Mew pareceu desgostoso, mas cortesmente dobrou os papéis e colocou as pernas debaixo da poltrona, para que Gulf pudesse passar por ele e chegar ao corredor.
Ao menos Gulf tinha mais espaço que na classe turística. Mesmo assim, ele estava agudamente consciente do roçar dos joelhos dele contra a parte de trás de suas pernas.
— Desculpe — murmurou. — Voltarei em um minuto.
Não foi um minuto. Gulf tomou o seu tempo, caminhou pelo corredor, foi ao banheiro, jogou um pouco de água na cara. Quando voltou, o comissário de bordo estava trazendo sua refeição. E depois disso, quando o Mew começava a buscar seus papéis outra vez, começaram a passar o filme.
— Que bom! Meu marido de mentirinha! (Desculpa só pensei nesse filme kkk) Gulf estava encantado. E exagerou no encantamento porque, ele gostou de não ter que lidar com Mew por um par de horas.
— Suponho que você queira assistir ao filme. Trabalharei em algo enquanto isso.
Mew pegou o seu laptop e começou a teclar furiosamente nele.
O filme era bom. Mesmo assim, Gulf levou um tempo para perder-se nele e não na confusão que era sua vida. Algum tempo depois, porém, ele notou que Mew parará de teclar.
— Alguma coisa errada? — Perguntou ele.
Mew se sobressaltou, parecendo espantado, então rapidamente balançou a cabeça.
— Não.
Gulf suspirou e tentou perder-se no filme outra vez. Mas tudo que conseguia fazer era ouvir Mew teclando furiosamente ao lado dele.
Quando o filme acabou e as luzes se acenderam, Mew parou de clicar e olhou para ele.
— Temos que conversar. Mew parecia sombrio e grave. Muito diferente do Mew ele conhecia.
— Tudo bem — disse Gulf cautelosamente.
Mas ele não disse nada. Pelo menos por um momento. Parecia pensar no que iria dizer, o que também não era comum em Mew. Com ele, Mew sempre dizia a primeira coisa que vinha a mente e depois discutiam sobre aquilo.
— Eu sei porque você casou comigo — ele disse finalmente.
Ele sabia? Sabia que ele o amava. Gulf sentiu a maravilhosa refeição da primeira classe subir pela garganta. Fechou os dentes e rezou para que ela descesse de novo. E não abriu a boca até estar certo disso. Então ele disse:
— Você sabe?
Gulf queria afundar na terra coisa difícil em qualquer momento, mais particularmente quando se está a 12 mil metros acima dela.
Mew confirmou com a cabeça, muito sério.
— E quero que você saiba que aprecio isso.
Apreciar? Gulf levantou a sobrancelhas. O quê?
Ele o amava e Mew apreciava isso?
— Entendo agora que você estava apenas tentando ajudar — continuou ele solenemente. — Fazer o que precisava ser feito, o que era melhor para a companhia. — Ele se inclinou em sua direção, sério.
Gulf o olhou fixamente, atordoado. Era por isso que Mew pensava que ele se casará com ele?
— E sou muito grato. Sei que o casamento foi difícil para você. E depois. O divórcio; bem, o não divórcio — disse ele, com a boca torcida, só tornou as coisas piores. — Mas podemos tirar proveito de uma má situação. Somos adultos certo? Maduros, sensíveis.
Eram mesmo? Então porque Gulf sentia que queria matá-lo?
Gulf não disse uma palavra, apenas o olhou, espantado.
— Nós podemos lidar com isso — continuou o Mew.— Não é?
Mew estava olhando para ele, com expectativa, como ser Gulf devesse dizer alguma coisa em resposta ao comentário dele.
Como o quê? Eu te amo, seu estúpido idiota? Ele não fazia ideia.
O semblante de Mew ficou impaciente.
— Bem, se você não quiser discuti-lo, não o faremos. É uma pena que você se sinta assim. Estou... Agradecido.
Oh, bem, justamente o que ele queria gratidão!
— Também espero que isso não vá ser demasiado difícil para você, o que lhe estou pedindo que faça agregou abafadamente.
— O que você está me pedindo para fazer? — Gulf disse, irritado. — Quero dizer... Exatamente.
Gulf estava razoavelmente seguro de que "amá-lo para sempre" não sugeriria da sua boca.
Com a pergunta dele, algo que poderia ter sido um rubor apareceu no rosto de Mew.
— Nada comprometedor — ele lhe assegurou.
— Nada comprometedor? Que palavra é essa? — Gulf não conseguiu refrear-se.
E Mew reconhecia um desafio quando o ouvia.
— Você sabe muito bem que tipo de palavra é essa! Não estou esperando que você durma comigo!
Bem, ele havia perguntado. Aguente essa, Gulf disse a si mesmo.
— Claro que não — murmurou Gulf mais para si mesmo que para ele.
Mas Mew ouviu e seu olhar estreitou-se.
— Espero que você haja como meu marido.
Gulf deliberadamente arregalou os olhos.
— O que significa...?
Mew apertou os dentes.
— Vê se você pode fingir que gosta de mim. Só um pouco.
— Eu gosto de você — Gulf falou a verdade. — Quando você não está agindo como um idiota.
A sobrancelhas de Mew se inclinaram.
— O que se supõe que isso significa?
— Significa que você confia em mim para fazer todo o resto. Confie em mim isso também.
Mew concordou com a cabeça, agitadamente.
— Claro que sim. Eu confio. Eu... Só queria que ficasse claro. Assim o Art vai saber — agregou ele. — E Isogawa.
— Eles vão saber — Gulf prometeu, subitamente cansado. Toda sua determinação inicial para fazer este trabalho se fora. Mew era partidário do fingimento. Não queria nada real que ele tivesse para oferece.
— Tudo bem, então. — Mew ficou quieto por um minuto e depois continuou. — Você entende que teremos que compartilhar um bure, uma dessas cabanas com teto de sapé. Elas têm uma sala e um quarto. Duas camas.
E isso era mais do que Gulf queria discutir naquele instante. Talvez porque ele estivesse trabalhando sobre constante adrenalina desde que Mew lhe dissera que ia se casar com Sam. Talvez porque seus sonhos subitamente voltaram à vida apenas para serem ridicularizados pela determinação de Mew de fingir. Gulf não sabia. Só sabia que não podia mais lidar com isso e com ele!
— Certo — disse Gulf. — Duas camas. Bem, não importa. Darei o melhor de mim para convencer a Art, e o senhor Isogawa e todos os demais de que sou um marido profundamente devotado. Agora, se você acabou de explicar meus deveres, gostaria de dormir um pouco.
E sem lhe dar uma chance de responder, Gulf se em rolou no cobertor que o comissário lhe entregará mais cedo, reclinou a poltrona ao máximo deu-lhe as costas e apagou a luz.
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Bodas de Fel
FanfictionPrólogo Para assegurar um contrato, o milionário Mew Suppasit concluiu que precisa de um marido para exibir em público. Mas quem? Após escolher o sócio perfeito para o empreendimento, enviou seu assistente Gulf Kanawut a Nova York com os document...