2954 palavras
"Empatia é quando conversamos com alguém pela primeira vez e parece que conhecemos a pessoa a vida inteira."Fabrício Carpinejar
Música do capítulo: Quermesse - O teatro mágico
Duas semanas depois
Somchai
Mainá estava preparando o café matinal como todos os dias para a venda e deixando separado a comida que seria ofertada no dia.
Hoje, ela trajava um vestido branco e seus cabelos estavam presos em um gracioso laço, deixando seus cachos caindo pelas costas.
Suas vestes não eram tradicionais a moda das mulheres da época, fazia questão de evitar as crinolinas e corpetes sempre que podia, mas não diminuía em nada sua beleza. Ela estava deslumbrante.
Duas semanas se passaram desde o ocorrido e decidimos vir fazer nossas refeições na pequena venda, uníamos o útil ao agradável.
Sunan vinha todos os dias e o tempo todo, quase se esquecia do trabalho para ver sempre como o pequeno Serafim está e este sempre o atendia com um lindo, mas tímido sorriso no rosto.
Apesar de achar diferente no início, ambos eram adoráveis juntos e, depois dos últimos eventos e aproximação voluntária de Serafim, o pequeno elemental parou de interferir e observava de longe, ainda desconfiada, e pronta para defender sua cria.
Eu ainda não tinha coragem de me aproximar muito de Mainá, desde aquele dia no porto, após todo aquele inferno, quando a acompanhei com medo de represálias. Nunca me senti tão bem com alguém. Desde aquele dia, conversarmos bastante todos os dias, mas eu me sentia tímido a cada aproximação, todavia sem conseguir me afastar dela...
— Estás se sentindo bem, senhor Sukassen? Estas com calor? Estás vermelho! Trouxe uma água para ti.— falou a moça em tom gentil sorrindo.
Eu estava tão distraído que, a causa dos meus tormentos, apareceu ao meu lado de repente, quase me fazendo cair da cadeira.
— Cuidado! — Disse a moça quando o viu se inclinando perigosamente para o lado, puxando-o seu braço instintivamente para si.
— E... Eu estou bem. Agradeço a gentileza— falou Somchai em uma voz onde não se reconhecia, sentindo seu rosto queimar ainda mais.
— Se cuide sim? — falou a moça e, contra o protocolo social, deu um pequeno aperto de conforto em meu ombro, se afastando logo em seguida.
Tal atitude, apesar de pequena, aqueceu todo o meu coração, me deixando atordoado por um momento.
" Ah,eu vou enlouquecer..." pensou consigo mesmo
— Hoje vai ter uma festa de vila, vocês dois gostariam de ir conosco? — falou Sunan para os irmãos
— Adoraríamos! — falou Serafim animado
— Mas não podemos ir — complementou Mainá — ir com os senhores só aumentará a confusão. Não somos bem-vindos e tu sabes, meu anjinho, assim que nos organizarmos saímos daqui e vamos para um lugar onde possas ser livre sim? Até lá vamos nos manter longe da população, falta pouco. — falou a moça em tom apaziguador, é reconfortante para o irmão e continuou para o rapaz —Agradecemos ao convite, mas o senhor já viu como essa cidade nos vê e como ela reage, então evitamos cruzar o seu caminho. Vindo aqui por esses dias, ainda não reparou que nossos clientes, a maioria são viajantes e passantes? Tentam nos deixar sem alternativa para seus planos a qualquer custo.
— Eu cuidarei de vocês. Eu duvido que ousarão procurar problemas conosco... — Falou Sunan convicto, pois, por todos os convites de jantares e chás recusados, já descobriram a identidade de ambos... Como eles não sabiam de a empresa ia ficar, provavelmente não, não tinha o porquê ser educado com àquela gente cruel —Divirtam-se por um dia e, se as coisas derem errado, assumirei a responsabilidade e os ajudarei a mudar de cidade, o que acha?
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O canto do rouxinol
RomanceSérie melodia do destino: Livro 02 Atualizações: Todos os domingos dois novos capítulos ❤️ Mainá e Serafim são dois irmãos brasileiros que encontram seu destino de amor em terras estrangeiras, embarcando em uma aventura cheia de sonhos e desafios...