Capítulo quatro - Vingança

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Em algum lugar da Itália

Setembro, sexta-feira (10), 2021 – 5 A.M

Mali Manoban

Estou em uma espécie de sala junto com algumas mulheres que fazem parte da famiglia. Não consegui identificar uma saída a não ser uma porta de aço trancada por fora.

Tranquilizei todas da maneira que pude, algumas delas estavam desesperadas e não as julgo. Fomos sequestradas por sei lá quem e não sabemos o porquê disso.

Meu corpo contém hematomas da briga de ontem, mas me sinto melhor quando lembro que quebrei o nariz de um dos desgraçados.

Escuto passos e uma conversa bem baixa vindo na direção da sala em que estamos.

— Vão para aquele canto e fiquem quietas. — aponto para o final da sala, sussurrando.

Vou para perto da porta para escutar melhor a conversa.

— Como você viu mais cedo, as encomendas estão em ótimo estado, principalmente a Manoban.

Eles realmente estavam atrás de nós e pelo o que ele disse, eu tenho um certo “valor” para eles.

— Sim, Park. A sua equipe fez um ótimo trabalho. Para ser sincero, pensei que eles não iam conseguir tão fácil assim.

Essa voz não me é estranha, sinto como se tivesse escutado ela em algum lugar, mas não me recordo.

— Assim você me ofende. Estou nesse rumo há anos, acho que sei muito bem comandar uma equipe.

— Não é nesse sentido, mi amicco. Mas, de qualquer jeito, parabéns pelo sucesso que teve.

— Aqui é um bordel pouco conhecido da Itália e bem difícil de achar por conta da região afastada. Ninguém vai ser capaz de procurar por elas aqui, assim não vamos ter problemas.

Bordel? Merda. Eles vão nos obrigar a sermos prostitutas? Só por cima do meu cadáver!

— Eu imaginei isso, é uma pena que vou ter que dirigir quilômetros para vir até aqui, mas isso é bem inteligente.

— Eu sei disso.

Esse tal de Park se acha muito, mas ele está mexendo comigo, com a minha famiglia. Vou ter o prazer de matar os dois com as minhas próprias mãos.

— Vamos conversar melhor no escritório, temos outros assuntos para tratar.

— E o que vai acontecer com elas? Vão ficar trancadas naquela sala até quando?

— Meus capangas vão levá-las para seus devidos quartos e creio que amanhã vão começar com os... serviços. Vamos, Mancini?

Mancini? Por que não me lembro de ninguém com esse sobrenome? Minha memória vacilou, mas sei que vou me lembrar de quem é esse sujeito.

Depois disso, escuto os passos se distanciando cada vez mais até que não escuto mais nada.

Não tenho muito tempo, preciso pensar em algo rápido.

Não vai adiantar tentar escapar sem conhecer o inimigo primeiro, isso acabaria com todas nós mortas.

A estratégia mais convincente é observar e tentar enrolar para que eles não toquem na gente. Assim ganhamos mais tempo para pensar em algum plano para escarparmos.

Saio de perto da porta e corro em direção delas para explicar a nossa situação.

— Vou tentar ser breve, pois não temos muito tempo. Estamos em um bordel bem afastado, não sei em que cidade estamos, mas ainda estamos na Itália. — vejo seus rostos surpresos. — Sim, eu também fiquei surpresa com isso.

Almost Perfect Crime | • Chaelisa (G!P) Onde histórias criam vida. Descubra agora