito bem resolvida com a minha vida de solteira. Sempre estive bem com as minhas escolhas. Até agora. A pergunta do Henry me fez repensar tudo o que eu achava que queria para mim. De repente, lá estava eu, sonhando com um casamento. Imaginando a Emma de branco, no altar, me dizendo "sim". 

Entretanto, a cara de pavor da Emma com essa pergunta, fez meu sonho descer pelo ralo.
A sua reação era compreensível. Estava tudo muito recente. A sua separação, o nosso relacionamento... 

De qualquer forma, isso não me fazia duvidar dos sentimentos dela. Aprendi, nos últimos dias, que deveria confiar em nosso relacionamento acima de tudo. Então, era isso que eu iria fazer. Confiar na Emma e no nosso amor. Acreditar que, no tempo certo, as coisas aconteceriam. 

Emma continuava pálida. Sem saber o que responder. Tentei te dar uma força. 

– Olha, Henry, você não acha que tá muito cedo para essas perguntas? 

– Não acho não. Vocês se amam. Deveriam ficar juntas. 

– Nós estamos juntas, meu filho. – Emma finalmente conseguiu abrir a boca – Mas algumas coisas levam tempo... 

– Não quer dizer que a gente vá terminar. Talvez só não estejamos prontas para esse grande passo. 

– Ainda... – Emma completou. 

Emma me olhou, como se tentasse me tranquilizar. 

– Vocês adultos são tão complicados... 

Rimos com o Henry e seguimos nosso passeio. Vez ou outra, entravamos em alguma loja. Emma é super consumista, quando se trata de bolsas e sapatos. Eu, por outro lado, estava sempre olhando vestidos. 

– Você sabe que eu vou roubar alguns dos seus sapatos, certo? 

– De jeito nenhum, Regina. Se gostou peça um par para você. 

– A minha mãe tem muito ciúmes dos calçados dela... Não adianta, Regina. 

Henry tinha razão. Emma não ligava se eu usasse suas roupas, se mexesse em suas coisas. Mas suas bolsas e sapatos eram território proibido.

POV Emma Swan

Meu filho, como sempre, me meteu em uma saia justa. Eu amava a Regina e sabia que queria ficar ao seu lado o resto da minha vida. Entretanto, não me sentia preparada para casar. Não agora. 

Havia acabado de me divorciar. Por sorte, foi uma separação tranquila e muito amigável. Ainda assim, queria estar completamente segura quando pedisse a sua mão em casamento. Para minha surpresa, Regina pareceu bem compreensível com toda a situação. Isso me deixou extremamente feliz. 

Superada essa crise, seguimos o nosso passeio pelo shopping. Paramos em algumas lojas, estava precisando de alguns sapatos novos. Regina aproveitou para olhar alguns vestidos.
Enquanto isso, meu filho estava sentado, observando e opinando em tudo. 

– Já chega, né mãe? Com esse já são quatro pares de sapatos novos... 

Henry parecia cansado de esperar. 

– E o pior, nem se quer vai me deixar usar algum... 

Pronto. Minha namorada e o meu filho fizeram um complô contra mim. 

De fato, eu sou bem ciumenta com meus sapatos. Minhas bolsas também. Da mesma forma que a Regina é apegada aos seus vestidos e terninhos. Ela tem um monte deles. E lá estava ela provando mais alguns. 

Decidimos que continuaríamos as nossas compras outro dia. Já estava tarde, Henry precisava dormir. 

Fomos para casa. Deixei a Regina no quarto, se preparando para dormir e fui arrumar o meu filho. Ajudei-o no banho, a escovar os dentes, escolhemos um pijama limpinho. Coloquei meu menino na cama, beijei sua testa como sempre fazia e apaguei as luzes. 

– Dorme bem, meu amor. 

Saí do quarto dele e voltei ao meu. 

Regina já me esperava na cama, com uma camisola preta. Meus olhos arderam de desejo ao vê-la. Ela era linda de qualquer forma, mas assim, ao natural, se tornava a mulher mais atraente do mundo. 

Joguei-a na cama, beijando-a com muito desejo. Ansiava por esse momento desde que nós nos reconciliamos. O clima estava esquentando. Regina subiu no meu colo. Me beijava com vontade, enquanto as suas mãos passeavam pelo meu corpo. 

Ouvimos uma batida na porta. 

– Eu tive um pesadelo... Posso dormir com vocês? 

Eu nem tive tempo de responder. Regina pegou o Henry e colocou na cama conosco. 

– É claro que sim, Henry. – ela respondia fazendo carinho no cabelo dele. 

Acho que a nossa noite quente vai ter que esperar mais um pouquinho.

A GAROTA DO BAROnde histórias criam vida. Descubra agora