17. Acabou a palhaçada

811 67 6
                                    

POV Regina Mills

Dias se passaram e eu não tive mais notícias da Emma. O nosso último contato foi a mensagem dela dizendo que voltaria para casa com o Neal. Com certeza, eles estavam juntos. Há essa altura, deveriam estar transando loucamente em todos os cômodas da casa gigante que eu imagino que eles tenham. Eca. Esse pensamento embrulhou o meu estômago.

O fato é que, agora, eu precisava seguir a minha vida. Decidi que iria sair hoje. Liguei para a Bella e, com muito custo, consegui convencê-la a sair comigo. Nos arrumamos na minha casa. Coloquei uma saia preta de paetês e um cropped, deixando um pouco da minha barrida exposta. Coloquei um salto, passei meu batom vermelho e fiz algumas ondas no cabelo. A Bella já estava pronta. Sempre muito discreta, optou por um vestido nude. Pegamos as nossas bolsas e fomos para uma das boates mais badaladas da cidade.

A noite estava animada. Já estava no meu quinto ou sexto drink. Sinceramente já tinha perdido até as contas. A Bella já havia se engraçado com um carinha. Estava no maior amasso lá. Vez ou outra, beijava alguma mulher que passava, mas não passava disso. Eram apenas beijos vazios. A minha cabeça estava na Emma. Nenhuma mulher tinha o seu beijo, ou seu cheiro.

Continuei dançando e provocando as mulheres ao meu redor. Peguei mais um drink e vi uma morena me olhando. Me aproximei dela e a beijei.

POV Emma Swan

Entrei na boate para procura-la. Estava ainda mais lotado do que eu imaginava. Caminhei, entre as pessoas na esperança de encontrar a minha morena. Andei por todos os lados e nada de achá-la. Decidi ir ao bar. Pedi um gim tônica de morango. Estava sentada, bebericando o meu drink quando algo me chamou atenção. Puta merda! La estava a minha Regina, beijando outra mulher.

Aquela cena me deixou enfurecida, mas eu não podia culpá-la. Eu sumi. Não dei nenhuma notícia a semana toda. Tomei o resto da minha bebida e fui pegar a minha garota.

– Ok, Regina. Acabou a palhaçada. – disse arrancando-a dos braços da outra mulher.

– Emma... Eu.. É.. – ela ficou sem palavras – Me desculpa..

– Ta tudo bem, baby. Você já bebeu demais – tomei o copo da mão dela – A gente precisa conversar. Você veio de carro?

– Sim..

– Me dá as chaves. Vou te levar pra casa.

– A Bella.. Preciso avisá-la.

Depois de algumas voltas no salão, finalmente encontramos a amiga da Regina. Me ofereci para leva-la pra casa, mas ela já estava com um carinha e preferiu voltar com ele. Seguimos para o estacionamento, pegamos o carro e fomos rumo a casa da Regina. Por sorte, o GPS do carro dela ia me guiando, já que a Regina estava praticamente muda desde a hora que eu flagrei beijando outra. Finalmente chegamos. O condômino era bastante luxuoso. Passamos pelo porteiro, cumprimentamos e estacionamos em uma das vagas vazias.

– Apartamento 66. – foi a única coisa que ela disse.

Pegamos o elevador e subimos para o sexto andar. Regina ainda estava bêbada e evitava a todo custo fazer contato comigo. Por várias vezes, tentei olhar em seus olhos, mas ela simplesmente desviava o olhar. Chegamos ao apartamento. Abri a porta e a ajudei a entrar.

– Preciso de um banho. – ela mal pronunciou as palavras e saiu – Por favor, fique a vontade.

POV Regina Mills

A Emma me flagrou beijando uma mulher na balada. Eu não sabia como olhar para ela depois disso. Ela deveria estar muito chateada comigo. Ainda assim, ela me trouxe pra casa em segurança e em momento algum tocou no assunto do beijo. Era exatamente isso que estava me preocupando. Ela não brigou. Não gritou comigo. Ela apenas me trouxe para casa. Como eu iria encará-la depois disso? Estaria a Emma esperando um momento de fragilidade meu para brigar?

Entrei no chuveiro na esperança de afastar esses pensamentos e esfriar a minha cabeça. Coloquei na água quente. Estava muito tensa. Precisava relaxar. Será que ela ainda estaria aqui quando eu saísse do banho? Devo ter demorado pelo menos uma hora, tentando criar coragem para essa conversa. Saí do banho e fui ao meu pequeno closet procurar algo confortável para vestir. Peguei uma camisola de cetim branca e penteei meus cabelos. Estava voltando para a sala, procurando a Emma e então ouvi uma música vindo da cozinha. Caminhei lentamente até a porta e parei.

A Emma estava descalça, com os cabelos presos em um coque desarrumando e extremamente charmoso, cozinhando para mim. Enquanto mexia o molho, cantarolava um pagode junto ao rádio.

"Aconteceu

Minha vida estava no lugar

Tudo parecia se encaixar

Foi quando eu te vi

Escureceu

Tudo que era verdadeiro em mim

Num instante foi chegando ao fim

Foi quando eu te vi"

Nesse momento, a Emma notou aminha presença e parou de cantar com vergonha. Vi que suas bochechas coraram.

– Pode continuar, você canta bem.. – ela sorriu.

– Você demorou muito no banho e disse para ficar a vontade. – ela deu de ombros – Espero que não se importe por eu estar usando a sua cozinha. Não sabia se você tinha jantado...

– Eu tô faminta.

Olhei-a de cima abaixo. Ela deu um sorrisinho safado. Sinal que entendeu o recado.

– Senta. Vou te servir.

A Emma estava completamente a vontade na minha cozinha. Parecia que ela já sabia onde estava tudo. Ela preparou um macarrão penne à parisiense que, a julgar pelo cheiro, devia estar divino.

– Tomei a liberdade de abrir um vinho também. – ela disse já servindo duas taças.

– Não sabia que cozinhava.. Ou que cantava. Mas, sem dúvidas, a maior surpresa foi saber que você curte pagode.

– Você ainda não sabe muita coisa sobre mim, Regina.

Provei a sua comida.

– Nossa, está divino. Não me lembro de ter comido algo tão delicioso assim em toda minha vida.

Ela apenas sorriu e continuou comendo.

A GAROTA DO BAROnde histórias criam vida. Descubra agora