Mew lhe devia mais que isso. Muito mais. E Mew Sabia.
Deveria ter sido mais lento, mais gentil, mais atencioso. Ele se sentia sem ossos, sem peso, apesar de estar seguro de que devia estar pressionando Gulf contra o colchão. Achatando-o. Mas mesmo querendo, parecia não poder se mover.
Gulf tão pouco se movia apesar de Mew ouvir o coração dele batendo contra o peito.
— Isso... Foi assombroso. — Gulf disse sem fôlego, de baixo dele.
Mew não se moveu.
— É? De que modo foi assombroso? Assombrosamente ruim?
Os pulmões de Gulf se expandiram.
— Oh, não! Foi maravilhoso.
O Coração de Mew pulou uma batida. Ele quase podia senti-lo ampliar-se em seu peito, como se subitamente tivesse tirado o peso do mundo de cima dele.
— Hum. — Então Gulf envolveu os braços no pescoço dele e forçou a cabeça de Mew para baixo, para dar-lhe um beijo nos lábios. — O melhor.
Mew sorriu. Riu. Não podia evitá-lo.
— Você acha que isso foi bom? — rosnou Mew. — Eu vou lhe mostrar o que é bom.
— Agora? — Guinchou Gulf.
— Em alguns minutos. Que tal? — Mew rolou de cima dele e o puxou para si, maravilhando-se de como Gulf se encaixava bem em seus braços, a seu lado, como se pertencesse aquele lugar.
— Acho que posso suportá-lo outra vez em alguns minutos — disse Gulf depois de pensar um instante.
— Bom. — Mew colocou a mão no cabelo dele. Virou-lhe a cabeça para beijar seu rosto. Mal podia acreditar que isso estava acontecendo. Iria acordar e tudo isso teria sido um sonho?
Mas a noite passou... E fizeram amor mais vezes. Muitas vezes. Mew estava disposto a mostrar a Gulf cada forma de que se podia lembrar. E não era um sonho. Ele estava exausto pela manhã. Os olhos vermelhos, o corpo extenuado, o cérebro morto. Não lhe importava. Gulf concordou que era bom. Muito muito bom mesmo.
Eles perderam o café da manhã.
Bem, não todo. Mas todos já haviam terminado e estavam sentados na sala tomando xícaras de chá e café quando eles chegaram juntos, parecendo ruborizados, distraídos e como se tivessem passado a noite na bure de lua de mel fazendo exatamente o que esperava deles.
E eles tinham feito.
E estavam ruborizados e distraídos porque haviam passado juntos há mais surpreendente das noites sem dormir nada, e de madrugada haviam saído para nadar.
Mew o havia sugerido.
— Você quer nadar? — Gulf o olhou com descrença. — Eu vou me afogar. Estou me sentindo todo mole.
— Vamos lá. Vai ser maravilhoso. Você vai ver.
E ele estava certo. Tinha sido mágico. O frio ar matinal, a água quase morna quando eles mergulharam. Eles brincaram ruidosamente e se beijaram e se amaram.
E então, boiando na água, vendo o sol nascer no oceano tudo se tornou ainda mais maravilhoso porque Gulf boiava de costas contra o peito de Mew, os braços em volta dele, o alento suave contra a orelha dele.
Depois, quando o céu mudou, de azul marinho para uma estonteante mistura de Violetas, vermelho e laranja, e finalmente para o pálido amarelo e azul brilhante da manhã, eles saíram da praia e voltaram para sua bure na árvore, onde tomaram um banho juntos, na cascata em que Mew o emprestará no dia anterior.
Isso tinha sido apenas ontem? Nem mesmo 24 horas completas? Como era possível que as coisas tivessem mudado tanto?
Gulf não sabia. Só sabia da alegria que tinham hoje. E que se sentia um pouco duro e sensível, como se tivesse usado músculos que não estava acostumado a usar. Imagine só, pensou ele, incapaz de manter o sorriso tonto e alegre em seu rosto.
Mew também parecia igualmente satisfeito, apesar de seus olhos estarem decididamente vermelhos e de que não tivesse se barbeado porque Gulf havia decidido que gostava que seu queixo o arranhasse.
Gulf lhe pedira que não se barbeasse.
— A não ser que você pense que o senhor Isogawa vai criar caso — disse ele, consciente de que havia outras prioridades.
— Você é mais importante que Isogawa — disse Mew, esfregando a barba suavemente no rosto dele.
E Gulf não poderia sentir-se mais importante quando entraram na sala, com o braço de Mew sobre os ombros dele.
Uma olhada para eles e Gulf estava certo de que todos sabiam o que fizeram. Ele estava demasiado satisfeito para importar-se com isso. E até mesmo quando o senhor Isogawa perguntou polidamente se haviam dormido bem, Gulf não foi capaz de deixar de sorrir.
— Tivemos uma noite boa — disse ele. Era verdade, afinal de contas, mesmo que não tivessem dormido.
— Aposto que sim — disse Art com inveja.
Lhong não notou mas Kaownah saltou e disse diplomaticamente.
— É um lugar maravilhoso. Thorn e eu também aproveitamos. Não é demasiado quente, nem demasiado frio. Pacífico. E todas essas ondas.
Ele os teria visto? — Perguntou-se Gulf, sabendo que seu rosto estava ainda mais vermelho. Mas Kaownah não lhe deu uma piscadela ou gesto de cabeça cúmplices. Abençoado seu coração.
Kate os dirigiu a uma mesa com duas cadeiras.
— Venham sentar-se e desfrutem do café da manhã. É maravilhoso. Fruta fresca, ovos, torradas francesas. O que vocês desejarem. Nós comemos muito. E eu estávamos falando em dar uma volta enquanto eles estão nas reuniões. Querem vir conosco? — O olhar dela incluía tanto Gulf como Art.
— Eu não — disse Art de imediato. — Vou fazer uma massagem disse ele com um sorriso de conhecedor — com Jale.
Jale, o jovem que os levará à bure no dia anterior, era um pedaço de carne. E obviamente tinha mais talentos que carregar bagagem.
Gulf lançou um rápido olhar a Lhong para ver se podia estimar a reação dele ao plano de arte. Mas Lhong nem parecia ter ouvido. Estava falando com Thorn, sem prestar nenhuma atenção ao marido.
— Eu adoraria — disse Gulf para Kaownah e Kate, — mas isso não é apenas uma lua de mel para mim. Também é trabalho. Tenho que estar em todas as reuniões.
Mew não havia dito isso, mas a verdade é que ele queria ir às reuniões.
Queria estar onde Mew estivesse, para o observar em ação. Não falaram muito durante a noite anterior. Quando as barreiras finalmente cederam, foi tudo tão assombroso, tão novo, tão avassalador. Houve palavras, mas poucas. Haveria tempo para elas mais tarde.
No entanto, Gulf dissera:
— Eu o amo.
Ele ousara fazer isso, e contivera o fôlego depois de dizê-lo, temendo que Mew fosse rir.
Ele não riu. Gemeu e o beijou com um desespero que dizia a Gulf que ele também o amava. E Gulf aceitou isso. Acreditava que Mew o amava, mesmo que ainda não pudesse dizê-lo.
Mas ele o surpreendeu, puxando-o para si, olhando fundo nos olhos dele e dizendo:
— Eu também o amo.
Mew o amava. Dissera isso. E Gulf não tinha dúvidas de que ele iria demonstrar isso novamente, assim que tivessem um pouco de privacidade.
E enquanto isso ele podia observa-lo. Podia tomar notas se necessário, e quando não fossem necessárias, ele poderia despilo mentalmente e ensaiar todas as coisas que fariam quando estivessem a sós.
Esse pensamento o fez sorrir outra vez.
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Bodas de Fel
FanfictionPrólogo Para assegurar um contrato, o milionário Mew Suppasit concluiu que precisa de um marido para exibir em público. Mas quem? Após escolher o sócio perfeito para o empreendimento, enviou seu assistente Gulf Kanawut a Nova York com os document...