A GAROTA DO BAR

09. Eu não quero mais te ver!

POV Emma Swan

Era por volta de 18h quando o Neal me mandou mensagem perguntando se podia deixar o Henry na casa dos seus pais. Eu concordei. Sabia o quanto meu filho amava o Gold e a Milla.

Finalizei as demandas do dia. Estava na hora de ir para casa. Por um momento, a lembrança do Neal me veio a mente. Eu sabia que ele iria tocar no assunto de outro filho. Eu só não sabia se estava preparada para ter essa conversa agora. Guardei os papeis, arrumei a minha mesa, deixando apenas o que fosse necessário. Peguei minha bolsa e saí.

Ao chegar em casa, preparei a banheira, escolhi um bom vinho e fui aproveitar esse momento relaxante. Água quente em contato com o meu corpo trazia a sensação de aconchego. Não sei ao certo se fiquei ali por minutos ou horas. Eu só queria que aquela sensação não acabasse. Me arrumei para dormir e só então pude ver que já passavam das 22h. Desci até a cozinha, na esperança de encontrar o meu esposo em casa, mas aparentemente ele ainda não tinha voltado.

POV Neal Cassidy

Estava seguindo o conselho do meu pai. Essa noite eu iria me divertir, mas não com a minha esposa. Andei pela cidade, meio sem rumo. Não sabia ao certo o que faria. Parei em frente a uma boate aparentemente muito badalada. Decidi entrar. Caminhei até o bar do local. A música era alta, as luzes estavam piscando e as pessoas dançavam de forma provocante. Sentei próximo ao balcão e pedi uma dose de uísque. Pensei em ligar para o meu amigo August, mas com tanto barulho ele provavelmente não me ouviria. Decidi mandar um SMS.

"August, onde você está? Preciso de um parceiro de copo. Estou na Lux, aquela boate nova da cidade. Vamos aproveitar, é a noite dos homens!"

August não respondeu a minha mensagem. Continuei sentado no bar, olhando as pessoas em volta e bebendo. A essa altura, eu já deveria estar na minha oitava dose. Senti um mão no meu ombro. Me virei e má estava o meu amigo.

– AUGUST, FINALMENTE VOCÊ CHEGOU.

– Vem, Neal. Vou te levar para casa. A sua esposa deve estar preocupada...

– Que esposa? A mesma que me traí em ambientes exatamente como esse?

Nessa hora, August chamou o garçom, pagou a minha bebida e, sem que eu pudesse relutar, me arrastou para fora. Por mais que eu tentasse argumentar, ele simplesmente me ignorava e continuava me guiando até a saída.

– É o seguinte, Neal. Você tá bêbado e magoado. Eu te entendo. Mas fazer barraco e expor a sua vida pessoal em um bar não é correto. Vocês são pessoas conhecidas e isso pode destruir a carreira dos dois.

POV Regina Mills

Durante todo o dia, trabalhei na matéria. Li dezenas de reportagens para não cometer nenhuma gafe. Alguém com o mesmo sangue dos Nolan's poderia facilmente destruir a minha vida. Descobrir quem são os pais da Emma foi um choque, ela realmente nasceu em berço de ouro. Fiquei intrigada para saber porquê ela não usa o sobrenome dos família. A Belle com certeza teria perguntado sobre isso.

Bom, agora não adiantava mais pensar nisso. Eu tive a minha chance de entrevistá-la e estraguei por causa de um sexo casual. Me recusou a acreditar que a doce e ousada garota-sem-nome e a Emma Swan são a mesma pessoa.

A moça que conheci no bar era delicada, gentil, carinhosa e sorridente. A senhora Swan era completamente o contrário. Muito séria, autoritária. De qualquer modo, ela exalava sensualidade. Cada movimento seu era precisamente calculado para deixar os outros desconfortáveis. Sai dos meus devaneios ao ouvir meu celular tocando. Só então percebi o quanto estava tarde.

POV Emma Swan

Ouvi a porta batendo e o barulho de alguma coisa quebrando. Antes que eu pudesse levantar para ver o que estava acontecendo, o Neal entrou no quarto gritando.

– Você é uma idiota, Emma Swan! Eu te amo, te trato bem, faço tudo para te ver feliz e ainda assim você me desrespeita e me trai. Com quantos homens você já ficou?

Ele estava transtornado. Mal conseguia ficar em pé e cheirava a uísque. Eu já imaginava que ele soubesse, mas eu nunca esperaria que reagisse dessa forma.

– Acalme-se, por favor. Tome um banho e amanhã conversaremos.

– Eu não quero me acalmar! Eu não quero conversar amanhã. Eu quero que você me responda agora mesmo. Com quantos homens você já dormiu? Responde, Swan – Ele estava berrando tão alto que, sem dúvidas, qualquer pessoa que passasse em frente a nossa casa ouviria.

– Só com você!

Neal me olhou espantado. No minuto seguinte, a fúria surgiu em seus olhos. Por mais que ele não acreditasse em mim, eu não estava mentindo. O Neal foi o meu primeiro e único homem.

– Não mente pra mim, Swan. Eu vejo como você chega em casa, toda vermelha e cheia de marcas de sexo.

Por mais difícil que fosse, eu tinha que manter a calma e o meu tom de voz. Olhei para o Neal novamente e decidi contar tudo.

– Eu nunca estive com outro homem na cama. Se é isso que quer saber. Todos os meus casos extraconjugal foram com mulher.

Admitir isso em voz alta para o meu marido foi muito constrangedor. O Neal agora sabia o meu maior segredo e eu não fazia ideia de como ele reagiria ou se iria contar para todo mundo. Mas eu estava cansada de viver essa farsa.

– Você me traiu com mulheres? – Conseguia sentir o desprezo dele ao pronunciar essa última palavra. – Então é isso? Eu me casei com uma vagabunda lésbica? – Ele ria alto.

– Dentro da minha casa, eu exijo que me trate com respeito! – Gritei com ele.

– Dentro da nossa casa eu te trato como eu quiser... – Ele enfatizou bem essa frase – E agora, Emma Swan, eu vou te mostrar que eu sou o seu homem e que você deve me respeitar e cumprir seu papel de esposa.

Fiquei paralisada. Nunca imaginei que o Neal poderia ter esse comportamento. Ele andou na minha direção, jogou sua camisa de lado e começou a desabotoar a sua calça. Entrei em desespero. Transar com ele não era de todo ruim, mas, nesse momento, eu não queria isso. Estava confusa e bastante enojada com as suas palavras. Peguei o abajur ao lado da minha cama e bati em sua cabeça.

– Sai do meu quarto agora! Eu não quero mais te ver!

Eu estava em choque. Tremendo. O que acabou de acontecer aqui? Não conseguia dormir. Coloquei a primeira roupa que encontrei e sai para colocar os pensamentos em ordem.