O canto do rouxinol

Capítulo 16 - Arranjos e desarranjos

4014 palavras

"As almas mais escuras não são aquelas que escolhem existir no inferno do abismo, mais aquelas que escolhem se libertar do abismo e circular silenciosamente entre nós."Halloween

Música do capítulo:  Bloody Mary- Lady Gaga

Após se trocarem, Mainá e Somchai voltaram para a mesa e questionaram sobre a ausência da outra família.

— Eles precisaram resolver uma emergência familiar e pediram para todos nós segurarmos as pontas até eles voltarem. Como é época de colheita, a maioria dos empregados mais experientes fora para as plantações ajudar já que P'Prem e a esposa não estão e a cozinha foi ajudar a fazer comida para os funcionários... Até lá vamos ajudando no que podemos... — Disse Sunan de forma prática — Agora voltando ao assunto, vão nos contar porque chegaram parecendo que foram atacados por uma sereia?

— Em nome da minha segurança e do meu futuro, prefiro me abster... — Disse Somchai bebendo café para esconder o sorriso, quase engasgando quando viu a expressão de Mainá olhando-o

— Pelo visto se resolveram... — Devaneou Serafim encarando o ar de riso de ambos

Apontando para os dois, Mainá disse:

— Pelo visto vocês também... — Cochichando para Sunan Mainá perguntou: — Ele finalmente aceitou??? — Perguntou a moça batendo palminhas quando recebeu o aceno positivo do rapaz

— Agora entendi porque você está tímido e trazendo o foco para mim — Disse Mainá travessa para Serafim

— Eu meio que não precisei chamar a atenção para vocês, não é mesmo? Quando vão se casar?

— Se estiver bem para Mainá na sexta. Já que concordamos em nos casar, não vejo porque demorar mais no noivado....— Afirmou Somchai segurando a mão de Mainá

— Sexta? Mas isso é daqui a 5 dias! Como você conseguiu uma autorização tão rápido? — Perguntou Mainá

— Movido pela fé... — Disse Somchai fazendo um gesto budista

— Mas espera... Religioso ou civil? Afinal vocês dois.... — Murmurou Serafim preocupado

— Pedi autorização para registro civil. Eu e Mainá somos de religiões diferentes e, da mesma forma que não quero me converter, acredito que ela também não queira mudar sua religião... Civil seria a melhor opção...—Respondeu Somchai dando de ombros e voltando-se para Mainá, disse — Se você quiser mudar é só me falar....

— Não, eu também prefiro assim... — Disse Mainá sorrindo e segurando a mão de Somchai

Serafim sorriu com sincera felicidade para o casal, ele se preocupava com a forma que o casamento se seguiria com a diferença gritante de personalidade e cultura de ambos, mas ficou mais tranquilo quando percebeu que Somchai respeitava as individualidades e os desejos de Mainá.

— Eu estava falando com Sunan que poderíamos realizar um casamento cigano, já que, para nós, não há casamento civil e religioso, apesar de ambas não possuírem impedimento*, somos de religiões diferentes... Poderíamos fazer juntos.— Disse Serafim meio sem jeito, achando a ideia meio parva após falar em voz alta com o outro casal....

— Eu adorei a ideia! — falou uma animada Mainá, feliz que o outro casal faria ao menos uma cerimônia....

— Acho que poderíamos combinar as duas tradições, já que o casamento tailandês a parte religiosa de fato é pedir a benção do monge após o casamento familiar, mas a cerimônia em si não é um monge realizando... — disse Somchai pensativo