40. Dê tempo ao tempo

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POV Zelena Mills

Eu não podia acreditar no que meus olhos viam. A minha irmã é uma burra! Sei que a Emma errou, mas ela estava tentando se desculpar. Abandonou a sua vida, seu filho, pegou um voo de quase 7h para falar com a Regina, e o que a tapada da minha irmã fez? Beijou outra na frente dela.

Emma saiu desolada. Chorando. Corri até ela.

– Emma! Espera!

– Como ela pode fazer isso, Zelena? – dizia entre lágrimas.

– A minha irmã ta sendo infantil. Eu sinto muito por isso.

– Não é culpa sua. A Regina fez uma escolha. Ela decidiu por nós duas. Eu vou embora.

– Espera, Emma. Você acabou de chegar. Pelo menos descanse um pouco.

– Preciso ir, Zelena. Obrigada por tudo. Amei te conhecer e sempre vou ter um carinho enorme por você.

Emma me abraçou muito forte. Eu sabia que aquele era o fim. Fiquei observando enquanto se afastava de mim. Ela pegou um táxi e sumiu.

Voltei para o bar. A Regina não tinha a menor ideia da merda que tinha feito. Estava bêbada demais, agarrada com algum desses casinhos. Não falaria com ela hoje, mas amanhã ela iria me ouvir!

POV Emma Swan

Ver a Regina beijando outra assim me destruiu. É claro que eu já tinha visto isso antes. Mas, diferente de agora, na outra vez ela não fez de propósito. Também estava chateada comigo, mas não fez por maldade. Ela nem sabia que eu estava vendo.

Agora foi diferente. Eu estava parada bem na sua frente e ainda assim ela o fez. Queria me magoar. Queria me tingir. E conseguiu. Vim a Seattle para me reconciliar com ela, mesmo sem saber o motivo de sua fúria. Se ela acha correto fugir sem nem me contar o que exatamente eu fiz de errado, tudo bem. Mas eu, Emma Swan, não iria mais procurá-la.

Peguei o primeiro avião de volta a Nova Iorque. Eu iria seguir a minha vida. Ou pelo menos tentaria. Sabia que toda a paixão que eu nutri por ela não sumiria da noite para o dia. Entretanto, eu lutaria com unhas e dentes para esquecê-la.

No dia seguinte, quando finalmente cheguei em casa, já era de tarde. Senti que precisaria de apoio, de aconchego. Procurei o meu pai.

"Pai, o senhor tem um tempinho para mim hoje?"

Era incrível como ele sempre me respondia na mesma hora.

"Claro, vamos tomar um café!"

Me troquei, fiz uma make leve. Precisava disfarçar a cara de derrota. Peguei meu carro e fui até uma cafeteria. Meu pai já estava lá me esperando. Assim que entrei, pude vê-lo acenando para mim.

– Minha filha, como você está?

– Estou bem, papai. – tentei disfarçar.

– Tá mesmo? Não mente para o seu pai. O que está te aborrecendo?

Acabei contando o que estava acontecendo.

– Regina foi embora. Saiu no meio da festa, e voltou para Seattle.

– O que aconteceu com vocês? Estavam tão felizes.

– Eu não sei, papai. Estava tudo bem. De repente ela ficou chateada comigo e saiu sem me dá a menor explicação.

– Você foi procurá-la?

– Sim. Fui a Seattle e a encontrei beijando outra.

Lembrar disso era doloroso. Senti meus olhos marejarem. Meu pai me abraçou, como se quisesse tirar toda essa dor de mim. Ali, senti-me segura para chorar.

– Eu sinto muito, Emma. Espero que algum dia vocês se entendam novamente.

– Você acha que isso é possível?

– Não podemos perder as esperanças no amor, minha pequena. Dê tempo ao tempo. Se for para ser, vocês irão se reencontrar em algum momento da vida.

– Espero que não seja tarde demais...

Os conselhos do meu pai sempre me acalmavam. Engraçado, a maioria das garotas preferiam conversar com as mães. Mas eu não. Sempre tive uma ligação mais forte com o senhor David Nolan. Minha mãe entenderia, é óbvio, mas o mau pai sempre foi meu confidente.

POV Neal Cassidy

As coisas não estavam bem entre Emma e Regina. Queria poder ajudar, mas não havia muito o que eu pudesse fazer. Mandei flores, os chocolates preferidos dela e a convidei para sair por mensagem.

"Emms, tá afim de sair? O Henry ta pedindo muito para ir ao cinema. Quer ir conosco?"

Sabia que ela estava triste e queria muito animá-la.

"Claro! As 19h? Ah, Neal, Obrigada pelas flores e chocolate."

Pronto. Agora era só esperar a hora e escolher um filme bem divertido. Assim, ela daria boas risadas e se sentiria melhor, nem que fosse só um pouquinho.


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