A GAROTA DO BAR

05. Consegue disfarçar?

POV Regina Mills

Saí do escritório da Emma as pressas. Sem coragem de olhar para trás. Levaria algum tempo até que a minha cabeça conseguisse processar tudo. Eu beijei a Emma Swan. A lendária Emma Swan. Na verdade, eu fiz bem mais que beijá-la. Eu fui para a cama com ela. Sinceramente, eu jamais imaginaria que a loira quente com quem havia flertado na noite anterior seria uma milionária, casada e mãe. Ok, Regina. Já passou. Peguei o meu carro, que estava estacionado do outro lado da rua e segui para casa. Eu precisava descanar.

– Sis? Você está em casa?

A casa estava em completo silêncio. A Zelena devia estar fora. Tomei um banho e deitei. Eu precisava dormir, mas a minha cabeça estava tão cheia. Eu já havia saído com mulheres comprometidas antes. Já havia transado com mulheres que são casadas com homens, mulheres que tinham filhos. Isso nunca foi problema. Por que o fato de a Emma ser casada e ser mãe me incomodava tanto?

Provavelmente por que isso eliminava todas as minhas chances de vê-la novamente. Meu Deus! Você consegue se ouvir, Regina? Consegue ouvir os seus próprios e bizarros pensamentos? Foi só um sexo casual, daqueles que você faz com frequência. Por que diabos você está pensando em encontrá-la de novo? Estava tão entretida em meus pensamentos que nem se quer notei a Zelena entrando no meu quarto.

– Regina, precisamos conversar!

Como sempre, a minha irmã mais velha estava usando a sua autoridade.

– O que eu fiz, dessa vez? – revirei os olhos.

– Gina, eu já te pedi pra parar de paquerar as minhas clientes. Pelo amor de Deus, todo dia eu tenho que ouvir as mulheres chorando e falando o quanto você é incrível na cama e o quanto elas se sentiram usadas quando você não ligou no dia seguinte.

– Ô mana, me desculpa. – Fiz cara de dó – Eu preciso te contar da loira de ontem. Você não vai acreditar! É a Emma Swan. A mesma que eu fui entrevistar hoje.

– É sério? E aí? Rolou um flashback?

– Ah, não, Zel. A noite foi maravilhosa, mas ela nem se quer havia me falado seu nome. E hoje eu descobri que ela é, além de milionária, esposa e mãe. Está bem claro que eu fui só um sexo lésbico casual, fora do casamento perfeito, com o marido perfeito.

POV Emma Swan

Ver a Regina me fez lembrar da noite anterior e isso me fez perder totalmente o foco no trabalho. Eu queria saber mais sobre ela. Liguei meu notebook e comecei a pesquisar, afinal, qual a melhor forma de saber sobre a vida de alguém, se não nas redes sociais? Alguns clicks e voilà, estava bem na minha tela. Regina Mills, 26 anos, jornalista, solteira. Aparentemente, alguém que curte muitas festas e mulheres. Seu perfil estava cheio de fotos em boates e todas elas cheias de likes e comentários femininos. Hum, Regina era uma sedutora. Mais alguns clicks e lá estava eu, babando em cada foto que ela já havia postado. Continuei stalkeando as suas redes socais, até ser interrompida pela minha secretaria.

– Com licença Sra. Swan, devo pedir o seu almoço ou a senhora vai almoçar fora?

– Pede comida tailandesa, por favor, Ruby. E um vinho. Eu preciso beber.

– Tudo bem, volto em alguns instantes.

POV Regina Mills

Zelena e eu ficamos conversando a tarde toda sobre homens, mulheres, bebidas e festas. A minha irmã era bem reservada. Sempre esteve disposta a ouvir sobre as minhas aventuras sexuais, mas era completamente diferente de mim. Zelena não era casada, nem tinha filhos, mas era muito responsável e cuidadosa com tudo. Completamente diferente de mim. Eu que sempre fui a ovelha negra da família. Me recusei a dar continuidade ao negócio dos nossos pais para cursar a faculdade de jornalismo. Até porque, sejamos sinceros, eu levaria o bar a falência em poucos meses, bebendo como eu costumo beber. Estava assistindo um filme com a Zel, quando meu celular começou a tocar.

Ligação on

- Alô? - Atendi ao número desconhecido, sem ter a menor noção de quem seria.

- Regina?

A voz do outro lado soou conhecida. Me deixando completamente surpresa e indignada.

- Emma? Por que você está me ligando? Como conseguiu meu número?

- Quero te convidar pra tomar um drink. Hoje.

- Não. Eu agradeço, mas não.

- Tudo bem, estarei te esperando as 21h no endereço que vou te mandar por SMS. Ficarei feliz se aparecer. É a minha última noite em Seattle... Até mais, Regina.

Ligação off

Ela simplesmente desligou.

POV Emma Swan

Eu sabia que era errado ligar para a Regina. E sabia mais ainda que ela não queria me ver, mas eu não poderia ir embora em paz se nem se quer tentasse. Conseguir seu número pessoal foi bem fácil, algumas ligações e pronto. Todos queriam agradar Emma Swan. Exceto a Regina. Devia ser por isso que eu a queria tanto. Tomei um banho, me vesti e fui ao local combinado. Procurei por uma mesa discreta, lá no fundo. Sentei, pedi uma tequila e fiquei esperando.

Eu não sabia ao certo quanto tempo havia passado. Já tinha perdido as contas de quantas doses de tequila havia tomado. Olhei para o relógio. Quase 21:30. Ela não viria. Eu fui uma idiota. Não devia ter ligado. Estava prestes a levantar, quando vi aqueles olhos penetrantes procurando por mim, em meio a multidão. No instante em que os nossos olhares se encontraram, não pude conter o sorriso que se formou involuntariamente em meu rosto. Regina caminhou ao meu encontro e sentou-se bem a minha frente.

– Desculpe-me pelo atraso.

– Fico feliz que tenha vindo.

Chamei o garçom e pedi mais uma rodada de bebidas. Ficamos nos olhando e bebendo em silêncio.

– Você é muito bonita.

Ela não respondeu o meu elogio. Discretamente, tirei o meu sapato e passei a ponta dos dedos nas pernas de Regina, por baixo da mesa. Enquanto isso, bebericava um pouco da minha dose e sorria, provocante. Subi o meu pé ate o meio das pernas dela e pude notar o seu olhar curioso.

– Surpresa! Consegue disfarçar?

– Sim... - foi a única palavra que Regina conseguiu sussurrar, em meio aos suspiros.

Continuei acariciando a sua intimidade. Tentava fazer movimentos leves e precisos. Enquanto isso, observava Regina. Ela se contorcia discretamente e me olhava nos olhos. Sentia sua intimidade se abrir a cada toque meu. Seu centro estava úmido, quente. Olhei para Regina mais uma vez. Um sorriso extremamente malicioso se abriu enquanto seu corpo estremecia. Eu conhecia aquele sorriso. Regina acabara de gozar.