Capítulo 13 - O que faremos?

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2981 palavras

"Decisões sobre assuntos importantes não devem ser tomadas por apenas uma pessoa." Textos Xintoístas

Música do capítulo: Pra sonhar - Marcelo Jeneci

Dias depois

Serafim estava sentado em uma cadeira de balanço olhando para o horizonte a sua frente. Uma semana que eles haviam feito dois tinham dois dias após o ocorrido por conta de Main.

Apesar de o local ser lindo, ele sente falta da sua casinha acima da venda e de poder ver o mar quando amanhecia. Aquele não era mais o seu lar.

Mesmo com o acordo feito com o senhor Heitor, Mainá começou a apresentar sinais de crise nervosa, o que se preocupou bastante a todos. Desde aquele desmaio que deixou um bom tempo desacordada, ela hiperventilava com frequência quando a maioria dos homens se aproximava dela, o que eles fizeram considerar a mudança a melhor opção até a partir de vez para o próximo. Eles teriam que esperar um pouco, era muito arriscado arriscar questões e ir sozinhos dançando com sua loucura, que eles tinham outras coisas que precisavam ser resolvidas.

Desde que se pegou na Fazenda Aruana, percebeu ela mais tranquila, porém mais silenciosa. Seu pequeno não era assim e tão preocupadova. Seu silêncio em si era um problema.

Como era esperado, P'Prem e sua esposa, Silvia, receberam braços abertos. P'Prem era casado com Silvia, uma brasileira como eles. Magnólia, filha de ambos, era uma bela mistura de indígenas e asiáticos. A pequena criatura já contava com uma beleza e simpatia exuberante 6 anos, o que agrada aos ambientes sempre mais leve e alegre. Graças ao acolhimento caloroso deles, a saudade de casa era um pouco poucosda.

— Pensando na vida? — Apareceu Sunan ao seu lado entregando- lhe uma xícara de café.

— Apreciando a vista. O nascer do sol aqui é quase tão bonito quanto próximo ao mar. — Disse Serafim pegando o copo de café agradecendo. Sunan bebe seu chá favorito.

— Não quis café? —u Serafim

— Não gosto muito de café — Disse Sunan enquanto bebia um gole de chá.

— Então por que aceitava sempre que ofereciamos? —u Serafim

— Pois quem me oferecia bebida era mais importante do que a bebida em si. — Disse Sunan piscando para Serafim que corou.

— Sunan, precisamos conversar. — Disse Serafim olhando para o homem ao seu lado.

Ele olhava para o horizonte com sua aparência calma e serena de sempre. Seus cabelos estavam presos em um coque solto alto que, apesar de parecer ter sido amarrado de qualquer jeito, ainda parecia arrumado. Seu rosto parecia estar recém barbeado. Ele se vestia de forma simples com uma calça negra e uma bata de gola militar e abertura frontal trançada. Ele estava muito bonito.

— Fico lisonjeado com a admiração, mas estou curioso para saber do que se trata. — Disse Sunan sorrindo

— Perdão? Espera um pouco... Como você....

— Não foi difícil adivinhar — Disse Sunan sorrindo mais uma vez e bebendo o último gole da bebida

— Sunan precisamos conversar sobre nós.

— Precisamos.

— Eu estou perdido e confuso. Não sem o que fazer a partir de agora e nem sei por onde começar. — Disse o rapaz colocando os pés na cadeira e apoiando a cabeça nos joelhos.

— Eu preciso te dizer uma coisa.

— O que seria? — Perguntou Serafim confuso, virando seu rosto para encará-lo, mas ainda com a cabeça apoiada nos joelhos.

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora