Capítulo dezenove - Diretora de Cinema

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Aosta, capital de Vale de Aosta - Itália

Outubro, segunda-feira (04), 2021 - 6 A.M

Lalisa Manoban

Me reviro de um lado para o outro da cama impaciente. Meu sono está todo desregulado desde sábado e o motivo não é nada mais e nada menos do que a loirinha insuportavelmente curiosa que está a alguns metros de mim.

Não consigo pensar em mais nada além do seu beijo surpresa. Eu não gosto de surpresas, mas para aquela eu poderia abrir uma exceção facilmente, confesso.

Não pensei que ela fosse fazer isso depois de eu ter contado sobre o meu passado. Eu estava tão confortável que mostrei até mesmo as minhas cicatrizes, nem lembro qual foi a última vez que cheguei a conversar sobre elas antes de Roseanne. Ela me passa um sentimento bom. Bom até demais.

A forma que ela me beijou, a forma que me tocou desesperada por mais contato dos nossos corpos, a forma que gemeu deliciosamente contra os meus lábios... Céus. Meu corpo parece queimar só de lembrar desse beijo. Foi bom, não, não foi bom. Foi incrível.

Por mim, poderíamos ter continuado aquele momento até ela estar na minha cama por baixo de mim, mas foi errado.

Quem sou eu para dizer alguma coisa sobre certo ou errado, né? Já fiz muita coisa ruim na minha vida, não vou dar uma de santa, eu admito isso, mas com ela não, não mais. Park já sofreu muito aqui por minha causa, não quero a fazer sofrer novamente.

Eu não sou uma mulher que alguém deve se relacionar. Por uma noite, tudo bem, fizemos o que temos que fazer e acabou, cada uma segue o seu caminho. Mas alguém que mora no mesmo teto que eu e ainda por cima é filha do meu inimigo, está fora de cogitação.

Algo entre nós, mesmo que seja apenas ficadas é um desastre. Entre ficadas e outras pode nascer o amor e tudo o que menos preciso é me apaixonar pela a Park. Fico zonza só de pensar nessa possibilidade. Sentimentos sempre são uma merda.

Me levanto da minha King Size e vou em direção ao meu banheiro. Se não consegui dormir a porra da noite inteira, não vou conseguir dormir agora, o melhor é levantar e trabalhar.

Hoje será o dia da missão para dar um fim naquela equipe de raptos. Tenho uma ideia ótima para Eurico poder ver o desespero dos seus homens, mesmo que ele não esteja ali presente. Estou ansiosa e satisfeita com essa missão, poderia ficar mais satisfeita se estivesse descansada adequadamente, mas fazer o que. É o que tenho pra hoje.

Tomo um banho de chuveiro bem gelado para ver se acalma a minha ereção matinal. Ultimamente tem sido um inferno para acalmar esse cara.

Depois do banho, coloco um conjunto branco com um blazer da mesma cor e opto por um salto bege para completar o meu visual.

Faço uma maquiagem leve, só para esconder as minhas olheiras e dar um aspecto mais vivo no meu rosto. Não vejo motivos de fazer uma maquiagem pesada as seis horas da manhã.

Seco os meus cabelos com secador e depois os penteio, os deixando soltos. Arrumo a minha franja com a maior delicadeza possível e só depois dela estar da maneira que eu quero, me sinto pronta para descer.

Tranco o meu quarto e ando calmamente até a cozinha. Mesmo um pouco longe do cômodo, consigo escutar o barulho do bule de café no fogo. Provavelmente é aquele café amargo horrível de Roseanne. Tenho certeza que noventa por cento do corpo daquela menina é composto por cafeína pura.

Chegando na cozinha, me deparo com a loira despejando o café na sua xícara e desligando o fogo do bule. A mesa está cheia de aperitivos leves e arrumada adequadamente.

Almost Perfect Crime | • Chaelisa (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora