Reinventei Você (PARTE 2)

LXX - Tudo bem?

Mariana narrando:

Em meio de toda aquela bagunça, uma mulher fardada, que também é policial foca sua atenção em mim.

Preocupada, ela corta a corda dos meus tornozelos e me envolve com uma manta azul, após se certificar que estou bem dentro das possibilidades, ela direciona sua atenção ao meu pai, rapidamente chama a ambulância pelo rádio e estanca o sangramento do meu pai de forma profissional.

Me levanto rapidamente, no momento em que posso. Mesmo cambaleando, caminho em direção ao Jake

Paro em sua frente enquanto os policiais o segura pelos braços, toco eu seu rosto com as duas mãos e suspiro fundo.

Ele está vivo. Ele veio por mim.
Mais choro.

- Já acabou. - Sussurro.
- Está tudo bem. - Digo.
- Chega, Jake. - Peço calmamente.
- Eu preciso de você aqui fora... - Engulo seco e ele analisa meu rosto.
- Pra ficar comigo. - Finalizo sem controle das minhas lágrimas.

- Fique aqui fora comigo. - Imploro. Acaricio seu ensanguentado e transpirado rosto com as mãos.
- Tá bom? - Fungo, engulo o choro e finalizo.

Os policiais notam sua calma e só assim soltam as mãos de Jake.

Tendo sua atenção totalmente direcionada a mim dessa vez, Jake leva suas feridas mãos e sujas até o meu rosto, e acaricia o hematoma em minha bochecha.
- Eu te amo. - Sussurro para ele. Jake cerra os dentes e novamente acaricia meu rosto.

Minha visão começa ficar turva, minhas pernas perdem as forças e eu sinto seus braços me sustentando. O desmaio momentâneo, faz com que eu não tenha visto nada do que ocorreu após isso.

Obtenho rasos momentos de consciência. Tão brandas que se tornam lembranças auditivas e não visuais.

Me sinto em cima de uma maca e ouço muitos falatórios, inclusive sons de máquinas fotográficas e de emissoras apresentando o ocorrido.

Tudo volta ficar escuro, e eu ouço vagarosamente em seguida, duas pessoas desconhecidas conversando, eu me sinto em movimento. Devo estar na ambulância.

- Será que ele ficará vivo? - Ouço uma pergunta.

Será que estão falando do meu pai?

- Difícil. São muitas fraturas. Um deles está com o pescoço lesionado, um dos braços quebrados e um dos olhos teve um deslocamento de retina. - Responde.

Novamente desmaio.

Acordo novamente com um som baixo de TV. Abro cuidadosamente os meus olhos e a claridade de fora me causa ardência. Os aperto e avalio o local.

Estou em um hospital.

Analiso a cama em que estou deitada e visualizo o acesso em minha veia.

Sinto em minha bochecha um curativo e em minha testa um pequeno band aid.

Meu estômago ainda dói, não pela fome, mas sim pela joelhada que recebi naquele local.

No quarto há uma pequena TV na parede, uma janela grande ao lado pouco coberto por uma cortina branca, e uma poltrona ao meu lado.

Alguém estava aqui.

Cadê o Jake!?
Meu Deus, onde está o Jake?!

Ergo meu corpo bruscamente e me mantenho sentada.

Ver minha foto na TV, suga a minha atenção. Só se falavam sobre o ocorrido. A imagem de Jake também é exposta.
- Minha nossa. - Sussurro.

- O advogado de Jake Müller acaba de relatar a imediata apuração nas acusações que foram feitas contra o astro. O mesmo alega, que Jake tenha tido um tipo de descontrole ao ter sua amada em perigo e ao vê-la machucada. - A apresentadora da TV diz e em seguida mostra o relato do advogado dele.