Cap 12: Ele não o queria.

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— Ele estava no seu quarto? Mas como...

  Mew deu de ombros.

  — Fingiu que era o dele. Disse a uma criada que esquecerá a chave dentro do quarto. Ria afetadamente, vangloriando-se disso. Tudo de que se precisa são algumas pezetas, ele me disse. Pensou que era muito divertido. Não estava inclinado a aceitar um não como resposta.

  Gulf sentiu sua boca ficar seca. Mew estava dizendo que dormirá com Art?

— Eu o expulsei imediatamente e ele protestou todo o caminho — Mew respondeu a pergunta que Gulf não pode fazer.

   — Mas ele não estava contente com isso.
  — Lhong nunca saberá disso — Art disse. — E se descobrisse, não se importaria. —Mew balançou a cabeça.

   — Não é verdade. Lhong se importaria muito. Ele pode abandoná-lo por algumas horas e Art pode enlouquecê-lo, mas no que lhe diz respeito, Art lhe pertence. Eu teria acabado com o nosso trabalho juntos, teria arruinado aquele projeto. E, além disso, eu não vou para a cama com os maridos de outros homens.

  Gulf engoliu uma onda de alívio.

— Claro que não — ele disse, mais feliz do que tinha direito a estar.

  — Quando surgiu o acordo de Nanumi, pude ver Barcelona acontecendo outra vez.

— Você não acha que ele recebeu a mensagem?

— Não. Art só escuta o que quer. Lembro que tentou dar em cima de Téo alguns meses atrás, mas ele se casou e tudo terminou. Art aparentemente não respeita a própria aliança de casamento, mas não caça os maridos de outros homens.

— E você decidiu casar-se?

— Parecia uma boa ideia — Mew disse com firmeza. — Sei que você pensa que o casamento diz respeito a amor, romance, flores, mas não é assim.

  Saltou da cadeira e começou a caminhar outra vez.

  — O casamento, ao longo da história, foi mais frequentemente uma aliança econômica do que um romance de corações e flores. Eu entendo isso. Também. Teria funcionado.

Mew se virou e o encarou, seu olhar desafiando a negá-lo.

  — Ainda parece... Bem drástico.

— Sim; bem, se você estivesse tentando realizar um negócio de algumas centenas de Milhões de Dólares, que pudessem ser arruinado por algum jovem de maus costumes com minhocas em lugares de cérebro, você faria alguma coisa drástica também!

  — E agora?

— Agora — Mew disse pesadamente — ... Ha você.

  Certo. O elefante do casamento. A frente e o centro.

  — Então, o que você pensa fazer? — Lhe perguntou Gulf.

  — Aparecer e atuar como um casal na frente dos outros — Mew explicou rapidamente. — Não espero nada mais. Não se preocupe.

  Sim, Gulf já havia imaginado isso. Mas então os seus olhares se encontraram. Algo vivido, intenso e extremamente pessoal parecia brilhar nos olhos de Mew Suppasit. Algo quente. Mas antes que Gulf Pudesse ter certeza, ele mudou novamente a direção do olhar.

  — Vamos — Mew disse abruptamente. — Vou levá-lo ao seu hotel.

— Hotel? — Gulf disse tolamente, ainda sentindo-se chamuscado por aquele calor momentâneo.

  — Hotel. Reservei um quarto para você no Plaza. Eu lhe disse isso, lembra? — Mew já estava de joelhos, colocando as roupas sujas dele dentro da mala e fechando o zíper, como se não pudesse esperar para ficar livre dele.

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