3025palavras
"As coisas que parecem ter passado são as que nunca acabam de passar."José Saramago
Música do capítulo: Coffee-beabadoobee
Alerta de gatilho: O capítulo a seguir fala de temas sensíveis de sugestão de abuso que pode ser gatilho para algumas pessoas.
— Quer um pouco? — Disse Mainá oferecendo um pedaço de biscoito a Apynia que aceitou prontamente — Tá bom né? Sabia que eu ainda conseguia fazer essa receita! — Disse Mainá para si mesma feliz.
Tinha dias que estava desejando comer esses biscoitos mas nenhum dos empregados acertava o ponto e não queria incomodar Serafim. Ele parecia bem cansado nos últimos dias.
— O seu biscoito é mais gostoso que o do papai Serafim. Ele também gosta de preparar isso quando briga com papai Sunan. A senhora está brigada com o Tio Somchai, tia? — Perguntou a menina fazendo Mainá rir.
— Não, eu não briguei com seu tio, mas acho que sua prima estava querendo esses biscoitos. Há dias desejava comer esses biscoitinhos! Achei que os desejos melhorariam com o tempo, mas só aumentaram. Pelo menos foi algo que eu possa achar por aqui. — Disse Mainá piscando
— Como você sabe que é uma menina titia? — Perguntou Apynia olhando para a barriga com curiosidade
— Minha vó me ensinou que quando a filha é menina a barriguinha fica mais redondinha — Disse Mainá fazendo gestos para exemplificar — quando é menino os lados não ficam tão "gordinhos" assim e a barriga é mais "pontudinha" para frente
— Mas esse aumento do lado não é porque a senhora comeu demais não? Todo mundo diz que a senhora está comendo por duas pessoas... — Disse Apynia com um aspecto reflexivo colocando as mãozinhas na barriga, o que fez Mainá rir.
— Não acredito que me chamou de gorda! — Exclamou Mainá fingindo choque e dando cócegas em Apynia — Se renda ou te darei cócegas eternamente! — Brincou Mainá fazendo cócegas e dando beijos em Apynia
Apynia ria e dava gritinhos animados enquanto fazia um gesto de rendição.— Eu me rendo! Eu me rendo! — Respondia a menina sem fôlego
— Muito bem! Agora coma os biscoitinhos com leite. Adocei com mel do jeitinho que você gosta! — disse Mainá beijando o topo de sua cabeça enquanto levantava com uma certa dificuldade.
Ela já se encontrava no oitavo mês e a enorme barriga já começava a fazer efeitos em sua coluna e no seu caminhar. Khum Lalá dizia que a barriga estava grande demais para o seu corpo e que talvez não chegasse ao nono mês. Isso os preocupava um pouco, mas os chutes animados em sua barriga acalmava um pouco seu coração.
Caminhou em direção ao forno de lenha que se encontrava próximo à porta. Ela amava o fato da cozinha de pedras e madeira, enquanto era rustica, era clara e fresca. Somchai havia colocado uma grande bancada perto da pia e do forno a seu pedido, isso a ajudava a todos a organizar os pratos antes de levar a mesa.
Olhou para a mesa que estava próximo a outra grande janela, onde Apynia se encontrava sentada e comia seu biscoito feliz. Seu sorriso aquecia o coração de Mainá. Aos poucos ela perdeu aquela postura resistente e madura e começou a agir como criança novamente, apesar da maturidade que lhe era característica desde que a conheceu.
Era incrível como ela havia se tornado mais segura com o passar dos meses e o quanto se tornaram próximas. Ela e os meninos estavam na maravilhosa fase de perguntar tudo, então nunca era entediante. Apesar de ser bastante desconfiada ainda com o sexo masculino, ela havia criado uma boa relação com os pais e com o tio.
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O canto do rouxinol
RomanceSérie melodia do destino: Livro 02 Atualizações: Todos os domingos dois novos capítulos ❤️ Mainá e Serafim são dois irmãos brasileiros que encontram seu destino de amor em terras estrangeiras, embarcando em uma aventura cheia de sonhos e desafios...