Cap 5: Onde, demônios ele estava?

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  Onde, demônios, ele estava?

Mew olhou para o relógio pela décima vez em 5 minutos e passou os dedos pelos já desgrenhados cabelos. Ele já estava andando de um lado para o outro no corredor do cartório, Havia três quartos de hora.

  Chegará ali uma hora antes, pois queria já estar lá quando o Gulf aparecesse, e não tinha certeza de quando ele apareceria. Na noite anterior deixará o celular desligado: não queria receber nenhuma chamada dele dizendo que ele estava cometendo um erro.

  Ele não estava cometendo um erro. O fiasco com Tar tinha sido um erro. Sem dúvida. 4 anos atrás, quando pretendeu casar-se com Tar, estava fora de si — vítima do próprio entusiasmo juvenil e dos hormônios, — sem mencionar a equivocada determinação de casar-se com um filho de família tradicional, que representava o dinheiro antigo.

  E casar-se com Gulf, Deus sabe por qual louca razão, depois que Tar não aparecerá — bem, esse tinha sido um erro maior ainda. Mew nunca deveria ter-se imposto a ele, ter feito aquela proposta! Nunca deveria tê-lo colocado naquela situação.

  Mas naquele momento ele estava maluco. Tinha sido rejeitado. A palavra ainda o fazia estremecer. Mas a deserção de Tar pareceu confirmar seus medos mais profundos — de que, como sua mãe sempre dizia, ele não valia nada.

  E assim ele se voltará para Gulf — e tinha usado a amizade incondicional dele para restaurar, mesmo que por pouco tempo, sua despedaçada autoestima. E tinha sido até bem fácil fazer aquilo. Por mais que Gulf discutisse com ele sobre propostas comerciais, ele era facilmente manipulável quando se tratava de gente — quando se tratava dele.

  E na manhã em que acordou e viu Gulf na cama ao lado dele, quando se lembrou de como tinham passado a noite, Mew ficou estarrecido com o que havia feito.

  Meu Deus, Gulf até tinha um namorado! E ele pouco se importará com isso. Apenas falou — case comigo — e ele sabia que, naquela noite, não ia — não poderia aceitar um não como resposta. Mas sobre a gritante luz da manhã, Aprendeu o que era arrependimento. Sabia que cometerá um erro.

  E fez o melhor que pode para corrigi-lo.

Mew estava cometendo o mesmo erro outra vez. Aquele casamento era pura e simplesmente um negócio ele e Sam queriam exatamente as mesmas coisas. Iam dar certo.

  Desde que Gulf aparecesse.

Mew não sabia onde ele estava nem em que horário o voo deveria chegar. Se tivesse deixado o celular ligado na noite anterior...

  Afinal de contas, Gulf era um idealista, um romântico. Desde que ele o conhecia, Gulf vivia iludido com a ideia de que, algum dia, iria encontrar a pessoa certa. Foi uma das razões pelas quais ele soube que tinha que se divorciar dele o mais rápido possível para dar-lhe a chance de conhecer o homem perfeito.

  E ele não queria ouvir de Gulf que Sam não era o homem perfeito para ele.
Era um homem que se dedicava aos negócios, não ao lar e a família. E que não queria nem saber disso, tal como ele. E isso, para Mew, era perfeito. Assim, ele desligará o celular e, consequentemente, não tinha ideia de onde estava Gulf, ou de quando ele ia chegar. Tentou ligar para ele, mas o celular de Gulf estava desligado.

— Bem, Gulf certamente fez um cálculo arriscado — disse Sam, aparecendo ao seu lado. Ele estava com aquele sorriso habitualmente imperturbável, mas havia um sinal de tensão em torno de sua boca.

— Ele vai chegar.

— É claro. Avise-me quando. Tenho alguns documentos para analisar — disse Sam. — Vou trabalhar neles.

Bodas de FelOnde histórias criam vida. Descubra agora