— E daí?
Mesmo quando estava zangado com ele, o som áspero da voz de Mew podia fazer com que o pulso dele acelerasse. Maldito seja!
— Daí é que eu também tenho uma vida! — Respondeu asperamente.
— Epa! Quem foi que tirou você do sério?
Você, Gulf quis dizer.
— Hoje isso aqui foi um manicômio.
— Legal. Fico contente com isso.
O que Gulf suponha fosse verdade.
— Preciso que você faça uma coisa para mim — continuou ele animadamente.
Gulf pegou uma caneta, pronto para escrever. Mas ele não disse nada.
— Mew?
— Sim? — De repente a voz dele soou como se estivesse distraído. Sua fala, normalmente rápida, ficou ainda mais rápida. — Nada sério. Preciso que você pegue a minha certidão de nascimento e a ata do divórcio e os traga para Nova York.
Gulf ficou petrificado.
— O que? — Sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. — Fazer o quê?
— Você me ouviu. Minha certidão de nascimento e a ata do divórcio. Preciso delas amanhã, em Nova York.
Gulf sempre pensou que respirar fosse um reflexo involuntário. Agora não estava tão certo disso.
— Gulf? Você ainda está aí? Está ouvindo? — A voz dele agora estava estridente.
— Estou ouvindo — Gulf conseguiu dizer isso, e nada mais.
— Ótimo. Pegue os documentos e tome um avião hoje à noite. Ou amanhã. Não interessa, desde que você esteja aqui as duas da tarde.Gulf não disse nada ficou contemplando o lápis quebrado em sua mão.
— Gulf?
— Eu ouvi você! .
Ele fez uma pausa.
— Você podia me felicitar.
— Por...? — Disse Gulf, apesar de saber, sem precisar perguntar o motivo, mesmo que isso o desmontasse.
— Porque vou me casar.
Mew pronunciou as palavras de forma quase desafiadora, como se esperasse que Gulf discutisse esse assunto. Ele não caiu nessa, mas não pode evitar o sarcasmo.
— Amanhã? Não é um pouco precipitado? Quero dizer, Considerando o seu histórico e tudo? — Cale a boca, Gulf disse a si mesmo. Cale a boca. Cale a boca. Cale a boca.
— Dessa vez vai dar tudo certo — conclui Mew terminantemente. — Não vai ser como Tar.
— Eu não estava pensando em Tar — disse Gulf, sem poder evitar. — Você não se casou com o Tar.
— Eu lembro com quem casei.— Mew mordeu as palavras.
Gulf também se lembrava. Mew havia se casado com ele! Um casamento por ricochete. Quando o Grã fino Tar não compareceu ao casamento que marcará com Mew em Las Vegas, Mew acovardou-se. O desespero dele fez Gulf lembrar-se do sofrimento que ele passará na adolescência, quando o pai o abandonou e a mãe lançou sua fúria sobre Mew. Quando Mew fugiu da Capela com um olhar aterrorizado, Gulf foi atrás dele, com medo do que ele poderia chegar a fazer. Gulf nunca poderia ter imaginado que, meia dúzia de Whisky depois, ele decidiria que a resposta era casar-se com ele. Mas Mew decidiu. Foi muito insistente.
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Bodas de Fel
FanfictionPrólogo Para assegurar um contrato, o milionário Mew Suppasit concluiu que precisa de um marido para exibir em público. Mas quem? Após escolher o sócio perfeito para o empreendimento, enviou seu assistente Gulf Kanawut a Nova York com os document...