Capítulo Cinquenta e Sete

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Victor Jones:

Enquanto eu me preparava meticulosamente para o que poderia surgir a qualquer momento, uma inquietude anormal me dominava, fazendo meu coração bater mais rápido e minha mente se turvar com um nervosismo incomum. O futuro parecia um labirinto sombrio, e a incerteza que pesava sobre mim era como um manto negro e opressivo.

Antes que eu pudesse reunir meus pensamentos fragmentados, uma batida abrupta na porta do quarto onde eu tentava encontrar algum refúgio me trouxe de volta à realidade. Ao abrir a porta, encontrei-me diante de um salão majestoso que também servia como a câmara do Conselho. Era o epicentro das reuniões de emergência, o lugar onde se buscavam notícias desesperadas sobre entes queridos desaparecidos e onde as mais recentes informações sobre as atividades dos Cavaleiros eram compartilhadas.

O salão estava repleto de bancos dispostos em longas fileiras, todos voltados para um palanque elevado no extremo oposto. Magos e cavaleiros ocupavam alguns dos assentos, criando uma imagem imponente de uma sessão do Conselho. No entanto, debaixo das arcadas imensas que adornavam o espaço, uma multidão ansiosa e inquieta se aglomerava, murmurando e trocando olhares preocupados.

O ar estava carregado com uma tensão palpável e uma ansiedade que parecia quase visível. À medida que a reunião da Clave se desenrolava no centro do salão, murmúrios inquietos reverberavam por todos os cantos. Fragmentos de conversas se misturavam: rumores de que as barreiras mágicas que protegiam a cidade estavam enfraquecendo, avistamentos de uma tempestade sinistra no horizonte e relatos perturbadores de sombras e demônios nas colinas ao sul da cidade.

Nos arredores da capital, as casas de campo estavam desertas, e muitas famílias estavam fugindo, considerando abandonar a cidade e até mesmo o país em busca de refúgio em terras distantes.

No palanque elevado, cercado por mapas detalhados da cidade pendurados nas paredes, o rei Orwen liderava uma discussão intensa com um general e com cavaleiros e magos de renome. Carla estava ao lado de suas amigas Anna e Aurora, como se esperassem encontrar alguma solução na agitação que os cercava. Brian, por sua vez, estava envolvido em uma conversa séria com vampiros e magos, cada um oferecendo suas perspectivas sobre a situação desesperadora.

Enquanto Max, Charlie e minha mãe trabalhavam incansavelmente para prestar auxílio aos feridos, Meteora e Heroem demonstravam sua bravura, unindo forças para enfrentar o desafio iminente.

A tensão no salão alcançou seu ápice quando o rei Orwen ergueu a voz, chamando a atenção de todos. Sua voz ressoou com uma autoridade que cortou o murmúrio constante, reverberando com urgência.

— Cavaleiros, magos, nobres e cidadãos corajosos — sua voz ecoou através da sala. — Estamos diante de uma ameaça como nunca antes enfrentamos. As sombras e demônios se aproximam, nossa cidade está em perigo e nossas defesas estão enfraquecendo.

Aurora, com uma determinação inabalável, interveio imediatamente.

— Precisamos reforçar as barreiras mágicas e reunir todos os recursos disponíveis. Não podemos fraquejar agora. — Sua voz era firme, carregada de urgência. — A escuridão se aproxima cada vez mais.

Carla apertou a mão de Aurora com um gesto de solidariedade e acrescentou com firmeza.

— Vamos mobilizar nossos aliados, os lobisomens e os vampiros. Juntos, somos mais fortes.

Brian, dirigindo-se aos magos presentes, confirmou com uma resolução inabalável.

— A magia é nossa maior arma. Vamos fortalecer os encantamentos e preparar feitiços de proteção.

Enquanto discutiam estratégias, minha mãe olhou para Max e Charlie, que estavam cuidando dos feridos com dedicação inabalável.

— Vocês dois são nossa esperança para manter nossos guerreiros de pé. Façam o que for necessário.

O Guardião | livro 1 : Espírito De LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora