Capítulo trinta e um - Roubo

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Milão, capital de Lombardia — Itália

Outubro, quinta-feira (28), 2021 — 10 P.M

Park Haneul

— E o que é mais importante do que visitar a lápide da nossa filha, Dong? — digo tentando ser calma. Estou farta de desculpas mentirosas.

Faz dias que estou esperando meu marido para irmos até o cemitério visitar a lápide de Roseanne, mas ele vive inventando desculpas. Ontem estava tudo certo para irmos hoje, ele até tirou uma folga para podermos fazer isso, mas ele recebeu uma ligação agora pouco e ficou todo estranho. Uma reação muito suspeita para o meu gosto.

— Mi Angelo, preciso voltar para o meu escritório no centro. Ligaram para mim exigindo a minha presença, não posso simplesmente dizer não para eles. — se levanta do sofá e vai até onde sua maleta está.

— Você tirou folga!

— Imprevistos acontecem, meu amor. — me olha, arqueando a sobrancelha. — Podemos ir no domingo.

O olho incrédula, não consigo acreditar em uma só palavra que saiu da boca dele. Cada dia que passa, tenho mais receio da pessoa que dorme do meu lado todas as noites. Desde do dia que peguei aquele homem em casa e ouvi aquela conversa suspeita, a minha visão sobre meu marido vem mudando muito.

— Não, eu vou sozinha. — forço um sorriso. — Não precisa se preocupar, eles precisam de você.

— Que bom que entendeu, meu amor. — sorri e se aproxima de mim, beijando a minha testa. — Vou voltar um pouco mais tarde hoje, então não me espere para o jantar.

Apenas aceno com a cabeça e observo a sua silhueta saindo de casa apressadamente. Espero alguns minutos e decido ligar para o seu escritório no centro da cidade. Algo me diz que ele não foi para lá e preciso confirmar isso se não vou ficar maluca!

Disco o número com as mãos trêmulas. Se Dong estiver mentindo para mim sobre alguma coisa, vou ficar ainda mais desconfiada. É horrível desconfiar da pessoa que você ama, ainda mais na nossa situação de luto pela nossa filha.

Escritório do deputado Park Dong-Yul, Tasha falando.

— Olá, Tasha, aqui é a senhora Park.

— Oh, senhora Park! Como posso ajudar a senhora?

— Queria saber se Dong já chegou no escritório. Ele saiu daqui um pouco apressado e fiquei preocupada com o trânsito.

— Deve ser um mau entendido, senhora. O senhor Park tirou folga hoje, ele não compareceu aqui hoje. Sua agenda está livre.

Fico alguns segundo em silêncio absorvendo o que ela disse. Meu marido realmente está na escondendo algo de mim, ainda por cima mentindo!

Vou descobrir o que é, talvez esteja mais perto do que imagino ou não, mas vou descobrir. Vou agir igual a ele, agir as escondidas, ele não pode nem sequer pensar que estou desconfiando de algo.

— Senhora Park, ainda está aí?

— Ah, sim. Estou.

— Posso tentar ligar para o celular-

— Querido, que bom que chegou! — minto, fingindo que meu marido chegou em casa. — Tasha, Dong acabou de chegar em casa, não vai ser preciso isso.

— Ah, sim. Que bom que foi apenas um mau entendido, senhora Park!

— Sim, sim. — mordo o lábio. — Sabe, gostaria que não falasse sobre essa ligação com ele. Você sabe como ele se preocupa demais.

Almost Perfect Crime | • Chaelisa (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora