Capitulo 4- Primeiros passos

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2807 palavras

"Aproximo-me suavemente do momento em que os filósofos e os imbecis têm o mesmo destino."Voltaire

Música do capítulo: O mundo é um moinho - Cartola

No dia seguinte, Mainá acordou cedo, feliz e bem disposta para cumprir a segunda parte do seu plano.

— Bomm diaaa, maninho! — Disse a menina saltitando e beijando o rosto de Serafim que colocava o desjejum na mesa.

— Bom dia, mana! Dormiu bem? — Disse sorrindo carinhoso para a moça.

— Muito bem! Está melhor? Devia estar descansando! — Disse Mainá o ajudando a pegar os pratos da cozinha e colocar os pratos na mesa.

Eles sempre tinham o hábito de quem acordava primeiro fazia o desjejum, o que acontecia com maior frequência a Serafim, mas ele nunca reclamou.

Eles sempre tomavam o desjejum na mesa da varanda. Como eles sempre acordavam entre 5:00 e 5:30,   preferiam este local para ver o sol nascer próximo ao mar, eles poderiam não ter muito, mas não podiam negar que a vista da casa era fantástica, eles não ficavam tão perto das docas, então era possível ver o mar livremente, sendo decorado apenas por alguns barcos.

A mesa parecia ter sido feita com esmero pelo irmão. Tinha pães caseiros, um mini bolo de laranja, um mini bolo de chocolate, cuscuz, frutas e geleia de morango e framboesa. A bebida era composta por café, pois nenhum dos dois bebia outra coisa no café da manhã, mas tinha uma jarra de água, pois Mainá sempre teve o hábito de beber água após beber café. Os pratos estavam bem arrumados e tinha um pequeno jarro transparente no centro com uma única rosa-branca.

— UAU! Acordou inspirado! A que devo esse banquete? — Pensou Mainá sentando-se a mesa quando acabou de colocar os pratos.

Sentiu um chale ser colocado em seus ombros e viu Serafim sentando a sua frente logo em seguida.

— Não fique sem agasalho para não se resfriar— Disse Serafim simplesmente e Mainá soltou-lhe um beijo em resposta.

— Mainá, eu...

— Se for o que eu tô pensando, nem comece. Somos irmãos e você é meu amor, nada nunca será um fardo para mim se envolver você. Só quero saber de uma coisa: como você está hoje, pequeno? Seus olhos estão indicando que você chorou a noite toda...

— Estou melhor. Acho que me senti mais leve após ter te contado tudo, mas Mainá, me prometa que não irá fazer nada contra eles, não quero você envolvida em problemas... Eu só quero deixar o passado para trás e seguir em frente.

— Imagina, maninho, eu jamais faria nada pessoalmente! — Disse Mainá com um sorriso angelical

— Assim espero, em poucos meses sairemos daqui e então poderemos enterrar de vez nosso passado nesse lugar.

— Então realmente iremos embora?

— A única coisa que me prende aqui é você, mana, nossos pais não vão voltar. Então, se você quiser, partiremos assim que tivermos dinheiro o suficiente....

— Eu quero! Não aguento mais viver em uma cidade onde não posso viver tranquila um segundo por nenhum de nós. É horrível viver ansiosa o tempo inteiro, pois onde vivemos nada nos protege, nem a lei... A propósito, vou precisar sair hoje pela manhã para resolver umas coisas, volto cedo para ajudar com o almoço.... — Finalizou Mainá bebendo café e pensando como ia conversar com Sunan para sondar os sentimentos dele, queria saber suas emoções para saber o que fazer, tinha medo que Serafim ficasse enfurnado no quarto de novo, só saindo para atender.

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora