46. Achei que passaria a noite comigo

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~ capítulo especial ~

POV Emma Swan

Quando ouvi a voz da Regina meu corpo todo congelou. Senti uma arrepio na espinha, seguido de uma enorme sensação de paz. Ela estava bem aqui, parada na minha frente, me impedindo de cometer o maior erro da minha vida.

Nesse momento, o mundo parou para mim. Nada mais existia. Éramos apenas ela e eu. Não importava o que tivesse acontecido. Não importava mais quem errou. Tudo que importava era a sua presença.

– Regina... Você voltou?

O sorriso que se formou em seu rosto era a resposta que eu esperava.

– Você me aceitaria de volta?

– É claro que sim!

Demorei a acreditar que isso era real. Regina se aproximou e me deu o beijo mais doce e cheio de saudades do mundo.

– Hãm, hãm. – Killian pigarreou.

Paramos o beijo ao lembrarmos da sua presença. Ele estava paralisado, observando essa cena toda.

– Então, Swan. Pelo que vejo, não importa o que eu faça, nunca vou ser o dono do seu coração. Agradeço por ter aceitado jantar comigo e pela ótima companhia, mas eu sei reconhecer quando perco uma batalha... E essa aqui, bom, eu não tenho a menor chance! Aproveitem a noite, garotas.

Ele foi se afastando de nós.

– Killian! – eu o chamei e ele parou para me olhar novamente – Obrigada por compreender.

O senhor Jones sorriu e nos deixou a sós.

Finalmente, pude voltar a minha atenção para a morena a minha frente. Não tinha noção do quanto estava com saudades dela, até esse momento.

– Como você me achou?

– Tive um pequeno ajudante.

Regina deu uma piscadela e isso me fez ter certeza que o Henry estava envolvido nessa história. Passei minha mão em volta da sua cintura. Estava feliz demais. Entretanto, eu sabia que precisávamos conversar. O que eu não sabia era se eu queria ter essa conversa agora.

Estive longe da Regina por tanto tempo que a essa altura eu não tinha certeza se queria estragar esse momento mágico com uma conversa séria, que nos faria chorar. A julgar pelo seu olhar, acho que ela também sentia a mesma coisa.

– Você tá com fome? Eu acabei de comer, mas posso te acompanhar em um vinho enquanto você janta.

Ela concordou. Entramos no restaurante. Pegamos uma mesa e a Regina fez seu pedido. Enquanto ela comia, eu a observava em silêncio, bebericando o meu vinho. Apesar de ninguém falar nada, estávamos em um momento tão bom, que nenhuma das duas queria que acabasse.

Quando Regina finalmente terminou de comer, pedimos a conta. Ficamos nos olhando, em silêncio. Até a Regina quebrar o gelo.

– Você sabe que precisamos conversar, né?

– Sim, eu sei.

Saímos do restaurante de mãos dadas e decidimos caminhar um pouco pela rua, para aproveitar a companhia uma da outra. Acabamos encontrando uma pracinha, onde sentamos para conversar.

– Emma.. Eu sinto muito por tudo. Espero que você possa me perdoar por tudo que eu fiz.

– O que aconteceu naquela noite? – perguntei já entre lágrimas – Nós estávamos tão bem, porque você foi embora?

Relembrar aquele dia me doía bastante. Estive esse tempo todo reprimindo meus sentimentos, mas agora, não podia conter as lágrimas que insistiam em escorrer pelo meus rosto.

Regina me contou tudo o que aconteceu. Da mulher no banheiro falando sobre as minhas supostas ex namoradas, da aliança, do Neal. Tudo.

– Você continua usando... – ela falou tristonha.

Meu primeiro instinto foi olhar para o meu dedo. Ainda estava com a minha aliança. Assim como Neal também continuava usando a dele. Isso não significava que o nosso divórcio era falso. Longe disso. Essa aliança tinha uma significado muito importante para mim.

– Regina, eu nunca tirei essa aliança. Ela é muito importante para mim. Representa a minha amizade com o Neal, que se tornou ainda mais forte quando nos separamos. – parei por um segundo para olhá-la nos olhos – Também é um lembrete, para que eu nunca mais tente viver agradando as outras pessoas. Os anos que passei com o Neal foram maravilhosos, mas eu não estava completamente feliz. Olhar essa aliança me faz lembrar de tudo o que eu vivi e, principalmente, de como não quero mais viver. Espero que você compreenda isso.

– Eu entendo, Emma. Ele foi uma parte importante da sua vida. Você não deveria ter que apagar o seu passado por mim...

– Eu não poderia, nem se quisesse. Sinto muito.

– E quanto ao resto? Suas ex namoradas?

– Eu nunca tive uma namorada, além de você. Na verdade, nunca tive um relacionamento sério além de você e o Neal. Provavelmente alguma mulher maldosa aproveitou do seu ciúmes para causar discórdia. Mas não se preocupe. Eu vou descobrir quem ela é e ela vai pagar por isso! Eu te juro, Regina, o único ex que você vai precisar lidar é o pai do meu filho.

– Eu acho que dou conta! – rimos juntas e depois a Regina mudou completamente o semblante, passando a ficar muito séria – Você poderia me perdoar por aquele beijo? Não tem ideia do quanto eu me arrependo daquilo.

Lembrei da cena e de como aquilo partiu meu coração. Entretanto, as palavras de Regina me pareciam bastante sinceras. Eu gostava dela e queria estar ao seu lado. Não havia motivo para mais drama.

Acho que a minha demora para responder deixou a Regina aflita. Quando me dei conta, seu rosto estava coberto por lágrimas.

Levei minha mão até as suas bochechas. Sequei as suas lágrimas e a beijei. Ela retribuiu o beijo, colocando a mão no meu cabelo.

Infelizmente, fomos atrapalhadas pelo celular da Regina que não parava de tocar.

– Preciso atender, Emms.

Regina atendeu a ligação e eu pude ouvir uma moça histérica do outro lado da linha.

"Oi, Bella. Não, eu não fui sequestrada. Tá tudo bem. Logo estarei com vocês novamente. Peça desculpas ao pessoal por mim."

Esperei que ela finalizasse a ligação.

– Ainda..

– O que disse, Emma?

– Você não foi sequestrada ainda.

Ela gargalhou. O som da sua risada aqueceu meu coração.

– Era a minha amiga Bella. Estava preocupada porquê eu sumi no meio do evento. Você poderia me levar até o restante da minha equipe?

Fiquei desapontada com esse pedido. Não queria ficar longe dela.

– Achei que passaria a noite comigo...

– E eu vou... Mas antes preciso ir até o hotel pegar as minhas coisas.

Regina levantou do banco e me puxou. Caminhamos de volta até o meu carro e, de lá, fomos ao encontro dos seus colegas de trabalho.

Ao chegarmos, Regina me apresentou a todos.

– Oi, pessoal. Gostaria que conhecessem a minha namorada, Emma.

– Uau! Agora sabemos porque ela sumiu do evento.

– Deixa de ser bobo, Graham.

Regina arrumou as suas coisas, se despediu dos seus amigos e fomos para casa.

Por incrível que pareça, naquela noite, nós nos deitamos e dormimos de conchinha. Apesar de estarmos sedentas uma pela outra, esse momento estava tão gostoso que nós só queríamos nos abraçar e trocar carinhos.


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