Capítulo 22- Primeiros rastros...

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2554 palavras

"Nunca se deve deixar que aconteça uma desordem para evitar uma guerra, pois ela é inevitável, mas, sendo protelada, resulta em tua desvantagem." Maquiavel

Música do capítulo: Game of thrones- 2cellos

Após deixar os meninos em boas mãos, Mainá seguiu para os jardins onde havia uma movimentação estranha. Serafim, Sunan e Somchai observavam do lado de foram enquanto vários homens entravam na casa do seu irmão e do seu cunhado.

—Teve alguma emergência de moda no jardim? — Disse Mainá aparecendo atrás dos três homens, assustando-os — Olá! — Disse Mainá sorrindo matreira

— O calor causou uma queimada em uma parte do jardim, mas já estão resolvendo. Vamos entrar? Está quente para você e o bebê...— Disse Somchai sorrindo amarelo, colocando a mão em seus ombros em uma tentativa de levar Mainá para dentro da casa. Não era nem um pouco seguro para ela ficar do lado de fora logo depois de um ataque.

Atrás de ambos, Serafim e Sunan se entreolharam.

— Ele esqueceu que Mainá é botânica? — Sunan cochichou arrancando uma risadinha de Serafim

— Sempre soube que o amor diminuía a inteligência das pessoas, agora a memória foi a primeira vez... — fazendo um gesto com a mão como se costurasse a boca ao ver o olhar de Somchai

Cerrando os lábios para não rir também, Mainá disse simplesmente:

— Vamos todos conversar lá dentro sobre a queimada gerada pelo calor, fiz biscoitos! — Disse Mainá calma, mudando de assunto, fazendo os três se entreolharem. Isso foi muito fácil.

Todos seguiram em silêncio sabendo que a hora de contar a verdade havia chegado e preocupados em como a irmã reagiria a tudo isso. Todos ainda eram assombrados pelo passado tenebroso da perda e tinha medo do que Mainá poderia fazer se descobrisse tudo...

— Desembuchem. — disse Mainá recostando-se na grande mesa de madeira do escritório, agitada demais para se sentar — E não ousem mentir para mim pois eu sei que aqueles homens não são jardineiros, ouso dizer que não sabem diferenciar uma flor de lótus de uma erva daninha. A propósito, Somchai ouvi uma história sobre flor de lótus bem interessante essa semana.... — Continuou fazendo Somchai engasgar e Sunan gargalhar

— Eu já disse que não sabia disso e só fiz para você, na época, pois era do desenho que você queria aprender! Acha mesmo que eu entregaria, em público, se a intenção fosse essa? Pelos Deuses, como você fala isso em público com tanta naturalidade? — Disse Somchai indignado, atingindo todos os tons de vermelho possível...

— Eu fui criada em um ambiente masculino, Somchai, e após casada não mudou muita coisa. Como poderia ter vergonha? Está bem, está bem. Não me olhe assim. Não falarei mais no assunto, está bem? Foi só para você tirar essa cara assustada do rosto que me irrita — Respondeu Mainá em tom apaziguador, dando tapinhas nos ombros de Somchai

— Mas o que eles estão falando? — Perguntou Serafim a Sunan

— Acho melhor te explicar depois ou Somchai não vai ser o único a ter tal reação... — Disse Sunan tentando controlar o riso sem sucesso.

— Melhor voltar ao assunto anterior ou minha filha não conhecerá o pai. Respira Somchai.... Respira... Só tem adultos na sala e não há crianças ou pessoas mais velhas... Não é que funciona essa questão do susto para a pessoa voltar a si? — Respondeu Mainá controlando o riso enquanto Somchai a encarava furioso

— O que eu faço com você, Mainá? Estou sem palavras! 

— Só resta aceitar que será assim para o resto da vida — Disse Mainá piscando e rindo ao perceber expressão grave de Somchai — Agora que fiz meu amado marido voltar um pouco a si, me contem o que está acontecendo. Eu sei que os ataques não pararam e que provavelmente o que aconteceu hoje não deve ter sido diferente....

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora