Cap 34: Aquele homem é louco

382 71 44
                                    

— Art diz que deve tudo a mim — contou  Gulf, sorrindo.

— Hein? Quem deve o quê? — Mew estava distraído. Ele estivera ansioso para tê-lo nos braços tão logo o encontrou na praia. E o afastou de Art sem olhar para trás. Tinha algo em mente.

  — Eu disse que Art e Lhong estão se falando — repetiu ele pacientemente enquanto caminhavam para sua bure. — Lhong está realmente escutando. Estão se comunicando! Eles podem ter um bebê! E a Art diz que deve tudo a mim. — Gulf estava certo de que Mew apreciaria a ironia daquilo.

   Mas ele apenas balançou a cabeça.

— Aquele homem é louco.

  Mew tivera um dia difícil. Gulf apenas participará das reuniões matinais e ele estivera amarrado toda a tarde martelando os últimos detalhes para que o novo consórcio do resort fosse um acordo selado. Podia ser perdoado por não se preocupar com as questões familiares de Art.

  — Você deve estar aliviado por tudo ter terminado — disse Gulf enquanto subiam os degraus de sua varanda na árvore.

  Uma vez ali, Gulf se inclinou para massagear os reteçados músculos dos ombros e das costas dele.

  Mew suspirou.

  — Siiim. — Mew deixou que as mãos de Gulf fizessem sua mágica por alguns instantes, depois se endireitou. — Eu estava pensando que deveríamos ir para casa.

   — Para a casa? — As mãos de Gulf pararam.

   — Não podemos ficar aqui para sempre. É o paraíso, sim. Mas o trabalho está feito.

— Mas a semana não acabou. O senhor Isogawa espera que fiquemos aqui. Além disso, amanhã é o dia da família. — E Gulf esperava isso com prazer.

  Mew deu de ombros.

  — A família de Isogawa.

  — E ele quer que os conheçamos. Eles voltam todo ano todos eles —, os senhor Isogawa e a esposa, os filhos e os netos. Nanumi é isso. Trabalhamos para isso toda a semana.

  Mew apertou os dentes brevemente, depois encolheu os ombros.

— Ótimo. Se você quiser ficar, ficaremos.— Entrou no quarto e caiu na cama com o rosto para baixo. Seus olhos se fecharam.

  Gulf sentou ao lado dele e começou a esfregar suas costas outra vez.

— Toda a adrenalina foi embora, não é?

  Mew rolou sobre si e o agarrou, puxando-o para cima dele.

  — Não confie nisso!

  Mew ainda estava dormindo profundamente quando Gulf acordou na manhã seguinte.

   E não era de admirar. Ele os mantivera acordados a maior parte da noite. Mew o amará ansiosamente, urgentemente, quase desesperadamente, de uma maneira que o fez lembrar de sua noite de núpcias quatro anos atrás.

  Mas não foi como agora, Gulf estava seguro, porque não havia como esquecer o que acontecerá entre eles ali.

   Eram quase 8 horas. Gulf tinha prometido encontrar-se com os Isogawa e sua família para o café da manhã. Isso lhe dava tempo para uma chuveirada desde que Mew não se unisse a ele antes de ir para lá. Gulf não teria se importado se Mew se unisse a ele. Mas sabia que estava exausto.

   Olhou para Mew agora, o coração cheio do amor que sentia por aquele homem. Inclinou-se e passou levemente a mão sobre o cabelo desgrenhado. Ele não se moveu. Gulf beijou-o no rosto. Mew suspirou e sorriu levemente, mas não acordou.

   Gulf tomou seu banho, secou e penteou os cabelos, tomando mais cuidado do que  fizera durante toda semana, para ficar apresentável para conhecer a família de Isogawa. Quando ele saiu, cinco para as nove, Mew ainda não havia se mexido.

  O som do riso das crianças o acordou, sobressaltado.

  Por um momento, Mew não soube onde estava. Então abriu os olhos e se lembrou. Dia da família.

   Falando de uma experiência estranha...

  Ele estava deitado ali, pensando na melhor maneira de livrar-se de tudo aquilo, quando bateram na porta da bure. Ele franziu o cenho, porque durante toda a semana ninguém baterá naquela porta. Todos respeitaram a privacidade dele e de Gulf. Mas talvez Gulf houvesse mandado um mensageiro para ver se ele estava se levantando.

   Colocou um short e abriu a porta, piscando ao não ver ninguém, então se deu conta de que quem baterá a porta mal chegava à altura do seu peito.

  Duas meninas e três meninos estavam parados ali, pulando e saltando de um pé para o outro.

  — Nunca vimos uma casa na árvore tão grande. Você mora aqui? — O rapaz mais alto perguntou a ele, os olhos abertos. Ele falava como um kiwi esse parecia com Esteve, de modo que Mew teve uma boa ideia de quem ele era.

  — Esta semana, sim — respondeu, enquanto eles esticavam os pescoços e olhavam para o quarto. A ansiedade deles lembrou de sua própria curiosidade juvenil. — Querem dar uma olhada?

  Se queriam? Ele foi praticamente atropelado na pressa deles por explorar. Estavam fascinados pela forma em que a bure fora construída em volta dos galhos; um deles era tão grande que podia ser usado como uma poltrona de janela. Ficaram encantados com a cascata particular.

  — Podemos entrar? — A menina ruiva perguntou.

   Mew deu de ombro.

  — São meus convidados. E enquanto eles dançavam e pulavam na cascata, rindo todo o tempo, Mew também ria. Ele disse seu nome e descobriu os deles. O menino mais velho, Geoff, e o menor, Justin, eram de Steve e Kate. O do meio era Keefe Ten Eyck. A menina ruiva era sua irmã, Kátie, e A outra era Mai, a neta de Isogawa. Ela não falava tailandês, mas a barreira do idioma não os fazia diminuir a marcha.

— Isto é maravilhoso — disse Kefee. — Poderia viver aqui toda minha vida!

— Que está perto de terminar — disse uma voz vindo da porta. E um Kaownah muito severo apareceu. — Vocês sabem que não devem importunar os hóspedes.

  — Nós pedimos licença — disse Katie. — Educadamente.

   Todos os outros assentiram, concordando.

— Ele nos convidou — disse Justin. — Não foi? — Ele olhou para Mew pedindo confirmação.

  — Claro que sim — concordou Mew.

  — Eles não o acordaram? — Kaownah ainda parecia preocupado. — Gulf disse que você estava exausto que precisava dormir.

  — Eu já tinha acordado. Estava descendo para nadar.

  Justin agarrou uma de suas mãos e Mai timidamente agarrou a outra.

  — Vamos, então.

  — Deixem o senhor Suppasit sozinho — disse Kaownah. — Para fora, todos vocês. E agradeço por sua gentileza de deixá-los interromper sua vida.

Bodas de FelOnde histórias criam vida. Descubra agora