10. Seattle

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POV Regina Mills

Terminei a matéria sobre a Emma. Estava ansiosa para o dia seguinte. A entrevista seria publicada e disponibilizada nos melhores jornais e sites do mundo. Ela merecia isso. Apesar de ter me tratado como objeto, ela era brilhante. Cresceu na mais alta sociedade e nunca se beneficiou da fama da sua família. Muito pelo contrário. Ela construiu a sua própria fama. Até uns dois anos atrás, as pessoas nem se quer sabiam de quem ela era filha.
Havia passado o dia todo pensando na Emma. Estava na hora de ir a caça. Tomei um bom banho, coloquei um vestido provocante, meu batom vermelho e fui ao bar da minha irmã. Como sempre, passei pela porta arrancando olhares e suspiros.

– Você nunca se cansa, não é? – a minha irmã indagava me vendo ignorar todas as mulheres do bar.

Eu não a respondi. Coloquei a minha mão atrás do balcão, peguei uma garrafa de tequila e me servi uma dose. Insatisfeita, Zelena continuou a falar:

– Engraçado. A única mulher que você não tem aos seus pés é exatamente a que você quer.

Cerrei os olhos e continuei bebendo. Infelizmente, a minha irmã tinha razão. Eu tinha todas essas mulheres se jogando em cima de mim, mas a minha cabeça estava na loira. Como alguém que eu só vi umas duas vez pode mexer tanto comigo?

POV Neal Cassidy

Acordei na manhã seguinte deitado no chão da sala. A minha cabeça estava latejando. Passei a mão na testa e meus dedos estavam sujos de sangue. O que aconteceu aqui? Onde está a Emma?

Me levantei com certa dificuldade e fui até o nosso quarto procurá-la. Ela não estava. A julgar pela cama perfeitamente arrumada, ela nem havia dormido em casa. Tomei um banho frio e dirigi até a casa dos meus pais. Precisava levar o Henry para escola.

Durante o trajeto, tentei mandei algumas mensagens para Emma. Ela não me retornou. Tentei ligar também. Sem sucesso. Celular desligado. Eu estava preocupado com ela. A minha cabeça ainda doía bastante e, para piorar, eu não conseguia lembrar de muita coisa da noite anterior. Pequenos lapsos de memória surgiam, mas não faziam sentido algum para mim.

Cheguei na empresa ainda desorientado. Fui direto a sala da Regina. Bati na porta, esperei... Nenhuma resposta. Fui até a mesa da sua secretária.

– Bom dia, Ariel. Por acaso você viu a Emma? Eu não a encontro em lugar algum..

– O senhor não soube? Ela voltou pra Seattle, a trabalho.

Não consegui esconder a surpresa. Emma fugiu de mim. Ela simplesmente fugiu de mim.

POV Emma Swan

Andei por todo quarteirão, na tentativa de processar tudo que havia acaba de acontecer. Mentalmente, agradeci a Deus por meu filho não estar em casa. Henry não precisava presenciar esse tipo de discussão. Andei de um lado para outro. Até que finalmente tive uma ideia: eu iria viajar. 

Voltei para casa. O Neal tinha adormecido no chão da sala. A sua cabeça estava machucada, provavelmente por causa do golpe que dei nele com o abajur. Subi as escadas as pressas. Peguei a minha mala e joguei algumas poucas roupas dentro. Peguei meu laptop, documentos pessoais e saí, completamente sem rumo.

No aeroporto, caminhei de um lado para outro, olhando o painel de embarque. Eu não fazia ideia de para onde iria, mas qualquer lugar seria melhor que aqui. Estava quase desistindo do meu plano de fuga, até que meus olhos viram o destino perfeito. Seattle. Comprei uma passagem só de ida e embarquei.

Eu não tinha certeza se era uma boa ideia. Mas, nesse momento, a única coisa que eu queria era rever a morena do bar. Regina. Pensar nela me acalmou o suficiente para me fazer adormecer. Só acordei quando o avião já estava pousando.

Por um instante, liguei meu celular. Precisava avisar no trabalho que estaria fora. Liguei para minha secretária.

Ligação on

 Bom dia, Ariel. Estou ligando apenas para avisar que estarei viajando a trabalho.

– Bom dia, senhora Swann. Qual o destino? Caso alguém importante me pergunte...

 Seattle.

 E a senhora sabe por quanto tempo vai ficar fora?

 Ainda não tenho certeza. Mas te aviso assim que souber. Por favor, mantenha-me informada de tudo que acontece na minha empresa enquanto eu estou fora.

– Não se preocupe. Serei seus olhos e ouvidos.

Ligação Off

Pude ver o que Neal também teve a cara de pau de me ligar e ainda deixou mensagens.

"Emma, onde você está? Estou preocupado com você."

"Olá, Emma. Tá tudo bem? Por favor, fale comigo."

"Oi, Emma. Sou eu de novo. Eu não me lembro do que aconteceu ontem. Por favor, apenas me ligue."

Não liguei de volta e não respondi as suas mensagens. Estava confusa e magoada demais para lidar com isso agora. Fui até o hotel e fiz o cheking . Olhei no relógio, eram 7h da manhã. Estaria muito cedo para uma bebida? Caminhei até o bar do outro lado da rua, na vã esperança de encontrar a minha deusa morena.

Como era de se esperar, ela não estava lá. Encontrei uma ruiva de olhos verdes. Lembro-me dela. Parecia ser muito próxima a minha Regina. Cerrei os olhos com esse pensamento. A ruiva caminhou em minha direção.

– Está muito cedo para procurar a Gina por aqui.

Gina. Repeti em pensamentos. Quem essa mulher pensa que é para colocar apelidinhos nela? Nem cheguei a responder. O ciúme deveria estar estampado na minha cara.

– Ela não te contou? Regina e eu somos irmãs.

Meu Deus, que papelão!

– Não.. a Regina não me falou que tinha irmãos.

– Claro.. Ela não entraria em detalhes da sua vida particular com alguém que se recusou a dizer o próprio nome.

Corei. Ela sabia. A Regina devia ter contato tudo e, com certeza, a sua irmã também me odiava.

– De qualquer forma, a noite deve ter sido, pra você voltar aqui por ela... – ela ria – Não se preocupe, avisarei a Gina que você esteve procurando por ela.

A GAROTA DO BAROnde histórias criam vida. Descubra agora