— Bom, foi tudo bem — Mew disse bruscamente enquanto abria a porta da bure depois de um excelente jantar e de uma noite de conversas para conhecer-se melhor.
— Você acha? — Gulf disse ironicamente, porque, apesar de ter dado o melhor de si, ele não pensava que bem descrevesse a situação. Hipócrita seria mais exato.
Gulf passou na frente dele e logo se arrependeu.
A cama, que parecia ser do tamanho Kansas-size algumas horas atrás, agora parecia apenas um pouco maior que um selo de correio. Uma coisa é ir para cama com o homem que se ama se você pensar que ele pode achá-lo atraente, e outra é ir para cama com um homem que se virou e fugiu quando o surpreendeu nu.
E agora não havia praia para fugir, nem lugares para passear. Estava tudo escuro preto aveludado, com assombrosas estrelas e constelações sobre as quais Thorn lhe ensinará. Mas Gulf não podia ficar lá fora a noite toda.
— Você não achou? — Mew pareceu surpreso. Fechou a porta e lançou longe o sapatos. — Todos estavam passando bem, o lugar é maravilhoso, muito melhor do que eu esperava. O serviço parece muito bom, a comida fantástica.
— Sim.
— Art não me incomodou — disse Mew com suprema satisfação. — E quando você se acostuma com o formalismo, Isogawa é um cara legal. Assim como a esposa. E eles obviamente pensam que você é maravilhoso. Eu também — Mew disse alegremente.
— Porque? Porque assustei Art? Porque seu brilhante plano está funcionando? Isso não é maravilhoso?
A testa de Mew se enrugou.
— O que há com você ?
— Não há nada comigo! Nada mesmo.
— Claro que há. Você estava tão cheio de suavidade e Luz esta noite. — Mew revirou os olhos.
— Você não sabe nada sobre mim!
— Diga-me você, então. Porque está zangado?
A pergunta simples dele causou-lhe mais fúria.
— Quem disse que eu estou zangado? — Gulf afastou-se, colocando a cama entre eles, quando Mew tentou se aproximar.
— Adivinhei — disse ele arrastadamente.
Os olhos deles se encontraram por cima da cama, os de Mew pétreos e furiosos, os de Gulf igualmente loucos. Mew passou a mão pelos cabelos e franziu as sobrancelhas.
— Bem, deixe-me adivinhar.
— Faça o que quiser.
— É sobre hoje à tarde.
Quando o Gulf não respondeu logo, Mew o aguilhoou. — Não é?
— O que você pensa?
— Penso que estou fazendo o melhor que posso, com mil demônios — disse asperamente. — Muito bem, ótimo, eu peço desculpas! Mas não sou cego, Gulf! Se você não puxar as cortinas sobre a janelas, eu terei uma vista completa. Não posso evitar! Mas eu saí, não é?
O queixo de Gulf caiu:
— O que?
Mew ainda estava corado, os olhos flamejantes.
— Se você não queria que eu o visse nu, porque demônios deixou as cortinas abertas quando tomou banho?
Era por isso que ele pensava que Gulf estava zangado? Porque Mew tinha o visto nu? Não porque ficará tão repugnado pela imagem a ponto de sair do quarto?
— Bem? — Exigiu Mew quando ele não respondeu.
Entorpecido, Gulf balançou a cabeça, ainda tentando entender. Finalmente, apenas pôde perguntar:
— Por isso é que você saiu?
—Você queria que eu ficasse lá olhando para você? Nossa Gulf agora é um exibicionista? — Seu tom era zombaria.
— É claro que não. Eu precisava de uma chuveirada. Vinha de um banho de mar. A cascata era linda, convidativa, não como a banheira que posso usar todos os dias. E você estava dormindo! Eu não tentei seduzi-lo!
— Foi exatamente o que imaginei. E que você estaria mais sedutor quando voltasse ao quarto. — Duros olhos negros encontraram os dele. — Assim sai.
Mas Gulf estava preso a uma frase anterior.
— Sedutor? — Ele repetiu a palavra como se jamais a tivesse ouvido antes. — Você pensou que eu estava...?
Gulf olhou para ele, assombrado.
— Você é sedutor como o inferno, Gulf kanawut — rosnou ele. — E apesar de eu ter adorado ficar ali vendo você cabriolar debaixo do chuveiro...
— Eu não estava cabriolando!— Protestou Gulf.
— Não? Bem, dançando, então. Pulando. Você pulou. — Mew fez que isso soasse como uma acusação.
Deus, quanto tempo Mew ficará o observando? Gulf sentiu que enrubescia.
— Você instigou — Mew disse de novo, com firmeza. —E eu não ia ficar satisfeito só com olhar. Ia querer mais. E isso não era parte do nosso acordo. Portanto eu saí.
Oh.
— Assim pedi desculpas — ele disse. — Foi tudo que consegui pensar em fazer naquele instante.
— Tudo? — Disse Gulf antes que pudesse se conter.
Seus olhares se encontraram outra vez, e ficaram presos. Eletricidade corria entre eles. Desejo, desejo ardente, frustração, necessidade. Gulf certamente sentia tudo isso e não tinha ideia do que Mew sentia do outro lado.
Mew apertou os dentes.
— Não me tente, Gulf. Meninos que brincam com fogo acabam se queimando.
Foi como se Gulf tivesse sido libertado, os medos banidos, o coração martelando.
— Isso é uma promessa?
— Pare com isso — disse Mew com voz brusca. — Prepare-se para dormir. Já pedi desculpas pela cama, e não o farei outra vez.
— Não me importa — disse Gulf.
Mew o ignorou.
—Vou sair e caminhar pela praia enquanto você troca de roupa. Pisque a luz quando estiver decente e debaixo do cobertor. — Então, sem deixar que Gulf respondesse, ele abriu a porta e saiu.
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Bodas de Fel
FanficPrólogo Para assegurar um contrato, o milionário Mew Suppasit concluiu que precisa de um marido para exibir em público. Mas quem? Após escolher o sócio perfeito para o empreendimento, enviou seu assistente Gulf Kanawut a Nova York com os document...