Capítulo 6- Mudança dos ventos

178 45 527
                                    

2910 palavras

"Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem."Jean-Paul Sartre

Música do capítulo: Geni e o zepelin - Chico Buarque ( pra quem gosta de sentir a emoção da música no capítulo tem o vídeo no final para quem quiser da trilha sonora a treta! haha)

Ao terminar de se arrumar e descer as escadas da pensão de rapazes, onde estavam hospedados, notou- se uma confusão na rua. Parecia que alguém estava sendo espancado e uma moça foi a seu socorro tirando todos de perto de quem estava no chão brandindo uma arma.

— Quem ousar encostar no meu irmão eu juro pelos céus que não respondo por mim! Venham! Não são homens! Quero que se atrevam a me enfrentar, seus endemoniados! — gritava uma pequena, mas ágil moça com uma faca na mão.

Sunan gelou quando ouviu a voz da moça que falou com ele mais cedo. Serafim.

— Espera um pouco... Não é a voz da moça que falava contigo hoje mais cedo? — falou Somchai com a voz preocupada

— Parece ser o pequeno demônio, mas ela não tem muitas amizades por aqui... Meu Deus, Serafim!

Ambos desceram as escadas rapidamente em direção aos dois quando ouviu o homem falando:

— Uma mulher tão bonita e com língua tão afiada! Isso é falta de um homem que te dome sua pequena peste! Julgo que deveríamos levá-la para um local mais calmo e ensinar-lhe como se fala com homem... — falou um dos homens, sendo aplaudido pelos outros que estavam ao redor dos irmãos.

" Ah, mas não vai mesmo!" pensou Somchai com ódio

Em um gesto de desespero, com toda a força que tinha, Serafim abraçou a irmã e segurou com seu corpo, em uma atitude que não surtiria efeito, mas ele preferia a morte ao deixarem levar ela. Como sempre, ninguém, nem a polícia, vinha ao socorro deles...

— Não se atrevam a tocar na minha irmã... — falou o rapaz fracamente enquanto a segurava, sendo logo golpeado outra vez, quase levando Mainá ao chão também.

Enquanto isso, Somchai e Sunan tentavam abrir caminho entre os que se aglomeravam, mas nada faziam.

— Cale-se maricas! O que você poderia fazer em? Precisa da sua irmã para se defender! Deveriam nos agradecer por deixamos viver aqui entre nós, dois filhos de uma bruxa!! Com certeza é bruxa igual! Olha o que ela fez! — falou o homem segurando o rapaz pelo colarinho pronto para dar um golpe quando recebeu um talho na mão no meio do caminho, causando um corte fundo no agressor

— Eu avisei para soltar meu irmão e eu não fiz nada! — falou a pequena garota golpeando o rapaz com o golpe que aprendeu com as mulheres ciganas

— Sua bruxa! Como ousa me cortar! Vou te ensinar uma lição que já quero a tempos e levá-la para o seu lugar: o bordel! — falou furiosamente o homem enquanto tentava cercar a jovem garota

Quando ele ia finalmente dar o bote uma mão o segurou e o rendeu.

— Não acredito que o lugar da jovem senhorita seja um bordel pelas suas vestes e pelo que ouvi ela também tem família. Creio que seja inadequada uma aproximação de tal forma de desconhecidos... — Falou friamente Somchai, torcendo um pouco mais o braço do homem que gritou de dor, empurrado para o chão por Somchai.

— Quem se atreve a defender essa bruxa?? — virou o homem deparando-se com uma arma apontada para si.

— Prazer, Somchai Sukkasen! — falou debochadamente o rapaz sorrindo, saudando o homem com um toque de chapéu.

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora