Capítulo 33- O caminho para as sombras

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1930 palavras

"O amor é a única força capaz de vencer a morte. " Gabriel Garcia Márquez

Música do capítulo: Unconditionally - Kate Perry

Sunan sentou-se à beira da cama, seu olhar fixo no rosto imóvel de Serafim. Dias se passaram desde que o amor de sua vida havia caído em um sono profundo, após seu corpo ter sido hospedeiro temporário da velha bruxa, seu corpo exausto mergulhou em um sono que parecia não ter fim. A preocupação cavou profundas rugas em seu rosto, como se o tempo estivesse correndo contra ele e cada segundo de silêncio esmagava seu coração.

Seus olhos, agora estavam turvos, pesados de lágrimas contidas. A mão que segurava a dele, fria e imóvel, parecia uma fragilidade que podia se quebrar a qualquer momento.

Ele lembrava dos momentos em que eles compartilhavam risadas, das noites em que dançavam sob a luz das estrelas, das manhãs em que acordavam juntos, com o sol banhando seus rostos. Agora, tudo parecia uma lembrança distante, uma realidade que ele temia nunca mais viver.

Só de pensar nisso seu coração quebrava em pedaços.

Nem quando Serafim ainda era o frágil e adoentado, mas doce, que conheceu no Brasil, seu estado de saúde preocupou tanto seu coração como agora. O amado rosto que amanhecia todos os dias ao seu lado agora exibia uma palidez mortal e sua pele se tornava cada vez mais fria. Ele não sabia como lutar contra o vento.

A cada segundo que passava, sua ansiedade crescia, como se o tempo estivesse se esvaindo.

Ele se inclinou, seu rosto próximo ao de seu marido, e sussurrou:

— Volte para mim, meu amor. Volte para nós. — Suas lágrimas caíram sobre o rosto imóvel, como uma oração desesperada, uma súplica para que a vida retornasse aos olhos que ele amava.

Sem que Sunan percebesse,uma  bruma etérea começou a se formar no vidro, como se o ar condensasse e tomasse forma.

A bruma se movia, ondulava, e começou a tomar forma. Contornos indefinidos se definiram, e uma silhueta feminina emergiu da névoa.

Lady Nana se aproximou de Sunan com passos silenciosos, como se estivesse flutuando sobre o chão.

Ao chegar perto de Sunan, ela estendeu sua mão delicada e colocou-a sobre seu ombro. O toque foi suave, quase imperceptível, mas Sunan, mas foi notada pelo rapaz que se virou.

— Como ele está? — Perguntou Naná com a voz tensa

— Ainda nada. — Murmurou Sunan com a voz embargada — Conseguiu descobrir alguma coisa?

— Descobri que há uma forma de trazer ele de volta.

Sunan estava sentado, com seus olhos fixos em Lady Nana, seu rosto refletindo uma mistura de ansiedade e esperança. Seu olhar era como um farol que brilhava na escuridão, buscando orientação e respostas.

Seus lábios estavam ligeiramente entreabertos, como se estivesse prestes a fazer uma pergunta, mas a palavra ficava presa em sua garganta. Seu coração batia mais rápido, antecipando as palavras de Lady Nana.

Seu rosto, normalmente forte e determinado, agora mostrava uma vulnerabilidade que raramente era vista. As linhas de preocupação e cansaço estavam profundamente gravadas em sua testa e ao redor de seus olhos.

Mas, apesar da ansiedade, havia um brilho de esperança em seus olhos. Uma chama que ardia forte, alimentada pela promessa de Lady Nana de ajudá-lo a salvar Serafim.

Sunan se inclinou para frente, seu corpo tenso, como se estivesse pronto para saltar em ação a qualquer momento. Seus músculos estavam rígidos, demonstrando a força de sua determinação.

O canto do rouxinolOnde histórias criam vida. Descubra agora