Capítulo 14- O canto do rouxinol

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2337 Palavras

" Um casamento perfeito é apenas duas pessoas imperfeitas que se recusam a desistir um do outro." Autor desconhecido

Música do Capítulo: I do - westlife

Sunan e Serafim caminham por um tempo pela trilha em silêncio, observando uma paisagem arborizada e as frestas de luz que ganham pequenos espaços entre as folhas das árvores. Sunan foi o primeiro a quebrar o silêncio:

- Estou surpreso de que você tenha deixado eles dois sozinhos...- Disse Sunan olhando para Serafim de soslaio.

- Eles precisam conversar e resolver suas diferenças...

- Então você permitiu aceitá-lo.... - disse Sunan pensativo enquanto abria a portinhola de segurança que dava para a fazenda

- Não sou eu que preciso aceitá-lo, mas Mainá e ela precisa tomar sua própria decisão. A melhor forma é conversar e deixar as coisas as claras... Não gosto da forma como Somchai esconde tudo e Mainá entende tudo errado, mas não pergunta. Isso ainda vai causar problemas aos dois... - Profetizou Serafim

- Como assim?

- Eu sei que Somchai não se aproxima muito de Mainá para dar espaço para ela pensar e se recuperar do trauma, mas isso faz com que ela entenda errado...

- Ela acha que ele quer manter o compromisso por honra... - Complementou Sunan

- Exatamente. Existem horas que a gente não precisa de espaço, precisa de abraço, carinho, atenção e verdade nos seus sentimentos... Não são as boas intenções que mantém um relacionamento, mas companheirismo para enfrentar as coisas difíceis juntos. Mainá era muito pequena, mas eu lembro das brigas constantes entre os nossos pais por conta de mal entendidos que poderiam ser resolvidos juntos, com apenas uma conversa. Quando você se casa, você decide viver aquela vida com a pessoa com coisas que não dá para se enfrentar sozinho ou a relação se desgasta por carregarem fardos pesados ​​demais no lugar de dividir o fardo. - Disse Serafim pensando que as palavras serviam para ele também...

- É a primeira vez que te vejo a falar dos seus pais, algo que não te relacione... - Pensou Sunan em voz alta segurando a mão de Serafim enquanto caminhava. Surpreendentemente ele correspondeu o gesto e andaram de mãos dadas por um tempo...

- Como assim?

- Todas às vezes que eu te vi falando dos seus pais, sempre havia um sentimento de culpa. Hoje te vejo mais refletindo sobre a relação deles, do que pensando como um filho que se sente culpado pela crise do casamento dos pais.... - Devaneou Sunan em voz alta

- Começando a ver as coisas por um ângulo diferente depois que observei Mainá e Somchai. - Percebendo o olhar interrogativo de Sunan, Serafim continuou - Mainá e Somchai me lembraram um pouco meus pais ultimamente. Eles dois não conversam sobre o assunto que os causam problema e cria mal entendidos que nem sempre poderão ser resolvidos... Com meus pais foram assim e as coisas não terminaram bem. Mainá tem o temperamento de minha mãe, explode, mas não diz o que a incomoda... Espero que um dia ambos entendam que, quando eles começarem a andar juntos, eles também começarão a fazer escolhas juntos. Omissões darão margem para o livre entendimento do outro, que, movido por fortes emoções, nem sempre pensa com clareza...

- Foi por isso que você os deixou sozinhos?

Suspirando Serafim respondeu.

- Sim, pensei nisso quando vi vocês chegarem. Acredito que seja o melhor a fazer para eles decidirem o que fazer. Mas me preocupa o fato deles precisarem de um fator externo para resolver suas diferenças... -Falou Serafim em voz preocupada

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora