A GAROTA DO BAR

49. A loira

POV Regina Mills

Emma acabara de me proporcionar um dos melhores orgasmos. Me vesti novamente e fui ao banheiro retocar a maquiagem e arrumar o cabelo. Já era quase meio dia e logo sairíamos para almoçar. Precisava estar apresentável.

– Amor, onde fica o banheiro?

– Porta azul, no fim do corredor. Quer que eu te acompanhe?

–Não precisa. Eu já volto.

– Tudo bem, vou organizar as coisas aqui pra gente ir almoçar.

Deixei a Emma em sua sala e fui procurar o banheiro. Por sorte, consegui achar com facilidade. Entrei, arrumei meu cabelo, retoquei o batom, ajustei a minha roupa e voltei, desfilando pelo longo corredor.

O elevador se abriu, pude ouvir algumas mulheres conversando. A voz de uma delas me chamou atenção. Fiquei observando, de longe, a moça loira. Era ela. A loira do banheiro. Eu precisava saber o seu nome e o porquê de querer me afastar da Emma.

– Com licença, Ariel...

– Pois não?

– Aquela loira que acabou de passar aqui... Como posso falar com ela?

– A Elsa? Ela fica no setor financeiro. Terceira porta a esquerda.

– Obrigada.

Saí destinada a confrontar a mulher que causou toda essa confusão entre a Emma e eu.

Segui as coordenadas que a Ariel me deu e, com facilidade, cheguei ao lugar. Assim que passei pela porta, a loira ficou assustada.

– O que você faz aqui?

– Só vim te avisar para nunca mais tentar ficar entre a Emma e eu.

– Queridinha, eu só não estou entre vocês por que eu não quero. Além do mais, eu só te fiz um favor! Emma só brinca com as pessoas. Porque acha que você é diferente?

– Eu a amo. E ela também me ama.

A mulher gargalhou.

– Você é muito ingênua, não é? Emma só usa as pessoas para se satisfazer. Ela não é capaz de amar ninguém. Emma Swan é uma vadia.

Não consegui me conter. Dei um tapa bem no meio da sua bochecha.

POV Emma Swan

Regina foi ao banheiro, mas estava demorando bastante. De repente, ouvi alguns gritos e a Ariel entrou na minha sala correndo.

– Emma, Regina e a Elsa estão aos berros.

Tudo fez sentido. Elsa era a tal loira que falou asneiras para a Regina no banheiro. Mais uma vez, meu passado estava me causando problemas.

Sim, Elsa e eu tivemos um lance. Para mim não passou de algumas transas no banheiro do escritório. Mas, na cabeça dela, eu a amava e largaria tudo por ela.

Eu nunca prometi nada disso. Quem me conhece sabe que eu não sou de fazer promessas. Estive com várias mulheres, em dias ou noites de sexo casual. Nunca disse que deixaria meu marido ou que assumiria qualquer uma delas.

Sempre deixei bem claro que só estava procurando na rua o tipo de prazer que eu não conseguiria em casa. Todas as minhas outras parceiras parecerem entender e aceitar isso numa boa. Mas a Elsa não. Ela sempre teve a ilusão de que formaríamos uma família, compraríamos uma casa na praia e adotaríamos três filhos e um cachorro.

Foi exatamente por isso que o nosso lance acabou. Ela queria mais e eu não podia oferecer. O pior é que esse nosso caso não era recente. Isso aconteceu a quase 5 anos. Desde então, ela persegue e assusta todas as mulheres com quem me envolvo. Como eu não pensei nisso?

Agora eu compreendia tudo e todas as acusações que a Regina fez. É óbvio que tinha dedo da Elsa nisso tudo. Na época em que decidi dar um basta no nosso caso, ela havia falado para algumas amigas que estávamos namorando. Isso nunca aconteceu. Nunca oficializamos nada. Nunca nem se quer conversamos sobre qualquer outra coisa que não fosse trabalho.

Lembro-me que, na época que ficamos a primeira vez, meu casamento estava um pouco estremecido. Essa é uma das desvantagens de trabalhar com o seu marido (ou ex). Sempre que vocês estiverem com algum probleminha, mesmo que tentem disfarçar, as pessoas acabam percebendo. Então, a Elsa percebeu que não estávamos tão bem e criou na sua cabeça oca a ideia de que eu o deixaria para viver com ela. É tanto que, quando o Neal e eu nos entendemos, ela ficou extremamente chateada, sentindo-se traída ou usada.

Segui com a Ariel até o lugar de onde vinham os gritos. Lá estava Regina, completamente alterada e a Elsa com marcas no rosto.

– Gina, o que aconteceu?

– Foi ela, Emma! Ela é a mulher que causou tudo. Achou pouco todo estrago que nos causou e ainda se achou no direito de te xingar. Eu não vou permitir isso nunca!

Regina estava aos prantos.

– Tá tudo bem, meu amor. Eu estou aqui, nós estamos bem. Seja lá o que ela falou, não importa.

Abracei a Regina para consolá-la. Assim que ela se acalmou, direcionei as minhas palavras a loira.

– Elsa, eu sinto muito que você tenha se sentido enganada. Essa nunca foi a minha intenção. Infelizmente, diante das suas atitudes, não posso permitir que continue trabalhando aqui. Por favor, arrume suas coisas. Farei uma carta de recomendação e espero que você tenha sorte em algum outro lugar.

Peguei na mão da minha namorada e saí daquele ambiente pesado.