Cap 19: Querido

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— De verdade? O lago mágico? Meus olhos são mágicos?

   — Claro — ele tinha dito então. E agora insistia. — Eu não estava inventando.

  — Claro que não! — Gulf sorriu. De repente, sentiu-se imensamente feliz. Pegou o outro anel e sentiu a tentação de pedir a Mew para colocá-lo em seu dedo.

  Mas Mew já tinha chegado mais perto do que Gulf jamais pensará que chegaria. Não seria bom pressioná-lo de modo que ele colocou o anel sozinho. Este também se ajustou perfeitamente.

   Gulf levantou o olhar e encontrou o dele.

  — Obrigado. São lindos.

  Mew limpou a garganta:

  — Que bom que você gostou. Pode ficar com ele depois, quero dizer.

— Depois?

— Depois que a semana terminar — esclareceu ele.

  Gulf ainda estava sorrindo mas o sorriso congelou-se em seus lábios.

  — Eu não os quero de volta — continuou ele. — São para você.

  Para mim? Mew ainda estáva pensando em divorciar-se no fim da semana? Gulf podia ouvir Mild dizendo:  Eu não penso assim.

  Gulf não sabia o que pensar.

  A coisa dos anéis o abalara.

  Não apenas os anéis que ele havia comprado para Gulf. Mew ficará contente porque ele havia gostado deles e haviam ficado bem nele — apesar de não ter entendido porque Gulf primeiramente estava cálido e logo muito frio, justo no final. Porém mais que os novos anéis de Gulf o que o abalou foi dar-se conta de que ele estava com o anel de quartzo de seu avô, e que ele o dera na noite que se casaram.

   Isso apenas provava como ele havia estado atordoado ele não se imaginava dando aquele anel a ninguém.

  O pai de seu avô o havia esculpido de uma pedra de quartzo que encontrará quando, jovem.

— Ele sempre disse que supunha ter dado o coração a minha mãe. — Seu avô contava ao jovem Mew.

  — De modo que ele usou o anel — dizia o avô — e o coração após a morte de sua esposa.

  A pedra de quartzos rosa com seu coração de madrepérola permaneceu no dedo dele até o dia de sua morte, apesar do coração de Madre pérola ter rachado e estar faltando uma lasca.

   O avô o usará daquele jeito também.

— Para lembrar-me — ele dizia.

  Quando morreu, o anel foi para o pai de Mew, que nunca usou.

— Não gosto de anéis — sempre dizia. Tampouco usava aliança. De modo que a pedra de quartzos costumava descansar em um Pires sobre sua escrivaninha. Mew o colocava no dedo quando não havia ninguém por perto. Então seu pai deixou a casa, mas o anel ficou, e ele o experimentava mas e mais. Suas mãos cresceram, o anel já não ficava tão solto. Não parecia tão pesado.

   Então, um dia, quando ele tinha 15 anos, o anel, como seu pai, desapareceu.

  — Livrei-me dele — disse sua mãe. — Coisa velha e feia. E com aquele coração partido. — Ela Balançou a cabeça. — Dava azar, se quiser saber.

  — Para onde ele foi? — Mew perguntará, furioso, desesperado.

— Levei todas as coisas do seu pai para o Brechó de Galena — disse sua mãe. — Que bons ventos as levem.

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