O Guardião | livro 1 : Espírito De Luz

Capítulo Sessenta e Um(Final)

Victor Jones:

O funeral solene teve lugar na imponente sede dos registros mágicos, um espaço carregado de história e poder, onde cada canto parecia sussurrar contos antigos. Os corpos dos magos, bruxos e soldados caídos estavam delicadamente envolvidos em panos brancos, dispostos com dignidade sobre bases de madeira. Ao redor de cada corpo, os objetos que eles mais amavam em vida foram dispostos com reverência, criando uma aura de nostalgia e respeito.

À medida que os presentes se aproximavam para prestar suas últimas homenagens, o ambiente se tornava um cenário de profunda comoção. Muitos depositavam objetos encantados, moedas especiais e outros souvenirs nas piras funerárias, como oferendas para a jornada após a morte. Palavras de coragem e honra ressoavam, celebrando a bravura daqueles que lutaram até o fim para proteger suas famílias e nações.

O clímax da cerimônia chegou com a acesa das chamas. Magos habilidosos controlavam a magia com precisão, garantindo que o fogo não se tornasse uma ameaça, mas sim um espetáculo de luz e calor que transformava as piras funerárias em uma celebração mágica. Era um tributo àqueles que deram suas vidas pela causa, uma despedida luminosa e calorosa.

À medida que as chamas consumiam os corpos, uma coluna de fogo ascendeu, obscurecendo momentaneamente o céu com sua luz incandescente. Gradualmente, as chamas se apagaram, deixando um círculo fumegante no ar, um silencioso testemunho da passagem dos heróis para a próxima vida.

Conforme a cerimônia chegava ao fim, os presentes começaram a se afastar, seguindo em direção à saída. Nesse momento, Meteora, uma figura de grande importância, tocou meu ombro com delicadeza.

— Você vai vir? — perguntou ela, seus olhos cheios de compreensão.

— Em alguns segundos. — Respondi com gratidão, enquanto a observava se afastar.

Enquanto Meteora se retirava, notei que o Sumo Sacerdote Horeom envolvia a cintura dela com um gesto surpreendente, fazendo um sorriso tímido surgir no rosto dela.

Os nomes de amigos queridos, como Carla, Brian, Rebecca, Aurora, Anna e Duncan, ecoavam pelo ambiente enquanto também se dirigiam à saída. Sentia uma profunda gratidão por ter esses amigos ao meu lado nesse momento de pesar.

Merlin e eu permanecemos, nossos olhares fixos na coluna de vapor que ascendia aos céus. Finalmente, virei-me para o jovem ao meu lado.

— Merlin, posso te fazer uma pergunta? — perguntei.

Ele parecia surpreso, mas logo relaxou e sorriu.

— Claro, estou aqui para responder às suas perguntas. — Ele brincou, esfregando o ombro onde eu o tinha tocado momentos antes.

— Merlin, sobre seus pais... — comecei a questionar, mas notei uma tensão em seu rosto.

Ele mordeu o lábio, visivelmente desconfortável.

— Não sei como eles conseguiram permanecer neste mundo sem a magia de Serty, mas também não quero saber. — Continuei com calma. — E você não precisa se preocupar com o que estou pensando. Confio plenamente que fizeram isso por um motivo nobre, que não podem revelar. Lembre-se de que estou ao seu lado.

Ele corou, o que achei adorável.

Segui em direção à saída, com ele ao meu lado, e percebi quando ele entrelaçou nossos dedos.

— Victor, sei que este não é o momento ideal... — Merlin começou, suas palavras carregadas de sinceridade. — Mas estou completamente apaixonado por você. Não consigo parar de pensar em você desde o momento em que acordo até o instante em que durmo. Você é a razão da minha felicidade constante, e cada minuto do meu dia é uma contagem regressiva para nos vermos novamente. Em resumo, eu te amo.