O Guardião | livro 1 : Espírito De Luz

Capítulo Vinte e Um

Victor Jones:

Eu observava Duncan e Merlin se aproximarem, meus olhos atentos avaliando a cena. Sentia o peso do que acabara de acontecer, a adrenalina ainda correndo em minhas veias.

— Precisamos descobrir quem está por trás disso — eu disse, minha voz soando mais firme do que eu esperava. — Não podemos deixar que uma força tão poderosa continue agindo sem controle.

Duncan assentiu, seu olhar sério refletindo a gravidade da situação.

— Concordo. Vamos investigar todas as pistas que encontrarmos aqui.

Merlin, com seu jeito meticuloso, já começava a examinar os restos da criatura escamosa e do gigante. Ele murmurava palavras em uma língua arcana, suas mãos traçando símbolos no ar, enquanto tentava desvendar os mistérios que nos cercavam.

Enquanto isso, Anna terminou de cuidar do gigante e se levantou, limpando as mãos sujas de sangue e poeira.

— Ele mencionou algo sobre um mestre antes de perder a consciência. Precisamos descobrir quem é esse mestre e o que está planejando.

Rebecca, sempre prática e decidida, começou a organizar o grupo.

— Vamos nos dividir. Duncan e Merlin, investiguem a área ao redor e vejam se encontram mais pistas. Eu e Anna vamos cuidar dos feridos e tentar acalmar a multidão. E você — ela disse, voltando-se para mim —, precisa descansar um pouco. Essa luta deve ter esgotado suas energias.

Eu ia protestar, mas percebi que ela estava certa. Minhas pernas estavam trêmulas, e um cansaço profundo começava a se instalar em meu corpo. Concordei com um aceno de cabeça e me sentei em um canto, observando o movimento ao meu redor.
Enquanto a equipe se dispersava, fechei os olhos por um momento, tentando processar tudo o que havia acontecido. A cena de batalha ainda estava fresca em minha mente, e a visão do gigante e da criatura escamosa continuava a me assombrar.

Não tive muito tempo para descansar. Logo, Rebecca voltou, trazendo uma caneca de chá quente.

— Aqui, beba isso. Vai te ajudar a recuperar as forças.
Agradeci e tomei um gole, sentindo o calor se espalhar pelo meu corpo. Rebecca sentou-se ao meu lado, seu olhar preocupado.

— Você foi incrível lá dentro. Mas precisamos estar preparados para o que vier a seguir. Quem quer que esteja por trás disso não vai parar por aqui.
Assenti, determinado.

— Vamos encontrar essa pessoa. E quando encontrarmos, vamos acabar com esse plano maligno de uma vez por todas.

Rebecca sorriu, um sorriso que não chegava aos olhos.
— Vamos, sim. Mas, por enquanto, descanse. Ainda temos um longo caminho pela frente.

Ela se levantou e voltou para ajudar os outros, deixando-me com meus pensamentos e a sensação crescente de que estávamos apenas no começo de algo muito maior e mais perigoso do que poderíamos imaginar. Fechei os olhos novamente, tentando absorver a calma antes da tempestade que sabia que estava por vir.

Quando estava prestes a me levantar para ajudar, minha querida escolta surgiu de repente, surpreendendo a todos. O mais admirável era que estavam conseguindo controlar a situação.

O líder da escolta, com sua postura imponente e voz firme, coordenava as ações com precisão.

— Todos, mantenham a calma! Estamos aqui para garantir a segurança de todos vocês. — Ele olhou diretamente para mim, um olhar que misturava preocupação e determinação. — Você está bem? Precisamos de você em plena forma.

Assenti, sentindo a adrenalina retornar ao meu corpo.
— Estou bem, só preciso de um momento. O que descobrimos até agora?

— Jovem guardião, deve retornar ao castelo e deixar que cuidemos do resto — o líder disse, sem mais delongas.
O líder da escolta se aproximou, sua expressão séria e determinada. Eu me levantei, ainda sentindo o peso da exaustão, mas determinado a não deixar meus companheiros na mão.