Ao chegar na bure de lua de mel, Gulf parou no limiar da porta e olhou em volta, Maravilhado. Todas as bures ou bangalos nativos pareciam lindos quando passaram por eles. Mas esse era espetacular.
Era uma bure, mas não era bem uma bure. Uma cabana de sapé da Ilha, sim, mas construída em uma árvore como uma — casa na árvore. Não uma agarrada nela, mas magnificamente entretecida, de modo que a bure parecia flutuar entre os galhos. A sala parecia talhada na árvore, e não pendurada nela.
— Não é tradicional — desculpou-se o senhor Isogawa. — Mas pensamos que é bonita.
Bonita não bastava para descrevê-la.
A bure estava alinhada uns 12 degraus acima do chão, na extensão de uma vasta árvore que Gulf não podia identificar. A varanda da frente, frondosamente coberta, com sua rede que balançava suavemente, os pisos interiores de madeira nobre nativa e esteiras pião, a vasta cama king size. Até o chuveiro privado a céu aberto em forma de cascata e o spa escondido da praia por telas de bambu cuidadosamente colocadas, tudo era elegante e espaçoso. Com suas colgaduras de paredes pintadas de tecido tapa, a mesa e cadeiras de vime debaixo da janela e um par de poltronas estofadas de kauri, era exótico, mas familiar e acolhedor ao mesmo tempo. Com vistas para um paraíso de areia e mar de cada porta ou janela, era além de qualquer coisa que Gulf alguma vez imaginará.
— Espero que sejam muito felizes aqui. — O jovem que os guiará até ali, pelo caminho de tábuas que serpenteava entre as árvores, inclinou-se levemente e os deixou a sós. Juntos.
Na bure de lua de mel... Com um quarto. E uma cama.
— Não é lindo? — Disse Gulf, quando Mew ficou calado.
Ele não havia dito uma palavra desde que saíram da cabana principal. Tinha seguido Jale pelo caminho de tábua em silêncio. Normalmente Mew cravava as pessoas de perguntas. Mas observará todas as amenidades da bure em completo silêncio. E, mesmo depois de Jales ter ido embora, ele não falou nada.
Abruptamente disse:
— Teremos que compartilhar a cama. Não posso dormir na rede. — Indicou com a cabeça a rede que balançava suavemente na varanda.
— Eu sei.
— Isogawa se daria conta. Ou o pessoal do serviço. Eles comentam. Não podemos correr o risco.
— Eu sei.
Mew parecia não estar ouvindo. Estalou os dedos e começou a andar de um lado para o outro.
— Todas as outras bures tem duas camas!
— Não se preocupe com isso — disse Gulf. — Ficarei no meu lado. Prometo que não o molestarei.
Mew parou em seco.
— O quê?
— Eu disse que prometo não lhe atacar!
Foi a vez de Mew pestanejar.
— Não foi isso que eu quis dizer — rosnou. — Eu lhe prometi duas camas.
Você também prometeu me amar, me honrar e cuidar de mim pelo resto de nossas vidas, pensou o Gulf. Mas não disse nada.
— Eu estive presente o tempo todo. Quase podia ver o que se passava na cabeça do senhor Isogawa. Ele estava determinado a fazer disto algo especial para nós.
— Você não se incomoda?
— Eu vou sobreviver — assegurou. — E você?
— Claro! Vai dar tudo certo.
Mas, enquanto falava, Mew se afastava, como se estivesse determinado a colocar tanto espaço como pudesse entre a cama e ele, enquanto fosse possível.
Gulf tentou não notar. Com o polegar, ele girou os anéis nos dedos. Os anéis provavam que, pelo menos em algum nível Mew o entendia, se preocupava com ele. E a bure bem, ele iria tomar isso como um sinal de que alguém, a demais dos Isogawa, queria que ele e Mew ficassem juntos.
Gulf tirou o sapatos e flexionou os dedos dos pés contra o fresco piso de madeira.
— Que tal nadar um pouco? — Sugeriu ele.
Mew olhou de relance para a cama.
— Nadar é uma boa — disse rapidamente. — Vá na frente e troque de roupa. E eu... Oh, inferno. Esqueci minha pasta na cabana principal. Vou pegar lá.
— Seria melhor que você não ficasse aqui trabalhando.
— Não. — Ele saiu, parou na varanda e voltou. — Gulf? Obrigado.
Gulf levantou a cabeça.
— Obrigado?
— Eu sabia que tudo nesse acordo estava avançando suavemente. Nunca me dei conta do quanto disso era graças a você. Sua ligação com todos eles os Isogawa, os Walker, os Kirigun, até mesmo Lhong e Art foi o que fez esse acordo até agora.
— E gostei de cada parte dele — Gulf disse honestamente. — Foi divertido. Eles são pessoas interessantes.
— Sim, eles são. Mas eu quero que você saiba que eu aprecio o que fez. — Ele hesitou, como se fosse dizer algo mais. Então apenas murmurou — Obrigado — outra vez, virou-se e apreçou-se pelo caminho.
Gulf observou até que ele desaparecessem entre as Palmeiras então se sentou na cama e suspirou. Ele notará os relacionamentos dele com os Isogawa, os Walker, os Kirigun. Ele os apreciava. Mew agradecia a ele por eles.
Provavelmente Mew até pensava que ele desenvolverá esse relacionamento para o bem da empresa e por nenhuma outra razão.
Algumas vezes Mew Suppasit parecia demasiado estúpido para merecer viver. E antes de a semana terminar, talvez o Gulf pudesse matá-lo.
Mas — Gulf sorriu — já que ele o levará ao paraíso ele bem que poderia nadar um pouco primeiro.
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Bodas de Fel
Fiksi PenggemarPrólogo Para assegurar um contrato, o milionário Mew Suppasit concluiu que precisa de um marido para exibir em público. Mas quem? Após escolher o sócio perfeito para o empreendimento, enviou seu assistente Gulf Kanawut a Nova York com os document...