Cap 25: Estava sonhando?

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Mew estava sonhando.

   Eram sonhos vividos e vibrantes nos quais ele despia Gulf, depois o beijava subindo pelos braços e ombros, ao longo do queixo, em todo o rosto, na ponta do nariz e, finalmente, a linda e deliciosa a boca.

  E durante todo o tempo em que o beijava, ele corria as mãos sobre ele e lhe tirava a roupa, suas blusas e paletós, ansioso para chegar ao pano de seda que ele sabia que estava por baixo.

  Então, justo quando ele alcançou a seda e começou a despilo, ele ouviu o suave clique do gancho.

  Clique? Do gancho?

  Ele deu um pulo. Seus olhos se abriram quando o Gulf abriu a porta de vidro corrediça do chuveiro, fazendo um clique. Então a porta fez outro clique e fechou. E, através dela, Mew contemplou uma realidade mais vibrante e vivida que todos os seus sonhos e fantasias de Gulf em roupa de baixo.

   Enquanto ele observava em aturdida, mas deslumbrada, fascinação, o Gulf kanawut verdadeiro e vivo pendurou sua toalha e seu roupão no gancho ao lado da cascata, e depois de olhar rapidamente para a porta, virou-se, tirou sua sunga e entrou nu na água.

  A boca de Mew ficou seca. Seus olhos não piscaram enquanto observava um Gulf cor de pêssego que não vestia nada!

   Ele gemeu ante essa visão, com a reação instantânea de seu corpo, já prevenido por seus sonhos. Tomando fôlego, Mew fechou os olhos.

  — Demônios. — Mew engoliu em seco, depois abriu os olhos só um pouco, desejando ter imaginado tudo aquilo, que os fusos horários, o estresse, demasiado trabalho e a frustração sexual para não mencionar a frustração de Gulf haviam se combinado para criar alucinações.

  Não era assim.

  Ele ainda estava lá. De pé na rocha pouco profunda debaixo do jato de água, depois fazendo um pequeno passo de dança como um ninfo das águas. A água fazia sua pele brilhar. Ele engoliu em seco outra vez.

   Afinal de contas, ele era seu marido.

Assim ele tinha direitos, não é?

Mew podia levantar-se da cama, arrancar as roupas e unir-se a ele na piscina, debaixo do chuveiro. Como seu marido, ele podia correr as mãos sobre o corpo ensaboado, beijar o pescoço, o caminho que levava aos seios ( vai ser seio,pois não achei que outra palavra se encaixasse melhor.)  dele, tocar o umbigo dele com sua língua, beijar mais abaixo, tocá-lo...

  Sua mandíbula travou e ele rolou de costas na cama, seu corpo gritando em protesto por não ter sido autorizado a fazer exatamente aquilo, a fazer mais.

  Porque não fazer mais?

Gulf iria lutar contra ele? Não ficará tão contrariado pelo fato de haver só uma cama, como ele ficará. Ele ficou porque pensou que isso lhe importava.

  Será que não?

  Será que Gulf queria que ele fizesse amor com ele novamente? Ele casará com ele, não é? Argumentava o corpo dele. Mas, só havia casado com ele sobre pressão, seu cérebro respondia. Porque ele tinha tornado impossível a recusa dele, porque Gulf se preocupava com ele como amigo, porque ele estava em uma situação angustiosa e, sabendo disso lhe fizera um favor. Porque teve pena dele!

   E porque ia querer se casar com ele, de qualquer maneira? Conhecia a família dele, seu passado. Gulf sabia, tanto como Champ, que material fraco ele era como um marido. Gulf sempre desejará um marido, um lar e uma família.

   Gulf merecia um homem bem melhor que ele.

   De modo que o mínimo que ele podia fazer era manter a cabeça nos negócios. Precisava lembrar-se disso.

  Mas agora ele precisava sair dali.

  Mew conhecia a natureza humana — especialmente a própria suficientemente bem para saber que todas as resoluções racionais poderiam falhar frente a demasiada tentação.

  Seu pai não lhe ensinará muito, mas certamente lhe ensinará isso.

  Ele não estava ali!

  Gulf havia terminado o banho, se secado e posto o roupão felpudo. Penteará os cabelos com os dedos para não parecer um espantalho e então, tomando fôlego, abriu a porta corrediça com cuidado e silenciosamente, esperando que Mew lhe tivesse deixado um canto da cama onde tirar uma soneca.

   E ele não estava ali! A cama se encontrava vazia, o lençol amarrotado, mas Mew não estava mais ali.

  Com o coração golpeando contra o peito, Gulf correu para o banheiro. Ele não estava ali. Gulf olhou para a varanda. Nada de Mew. Ele ainda saiu e olhou na direção da praia. Mas todos haviam ido embora. A praia também ficará vazia.

  Gulf não podia ver ou ouvir uma única alma, apenas o som do mar contra a costa e o sussurro do vento entre as palmeiras.

  Aonde ele tinha ido?

E Por que?

  O calção de banho não estava. As roupas que vestia estavam penduradas no armário. Ele teria despertado e posto o calção, pensando que Gulf ainda se encontrava na praia?

  Não o vira no chuveiro?

   Nu no chuveiro!

  Como não o teria visto? O rosto dele ardeu quando compreendeu que não havia forma de que Mew não o tivesse visto. A vista da cascata para o quarto estava obscurecida pelo reflexo do sol no vidro, mas a vista da área do chuveiro era clara como cristal.

  Ele não poderia ter deixado de vê-lo.

Todo o corpo dele estava quente agora. Queimando de humilhação, sem contar com o embaraço.

  Mew o tinha visto e olhado para o outro lado. Corrido na direção oposta!

  Gulf queria morrer. Como poderia passar uma semana com Mew no mesmo quarto na mesma cama se ele nem tolerava vê-lo?

  E Gulf pensava fazer disso um casamento verdadeiro?

  O que estava pensando? A própria ideia agora parecia risível. E Gulf sabia que a piada era ele.

Bodas de FelOnde histórias criam vida. Descubra agora