Capítulo 7 - O atar e desatar dos nós

172 43 498
                                    

2756 Palavras

"É um erro tentar ver muito longe no futuro. A corrente do destino somente pode ser puxada um elo por vez." Winston Churchill 

Música do capítulo: beabadoobee - coffee 

No dia seguinte, ambos levantaram cedo e decidiram ir imediatamente à casa dos irmãos, com a desculpa de tomar café na venda, pois ambos estavam preocupados.

Somchai mal conseguiu pregar os olhos e não parava de pensar naquela moça. Apesar de parecer forte para todos, ela era tão pequena e frágil quanto o irmão. Admirava sua bravura, mas não parava de pensar nas mãos trêmulas segurando o café e o quão pálida estava quando tudo passou.

Só queria abraçá-la e dizer estar tudo bem. Protegê-la a qualquer custo. Ele faria isso por qualquer pessoa em perigo não é mesmo? Mas o fato de ser Mainá o fazia se sentir estranho? Ele só a havia visto uma vez! Tudo bem que não foi uma vez, mas vamos deixar esse fato de lado já que eles nunca conversaram muito antes do dia anterior...

Ele não era louco como seu amigo que se apaixonava do nada.

Quando ambos chegaram à venda já estava aberta e uma jovem estava colocando a placa com o cardápio do dia no alto quando se desequilibrou.

Quase teria sido um desastre se braços fortes não a amparassem.

— Parece que a senhorita sempre está envolvida em alguma confusão quando a vejo, mas creio que vale a pena vir a seu socorro pare ver o quanto fica bonita corada — respondeu o rapaz galante

Sunan olhava para ambos, principalmente para Somchai com um olhar interrogador. Toda cena em si era estranha. Quando foi que seu racional e frio amigo ficou tão dócil e quando aquele pequeno diabo se comportou tão bem? Tem um mês que ele vai à venda e nunca vira a moça assim....

— Obrigada mais uma vez — Falou a moça agradecendo e se  afastando.

— Você está bem, minha irmã? — falou uma doce voz vindo distante e devagar. Serafim parecia bastante machucado com vários hematomas pelos braços e pelo rosto. Parecia ter machucado o pé, pois vinha mancando...

— Estou, meu anjo, mas você sabe que não pode andar muito com esse pé — falou ela em tom protetor, esquecendo-se do rapaz e indo em direção ao irmão para apoiá-lo.

— Me desculpa, eu não consigo nem te ajudar — falou o rapaz com os lábios trêmulos. Mais uma vez ele havia se tornado um peso para a irmã e quase as coisas tinham saído do controle se não fosse a ajuda dos dois rapazes. Ele se sentia péssimo por Mainá sempre precisar ter responsabilidades demais.

— Está tudo bem — falou ela alegremente acariciando o rosto do rapaz— você sabe muito bem que posso cuidar de nós dois não é? Então não se preocupe! Acho que você tem visita. — Disse Mainá apontando para os dois rapazes que chegaram direcionando a atenção para o irmão em um pedido silencioso para não contar que ela havia desmaiado.

— Bom dia! — cumprimentou Serafim tímido.

" Meu Deus, meu estado consegue ser mais deplorável do que da última vez" Pensou Serafim com tristeza. Se sentia horrível.

— Bom dia, está melhor? — Perguntou Sunan

— Estou bem e, a propósito, obrigado aos dois por ontem. Querem entrar? — Ambos agradeceram, Sunan e Serafim logo começaram a conversar, esquecendo completamente a presença de Mainá e Somchai.

Somchai não os acompanhou para deixar os dois terem um momento a sós e aproveitar para perguntar como estava a moça.

— A senhorita está melhor? — Perguntou Somchai a Mainá, que corou.

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora