LXVIII - Falhou.

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Jake narrando:

Deposito força em meu braço esquerdo, fazendo com que minha mão recue bruscamente. Eu estou preso com a merda de uma algema em meu pulso, que diretamente está ligada à mesa de madeira da delegacia.

Eles não me deixaram ir junto.

Minha insistência em fazer parte da busca e em tentar agredir um dos policiais que desde o início tem testado minha pouca paciência, fez com que eu ficasse aqui. Nessa delegacia. Preso nessa porra de aço que dá algum tipo de poder fantasioso a eles.

Rosno e mais uma vez puxo bruscamente o meu braço esquerdo ao meu favor, com a intenção quase sucessiva de romper essa algema maldita.

Além do muay thai, já realizei alguns levantamentos de pesos, com inclusão também do Tameshiwari, que consiste aos rompimentos de concretos.

Novamente disparo mais uma tentativa brusca, recuando minha mão em uma só sequência. Fazendo então com que a mesa seja, não só arrastada, como também tendo uma perna rompida.

Levanto-me com a algema ainda em meu pulso, com a inclusão da perna de madeira pendurada.

Em passos raivosos eu caminho para fora da sala do delegado e paro no corredor. Procuro os meus seguranças com os olhos e não os encontro. Eles estão com o meu Mustang.

Preciso ir até Skid Row.

Preciso principalmente torcer para que aqueles filhos da puta de farda já estejam com a Mariana na viatura, porque se não tiverem sucesso eu não quero nem pensar no que os sequestradores seriam capazes de fazer com ela.

Ando pelo corredor, em direção ao lado de fora.

Saio da delegacia e encontro meu carro se aproximando, havia acabado de chegar.
Elijah e Pierre aparecem no meu campo de visão e saem completamente do automóvel que eu procurava.

Os curiosos olhos de ambos passeiam por mim e visualizam o pedaço da mesa pendurado em meu pulso, com a ajuda da algema que foi posto com intenção de me manter parado.

- I thought you left without us. - Pierre diz fingindo não notar.
(Tradução: Achei que você tivesse ido sem nós.)

- They didn't let me go. - Respondo entre dentes.
(Tradução: Não me deixaram ir.)
- Let's go. - Digo com convicção e me direciono ao o Mustang, sem ao menos tentar retirar o pedaço da mesa do meu pulso.
(Tradução: Vamos.)

Segundos antes, recebo em meu celular uma imagem. Logo, eu penso na feliz possibilidade de ser a Mariana. Ela já deve estar bem e vindo até mim com as autoridades.

Mas me recordo que seu celular foi possivelmente estraçalhado, justamente para que não conseguíssemos rastreá-la.

Por sorte, os policiais fizeram esse procedimento durante a ligação com os criminosos, bem rápido, antes do aparelho ser destruído.

Rapidamente desbloqueio a tela e abro o aplicativo de bate-papo. Era um número desconhecido.
Se não é a Mariana, quem poderia ser?

Após o carregamento da imagem, sinto o meu peito em pedaços. Mariana aparece na foto totalmente refém e ferida. Ela está sentada em uma cadeira mofada, tendo suas mãos amarradas para trás e seus lábios cobertos por uma fita adesiva preta.
Reparo o quão rasgada está sua blusa e entro em choque. Sua bochecha estava roxa e seu lábio inferior expelindo-se um pouco de sangue.

-- Wow, Jake! Did you tell the police? -- Leio a mensagem abaixo.
-- We warn you.  -- Acrescenta sarcasticamente.
-- Should we give it one more chance? Or can we already put her separate limbs in black bags? -- Finaliza.
(Tradução: Poxa, Jake! Você contou para a polícia? Avisamos você. Será que devemos dar mais uma chance? Ou nós já podemos pôr os membros dela separados em sacos pretos?)

Reinventei Você (PARTE 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora