Cap 9: Sair da sua vida.

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  Ir com ele para nanumi? Com seu marido?
  Gulf o olhou fixamente.

— Por que não? — Insistiu Mew. Estamos casados. Você disse isso.

— Sim, eu disse. Mas... — Gulf olhou para ele mas de perto. — Estaria ele sugerindo...? Certamente ele não queria dizer...?

  O coração de Gulf pareceu saltar do peito enquanto seu cérebro brincava com a possibilidade, que nunca lhe havia ocorrido — de que Mew iria querer continuar o casamento deles, que ele finalmente o via como um homem.

Mew parou na frente dele.

— Na alegria ou na tristeza, Gulf — ele disse, como se Gulf precisasse do lembrete. — Agora você é meu marido. E Isogawa põe a família na frente de tudo. Você mesmo disse. Ele quer casais no Resort. Nós somos um casal. Faz perfeito sentido não é?

E subitamente aquilo não tinha nada haver com querer permanecer casado com ele. Ele queria discutir.

Esse era Mew no modo de confrontação. Mew procurando briga. Um desafio. Era sua forma de trabalhar.

  O instinto visceral de Mew escolhia e propunha coisas continuamente. Algumas vezes, pensou o Gulf, seu cérebro trabalhava mais rápido do que a velocidade da luz.

  Era a maneira como ele começava cada acordo. Ele via uma possibilidade então — usando algum tipo de cesto sentido, alguma intuição que Gulf nunca podia alcançar, — ele analisaria o que estivesse considerando na velocidade da luz, pensaria nas opções, calcularia os riscos e depois atiraria nele algum tipo de ideia escandalosa.

  Como agora.

  Normalmente, é claro, Mew não o fazia com a afiada velocidade que ele notou em seu tom de voz agora, apesar do sorriso. Mas mesmo com o queixo de granito e o brilho nos olhos de quem come tubarões no café da manhã o olhar no seu rosto era decididamente familiar.

  Mew o estava desafiando a enfrentá-lo, para pará-lo. E desejando que Gulf lhe fornecesse meia dúzia de outras opções. Era como trabalhavam. Um dos testes de Mew para a intuição dele era lançar uma decisão sobre ele, e esperar que Gulf a discutisse.

  E Gulf adorava discutir com ele. Isso o excitava o divertia. Fazia com que ele sentisse que era parte vital do processo de decisões de Mew. E se ele fosse suficientemente convincente, ele estava disposto a revisar e reconsiderar.

Gulf apenas sorriu e disse:

— Está bem.

  O súbito silêncio na sala era ensurdecedor. Mew o olhou fixamente, os olhos esbugalhados.

  — Está bem? O que demônios você quer dizer com está bem?

— Quero dizer que concordo.

Suas escuras sobrancelhas abaixaram, e ele lançou um olhar mal humorado enquanto esfregava sua mão na nuca.

— Eu não estava perguntando a você — Mew disse asperamente — eu estava dizendo a você.

— E eu concordo com você. ( Gulf debochado meu conceito)

— Concorda? Quero dizer sim é claro que concorda — vociferou ele. — É que faz sentido.

Gulf anuiu.

— Sim.

— Você pensa isso mesmo? ( Gulf desconficurou o Mew 🤭🤭)

  — Sim — Gulf disse confirmeza. — Eu penso.

— Por que ?

Gulf balançou a cabeça. Não iria dizer-lhe isso. Mas ele sabia o que tinha que dizer.

— Trata-se apenas de negócios.

Mew piscou, e depois aprovou.

  — Sim.

— Bem, não é nada demais. — O cérebro de Gulf rio de sua ingenuidade, mas ele o ignorou. — Irei para Fiji com você, e depois eu me demitirei. Irei para casa e obteremos o divórcio. Dessa vez um divórcio verdadeiro, com a papelada completa, oficial, legal. E então sairei de sua vida.

  — Não seja ridículo. Quero dizer, o divórcio, sim, claro. Bem. Mas você não precisa sair da minha vida!

  — Sim, eu preciso.

  Meu Deus, sim, ele precisava mesmo. Certamente ele não queria passar por isso outra vez, divorciar-se outra vez de Mew Suppasit e depois voltar a ser o gerente de seu escritório. Gulf fora suficientemente tolo e iludido para tentá-lo uma vez. E com tanto afinco que funcionou.

  — Serei seu marido por uma semana. E depois irei embora.

  O maxilar de Mew se apertou. Olhou fixamente para ele por um longo tempo, depois encolheu os ombros.

— Faça o que quiser.

— Eu o farei.

  Aquilo lhe faria bem. Ele iria a nanumi com Mew. Como seu marido verdadeiro por uma semana. E ele se deixaria agir como um marido. Teria uma semana do sonho que sempre quis. E depois iria embora. Sem dúvida haveria um pouco de choque de valores em tudo isso. Talvez o despertasse o suficiente para forçá-lo a começar uma nova vida.

  Mew não parecia completamente convencido. E ele não iria ficar ali para discutir com ele.

— Estou imundo — disse. — E estive acordado a noite inteira. Preciso tomar banho. Posso usar o banheiro?

  Mew pareceu espantado. Seu semblante aprofundou-se.

— Tomar banho? Aqui?

  — Vocês devem ter banheiros, eu acho. Encanamentos internos? Sei que nunca estive em Nova York antes, mas, certamente...

— Sim, maldito seja. — Apontou com a cabeça para uma porta atrás da pequena área da cozinha. — Pode ir.

— Obrigado. — Gulf deu de ombros, contente por ter sua mala e roupa limpa a mão. — Estou viajando desde ontem à noite.

  — Então porque você atrasou.

  — Problemas técnicos com o avião. Um problema de fiação elétrica. Passei 5 horas em Detroid. Pense só, se o avião tivesse caído, você agora seria um viúvo e tudo estaria bem. — Golf sorriu para ele, ajoelhado e abrindo a mala.

— Não seja idiota! — Rosnou Mew.

  Gulf estava tentando não ser. Tirou da mala um par de calças jeans, uma camiseta, uma Box limpa e controlou suas emoções desobedientes. Só quando esteve seguro de que estava outra vez no controle é que se levantou.

Mew estava no caminho dele, o olhando fixamente.

— Com licença? — Gulf o pressionou quando ele não se afastou. — Um banho?— O olhar dele parecia fixo nas roupas penduradas no braço dele. — Mew?

  E como se tivesse compreendido subitamente porque ele não se movia — porque não podia, — Mew saiu da frente.

— Obrigado. — Gulf passou por ele. — Vou me apressar.

  — Não há pressa — murmurou ele. — Vou pedir... Algo para comermos.

— Parece bom — mentiu Gulf, certo de que não poderia comer nada. Foi para o banheiro, então se virou e lançou-lhe o último sorriso, brilhante e decidido.

  Mew ainda o estava olhando fixamente quando ele fechou a porta.


Bodas de FelOnde histórias criam vida. Descubra agora