XXVII - Bebê Conforto.

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Mariana narrando:

Bloqueio a tela do meu celular depois de dar a resposta final e decidida ao Jake. Sentada ao centro da cama, cubro minhas geladas pernas com o lençol e em meus cabelos eu refaço um novo coque.

Começo a pensar em todos os vestidos, macacões e saias que estão dentro do meu guarda-roupa. Vou descartando um por um mentalmente e deixo apenas as peças mais claras ou brancas como a minha própria sugestão.

Resta um curto e simples vestido de tecido fino. Ele possui um decote bem bonito, porém eu não tenho certeza se ainda caberia em mim.

Me levanto da cama e caminho até o guarda-roupa. Abro as portas cuidadosamente para não acordar Miguel e analiso o tal vestido.
A alça é fina e está bem gasta. Talvez se eu passar o ferro bem quente, fique um pouco discreto.

Encosto a peça em meu corpo e analiso o comprimento. Eu ganhei mais coxas depois da gravidez e a última vez que usei essa roupa, eu tinha... 18 anos?
Eu cresci um pouco também, o vestido alcança até minha coxa, e por ser rodado facilmente apareceria a calcinha de vovó que estou tendo que usar esses dias.

- Você pode pegar o cartão da mamãe e ir comprar um vestido bem lindo pra você. - Ouço a voz conhecida e invasora da minha mãe. Dou um leve pulo e olho em sua direção.

- Que susto! - Sussurro.
- Custava bater? - Pergunto.

Minha mãe ignora e entra no quarto.
- Então, você vai passar o ano novo com o pai dele ou ficará conosco? - Questiona.

- Devo tentar ir. - Respondo minimamente envergonhada.

- Que bom... Só toma cuidado. Não toque nele. - Ela responde.
- Se o Jake novamente não tiver sendo sincero, essa mulher dele pode tramar ou fazer alguma coisa com você. - Acrescenta.
- E aí se ela encostar na minha filha, eu coloco essa família abaixo. - Finaliza.

Sorrio.
Não tem como ficar tanto tempo com raiva dela, apesar da decepção continuar.

- Eu vou tomar. - Respondo.

Ela sorrir de volta e se acomoda na beira da minha cama.
Seus olhos viajam até Miguel ao berço e logo voltam para mim.
- Eu sinto muito por ter contado sobre sua vida ao seu pai. - Ela diz.

Solto o ar e balanço a cabeça em positivo.

- Só aceite o que é seu por direito, se caso for oferecido. - Pede.

- Ok. - Respondo.
- Eu só não quero forçar simpatia com a mulher dele, as filhas e muito menos com ele. - Acrescento.

- Aja como você. - Ela sugere.
Balanço a cabeça em positivo aliviada.

- Então. - Minha mãe muda de assunto.
- Quando iremos ao shopping? - Questiona.

Sorrio. - Não precisa mãe. - Respondo guardando o vestido novamente dentro do guarda-roupa.

- Claro que precisa, inclusive... Joga esse vestido fora. - Minha mãe brinca.

Jamais!
Não quero gastar o pouco dinheiro que restou dela.

Depois de suprir com os gastos de transportes indo e voltando do trabalho, acrescentando também os utensílios que comprei ao Miguel antes de sua vinda, e por último, meus absorventes, restou um pequeno valor de R$12,00 do meu salário.
Se eu não encontrar nada pouco agradável no bazar próximo daqui, não poderei ir.

Ou... Eu posso pedir ao Jake.

- Acho que vou falar com o Jake que não tenho o que vestir. - Comento mesmo achando isso uma péssima ideia. Mas nós dois discutimos tanto por causa disso, que penso na possibilidade de tentar.

Reinventei Você (PARTE 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora