Capítulo Quinze

60 88 2
                                    

Victor Jones:

O primeiro raio de sol surgiu no horizonte, trazendo consigo uma frágil esperança. O pátio, que horas antes fora um campo de batalha, agora estava repleto de alunos e professores exaustos, trabalhando juntos para reparar os danos. As marcas da batalha eram visíveis em todos os lugares — paredes destruídas, vidros quebrados, e o cheiro de magia ainda impregnado no ar.

Eu estava sentado no parapeito de uma janela, observando o trabalho ao meu redor. Marko, ainda em sua forma mágica, descansava ao meu lado, seus olhos fechados, recuperando-se da intensa noite anterior. O peso dos eventos ainda estava sobre mim, mas a presença dos meus amigos me dava forças.

Anna aproximou-se, trazendo consigo um cantil de água. Ela se sentou ao meu lado, entregando o cantil com um sorriso cansado.

— Como você está se sentindo? — perguntou ela, sua voz suave.

— Exausto, mas aliviado. Conseguimos passar por isso, e a escola ainda está de pé — respondi, tomando um gole de água. — E você? Está bem?

— Sim, só um pouco dolorida. — Ela fez uma pausa, olhando para o horizonte. — O que você acha que era aquilo? As sombras e o dragão de chamas negras... nunca vi nada assim antes.

Antes que eu pudesse responder, Duncan apareceu, acompanhado por Meteora e Merlim. Seus rostos eram sérios, mas havia uma determinação renovada em seus olhos.

— Precisamos conversar — disse Meteora, sua voz firme mas gentil. — Há muito que precisamos entender sobre esse ataque e, mais importante, sobre o que vem a seguir.

Levantamos-nos e seguimos Meteora até uma sala de reunião improvisada. Sentamo-nos em um círculo, e ela começou a falar.

— O ataque de ontem à noite não foi um evento isolado. Recebemos informações de que outras escolas de magia também foram atacadas, todas por forças semelhantes. Isso não é um bom sinal.

— Mas quem estaria por trás disso? — perguntei, tentando processar a gravidade da situação.

— Ainda não sabemos ao certo, mas há indícios de que uma antiga ordem de magos das sombras possa estar envolvida — explicou Duncan. — Precisamos nos preparar para mais ataques e, possivelmente, uma guerra mágica de proporções que não vemos há séculos.

A sala ficou em silêncio por um momento, todos absorvendo as palavras de Duncan. A realidade de uma guerra mágica era aterradora, mas ao mesmo tempo, eu sentia uma chama de determinação acender dentro de mim. Não iríamos nos render sem lutar.

— O que podemos fazer para nos preparar? — perguntou Anna, sua voz firme.

— Vamos precisar treinar mais intensamente, reforçar nossas defesas e, acima de tudo, descobrir mais sobre nossos inimigos — respondeu Merlim. — E isso significa que cada um de vocês terá um papel crucial a desempenhar.

Meteora olhou para mim, seus olhos penetrantes e cheios de expectativa.

— Você mostrou um grande poder ontem à noite. Precisamos de você para liderar os outros alunos mais novos, para que estejam prontos para o que está por vir.

Assenti, sentindo o peso da responsabilidade cair sobre meus ombros. Mas junto com isso, havia um senso de propósito.

— Farei o meu melhor — prometi, olhando para os meus amigos ao meu redor. — Vamos proteger nossa escola e todos que amamos.

E assim, com o amanhecer trazendo uma nova esperança, começamos a nos preparar para os desafios que viriam. O futuro era incerto, mas estávamos determinados a enfrentá-lo juntos, como uma família unida pela magia e pelo desejo de proteger esse lugar.

O Guardião | livro 1 : Espírito De LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora