Capítulo 28 - A sombra no escuro

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1809 Palavras

"Jogue fora as luzes, as definições. Diga o que você vê na escuridão." Wallace Stevens

Música do capítulo: Lágrimas e chuva- Kid abelha

Os olhos de Apynia se abrem lentamente, piscando contra a escuridão que a cerca. Ela sente um peso em seu corpo e ao tentar se mover, percebe que está amarrada, presa ao chão frio e duro. Um nó de desespero se forma em sua garganta quando ela percebe que também está amordaçada, impossibilitada de gritar por ajuda.

Seus olhos percorrem a sala escura, tentando se acostumar com a falta de luz. Ela sente medo, uma angústia profunda tomando conta de seu coração. O silêncio ao redor é assustador, apenas o som de sua respiração entrecortada ecoando pelas paredes.

Ela tenta se libertar, contorcendo-se e puxando as amarras com toda a força, mas é em vão. Lágrimas formam-se em seus olhos, deslizando silenciosamente por seu rosto. Ela fecha os olhos, tentando reunir coragem para enfrentar a situação. Ela precisava sair dali, ora em silêncio e clama por ajuda em sua mente, desejando que sua família a encontre logo, mas sentia suas esperanças indo embora ao perceber onde estava.

Começou a se debater freneticamente, tentando se soltar das amarras que a impediam de se mover livremente. Os olhos dela se encheram de lágrimas, o rosto contorcido em uma expressão de puro terror.

Mesmo com a mordaça apertada em seus lábios, ela gritava desesperadamente por ajuda, implorando para ser liberta daquela situação horrível. Seu corpo tremia de medo e impotência, enquanto ela lutava com todas as suas forças para se libertar.

Seu coração batia descontroladamente em seu peito, o pânico tomando conta de sua mente. Ela continuava a gritar por socorro, na esperança de que alguém a ouvisse e viesse em seu auxílio.

— Parece que a pirralha finalmente acordou. — Falou em voz baixa o homem coberto por uma capa preta em uma voz calma e demoníaca que ela reconhecia bem. — Seja bem-vinda novamente ao mundo das sombras. — Disse o homem rindo sarcasticamente 

Apynia sentiu seu desespero aumentar ao ver quem entrou no quarto. Seus olhos se encheram de lágrimas e sua respiração acelerou ainda mais. Ela tentou gritar, mas a mordaça em sua boca a impedia de fazer qualquer som audível. Mesmo assim, seu desespero era evidente em seu rosto contorcido, seus olhos arregalados e sua expressão de puro terror.

Ela tentava se soltar das amarras que a prendiam, mas era inútil. A pessoa que entrou no quarto parecia se divertir com seu desespero, fazendo gestos para ela falar mais alto.

A menininha gritava ainda mais, seus olhos imploravam por misericórdia, mas suas súplicas silenciosas não tinham efeito. Suas tentativas desesperadas de escapar eram em vão, e seu grito abafado ecoava pelo quarto, alimentando o terror que crescia dentro dela.

— Não adianta gritar, pirralha, a vadia da sua tia e os seus papais maricas não podem te encontrar aqui. Não é uma pena que seu titio idiota morreu tentando te salvar? Só um idiota arrisca a própria vida por uma criança criada nas ruas, sem valor algum. Oh, não me olhe com essa cara, você sabe que é verdade. Você se lembra desse lugar, não se lembra? — Ao ver os olhos da menina se arregalarem ainda mais, como se fosse possível, o homem de capuz sentiu um prazer sádico com o sofrimento da menina. — Pelo seu olhar, imagino que sim. Uma das coisas que eu admiro em você, além da sua utilidade, é sua inteligência. Eu gosto quando as pessoas sabem a hora de gritar e de obedecer. Você se lembra o que eu faço com garotinhas desobedientes, não sabe? — O homem rio ao ver o pequeno corpo se afastar para trás em desespero — Não se preocupe, nós vamos brincar muito antes de você partir.... — Revelou o homem com um sorriso sádico antes de sair da sala assoviando feliz.

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora