39. Não temos nada para conversar!

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POV Emma Swan

O voo pareceu mais longo do que nunca. O caminho todo fiquei pensando no que falaria para Regina. Sinceramente, eu não fazia a menor ideia do motivo para isso tudo. Tentei lembrar de todos os detalhes da noite. Lembro-me de vê-la olhando para minha mão. Não sei exatamente o que ela procurava.

Encarei minhas próprias mãos por alguns segundos. A aliança. Seria esse o motivo do surto da Regina? Consigo compreender que ela ficasse chateada com isso. Quem gostaria de ver a sua namorada usando a aliança do ex? Entretanto, essa aliança fez parte da minha vida, assim como o Neal. E eu ainda não estava preparada para me desfazer dela. É claro que, se dependesse de mim, muito em breve ela seria substituída por outra. Uma que eu pudesse compartilhar com a Regina. Só precisava que ela me ouvisse, me entendesse e me desculpasse.

Do aeroporto eu segui direto para o bar da Zelena, com malas e tudo. Estava muito ansiosa para resolver isso tudo. Parei em frente ao bar por alguns segundos. Respirei fundo e finalmente entrei. Corri os olhos pelo salão, na esperança de encontrá-la.

Tinha muitas expectativas para esse momento. Eu realmente acreditava que iria passar por aquela porta e a Regina me receberia de braços abertos, conversaríamos e sairíamos dali para um lugar qualquer, onde pudéssemos nos amar loucamente.

A realidade foi bem diferente.

POV Zelena Mills

Sabia que a Emma estava vindo, mas não contei nada para Regina. Deveria ter contado? Talvez. Mas ela não me ouviria e fugiria a qualquer custo. Então, apenas fingi que não sabia de nada e segui o baile. Pelo horário que a Emma ia sair de Nova Iorque, ela já deveria estar chegando.

Vi uma loira parada do lado de fora do meu bar, arrastando uma pequena mala. Emma estava aqui. Devo ter olhado muito. Isso chamou a atenção da Regina, que se virou para olhá-la também.

– O que ela está fazendo aqui?– Regina estava enfurecida.

– Calma, irmã. Ela só quer conversar...

– Não tenho nada para conversar com ela. – Regina disse me interrompendo – Você sabia que ela viria?

Eu assenti.

– Ela me ligou mais cedo.

– Como você pode fazer isso, Zelena?

– Por favor, Gina. Pelo menos ouça o que ela tem para falar...

– Não! Eu não quero vê-la!

Regina estava quase me dando as costas, quando eu a puxei pelo braço.

– Não faça nada que vá se arrepender depois...

Soltei seu braço e ela saiu.

Imaginava que a Regina teria essa reação ao ver a Emma, e foi exatamente por isso que eu falei nada antes. Emma finalmente tomou coragem e passou pela porta.

– Oi – ela estava triste.

– Sinto muito, Emma. Ela não quer te ver... eu fiz o que pude para ajudá-la.

Senti que ela ficou desapontada. Mas, o pior ainda estava por vir.

POV Regina Mills

Estava furiosa com a Emma e agora furiosa com a minha irmã.

Fui bem clara com a Emma. Disse que não queria mais vê-la, que ela não deveria mais me procurar. E a Zelena, ela sabia de tudo. Ainda assim, decidiu apoiar aquela vadia mentirosa. Vadia. Pensar na Emma assim me doeu um pouco.

Ela não podia mentir para mim e vir aqui como se nada tivesse acontecido, esperando que eu a aceitasse de volta. Ela não tinha o direito de exigir o meu perdão. Sinceramente, se ela gostasse de mim, não estaria usando aliança ou escondendo coisas. Isso foi só o que a Emma fez esse tempo todo. Esconder coisas. Escondeu informações importantes desde o início. Estava tão apaixonada que não enxergava isso. Agora que estava ciente de tudo, eu faria a Emma se arrepender por tentar me enganar.

Eu a vi do lado de fora do bar e até discuti com a minha irmã por compactuar com a vinda dela. Também vi que a Zelena falou com ela. Não sei exatamente o que conversaram, mas eu sabia que ela viria falar comigo.

Foi só pensar nisso. De repente, Emma Swan caminhava em minha direção.

– Precisamos conversar, Regina.

Emma estava tão seria, ao mesmo tempo com um olhar tão triste. Eu quis me render. Por um segundo, eu quis me jogar em seus braços e ouvi-la. Mas eu não podia. Ela iria me persuadir com suas palavras e olhos bonitos. Ah, aqueles olhos. Precisava, a todo custo, evitar olhá-los.

– Não temos nada para conversar! – respondi rispidamente – Me deixe em paz, Emma.

Dei as costas para ela. Rapidamente, Emma me segurou pelo braço, na tentativa de me fazer olhá-la. A única coisa que vi foi a aliança que continuava em seu dedo.

Meus olhos escureceram de raiva.

Emma estava acostumada a ter todos aos seus pés. Aqui não. Esse era o meu território.

Vi uma das meninas ex passando. Peguei-a pela mão e a beijei, na frente da Emma Swan.

Pela forma como ela saiu, acho que entendeu o meu recado.


A GAROTA DO BAROnde histórias criam vida. Descubra agora