14. Divórcio

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POV Emma Swan 

Quando o Neal entrou naquele quarto eu simplesmente congelei. Não sabia o que dizer, não sabia como reagir. Abracei a  Regina, instintivamente. Ao mesmo tempo, me senti horrível por colocá-la naquela situação. 

– Acho que você deveria ir... Me desculpa. – ela não protestou, apenas recolheu suas roupas, vestiu-se e saiu. Seus olhos  carregavam tanta tristeza, isso partiu meu coração.

Assim que a Regina saiu do quarto, voltei a olhar para o Neal, que andava de um lado para o outro com as mãos na cabeça. 

– Porque? Qual o motivo disso, Emma? A gente tem uma briguinha e você corre para os braços da sua amante da vez? 

– Neal, senta aqui. Vamos conversar como pessoas civilizadas, por favor. 

– Não da, Emma. Não dá pra ser civilizado com você... Eu quero a guarda do meu filho. Ele não vai conviver com uma adúltera cretina.

– Então ele vai conviver com um cretino abusador? Qual é, Neal. Você sabe que o que tentou fazer comigo foi errado. 

Apesar das palavras pesadas, nos estávamos conversando com tom de voz baixo. Pelo menos isso. Aqui no hotel, ele não iria fazer barraco. 

– Você sabe que a gente precisa dar um fim nisso, certo? – perguntei, na vã esperança de que ele concordasse e tudo ocorresse de forma tranquila. 

– Claro que sim. O mundo precisa saber quem é a boa filha dos Nolan's. 

– Por favor, Neal. Vamos resolver de forma tranquila. O nosso casamento não é o mesmo a anos. Eu te amo, mas não como marido. 

Ele ouvia minhas palavras e suas lágrimas escorriam. Eu não queria vê-lo assim. Eu não queria que fosse dessa forma. Eu não queria magoa-lo.

– O que a gente faz, Emma? Eu te amo, mas eu não consigo mais viver dessa forma. Eu quero que você me ame, eu quero ser feliz e quero te fazer feliz também.

– Você sempre vai ser uma parte importante da minha vida. Meu melhor amigo, meu primeiro amor, o pai do meu filho. Mas você merece alguém que te ame e que possa retribuir todo o amor que você tem pra da. 

A essa altura, Neal e eu estávamos chorando. Ele sentou na cama ao meu lado e me deu um abraço forte. 

– Eu sinto muito, Emms. Sinto muito por você está infeliz, sinto muito pelo que fiz na outra noite... 

– Tá tudo bem – eu o interrompi – nós vamos ficar bem e, acima de tudo, sempre seremos uma família. 

– Pelo amor de Deus, coloca uma roupa. Eu fico desconcertado com você assim. 

Gargalhando juntos. Eu me vesti, liguei para a recepção do hotel e pedi que entregassem um café da tarde no quarto. Tínhamos muito o que conversar. 

Neal e eu tomamos café, enquanto discutíamos os termos do nosso divórcio e como faríamos tudo. Optamos por fazer essas mudanças aos poucos, para a segurança do Henry. A o nosso patrimônio seria dividido igualmente entre nós. Continuaríamos com os escritórios e a nossa marca conjunta. 

Quanto a convivência, optamos por dividir a mesma casa pelos próximos dias, até que conversássemos com o nosso filho. Decidimos que nos dividiríamos entre dias da semana para que o Henry pudesse ter a presente dos dois igualmente. Assim, nosso filho estaria livre para ficar comigo ou com ele, a depender da sua necessidade e vontade. 

Como advogados, estávamos discutindo e, ao mesmo tempo, redigindo o contrato. Iríamos preparar a papelada do divórcio também. Tudo ocorreria da forma mais discreta possível. Apesar de estarmos concordando com praticamente tudo, ainda era uma situação delicada. Ter todos os jornais e programas de TV falando sobre isso não nos ajudaria. Pior que isso, afetaria o nosso filho. 

– E então, Emms.. Aquela mulher.. Você gosta dela? 

Eu não sei se ele precisava saber disso, mas eu não queria mais mentir. Não queria mais se esconder. 

– Sim, Neal. Eu gosto muito dela. – sorri lembrando do nosso almoço. 

– Acho que você deveria ligar pra ela. Se ela te faz bem, você tem que se abrir com ela.

– Eu não sei, Neal. Minha vida tá uma bagunça agora. Os próximos dias não vão ser fáceis. Ela não merece ser arrastada pra esse furacão.

– Pelo pouco que vi aqui, ela quer se jogar no olho desse furacão loiro. – rimos juntos – E os seus pais? 

– Eu não parei pra pensar nisso. Estou evitando ao máximo possível. Você sabe como eles são e sabe que vão surtar quando souberem. 

Pensar nos meus pais me deu um nó no estômago. Eles me criaram para ser a filha perfeita, bem educada, bem sucedida... O que aconteceria quando eles descobrissem que a filhinha perfeita estava deixando o marido por outra mulher? Definitivamente, eu não quero pensar nisso agora. 

A GAROTA DO BAROnde histórias criam vida. Descubra agora